O surgimento das escolas no Brasil ocorre em virtude da necessidade de ensinar a escrita, a leitura, a matemática e a doutrina religiosa. Mas com a expulsão dos jesuítas o ensino passa a ser laico e, na atualidade, a educação básica visa promover formação que permita o exercício da cidadania e apresentar o mundo do trabalho.
Mas afinal de contas de qual escola estamos falando? Lembrem que o nosso país possui 5.568 municípios, uma legislação federal (a LDB 9.394/1996) e uma organização que pode ser realizada por Secretarias de Educação Estaduais e Municipais, e não nos esqueçamos que elas podem ser públicas (a maioria) ou privadas. Ou seja, pensar a Escola não é tarefa fácil para os governantes, tendo em vista sua diversidade, tanto em razão das possibilidades de financiamento quanto da própria estrutura física existente e de sua possibilidade de ampliação para atender as demandas das suas comunidades. No entanto, além de ser uma obrigação legal pensar uma escola de qualidade é, ou deveria ser, um dos principais objetivos de todo governante para com sua comunidade.
Voltando à pergunta inicial, a maioria de nós conhece ou foi formado pela escola com uma estrutura conservadora, mas será que é esta a escola que de fato irá formar para a cidadania e apresentar o mundo do trabalho permitindo sua análise, compreensão e inserção na vida em sociedade? Defendo a opção de uma escola diferente, atualizada em seu tempo histórico e, mesmo que a estrutura dos prédios seja tradicional, o trabalho pedagógico dos seus profissionais necessita ser progressista e atenda aos interesses da sua comunidade.
A escola necessita de alegria, tanto dos seus estudantes, da sua comunidade, quanto dos seus professores, pois todos trabalham em razão da formação de novos cidadãos que compreendem a realidade social em que estão inseridos. Mas, ainda assim, as ações permitem a realização de críticas e a modificação desta realidade mais justa e inclusiva.
Partindo deste princípio, a escola não seria um local de aquisição de conhecimentos (que alguns pensam não ter sentido) e nem de rotinas. Seria o lugar para pensar novas formas de ensinar, estimular a criatividade que, com certeza, não estariam restritas a uma sala de aula, pois caberia aos professores explorarem os diversos espaços e instrumentos existentes na escola e, quando possível, fora dela para que a aprendizagem tivesse sucesso.
Para comemorar o Dia da Escola (15/03) nada melhor do que promover reflexões com a comunidade escolar sobre a estrutura da escola, permitir sonhar com espaços tecnológicos que deveriam fazer parte da sua realidade e refletir sobre as condições de trabalho e formação dos seus professores. E como resultado, encaminhar um relatório para a sua respectiva Secretaria de Educação para que seja possível pensar novas políticas públicas que visem a qualidade do ensino aos estudantes e para toda a população.
Marcos Aurélio Silva Soares - mestre em Educação e coordenador de Cursos de Pós-Graduação na área de Educação do Centro Universitário Internacional UNINTER
Nenhum comentário:
Postar um comentário