Dermatologista do CEJAM aborda 7 dúvidas mais frequentes sobre o tema
Piercings e tatuagens têm sido parte da expressão humana por
milhares de anos, isso porque cada um carrega consigo histórias e significados.
Segundo uma pesquisa do instituto alemão Dalia, o Brasil está entre os 10
países onde mais pessoas se tatuam. Além disso, é o território em que se mais
faz buscas por tatuagem na internet, de acordo com o Google Trends.
Apesar de toda a popularidade dos dois procedimentos, há uma
série de mitos e verdades que cercam esses dois temas, principalmente em
relação à saúde da pele.
Pensando nisso, Bruna Morassi, dermatologista da AMA
Especialidades Capão Redondo, gerenciada pelo CEJAM - Centro de Estudos e
Pesquisas “Dr. João Amorim” em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de
São Paulo, responde algumas questões relevantes sobre o assunto. Confira
abaixo:
É verdade que o uso de piercings pode realmente causar
traumas na pele?
VERDADE! Os piercings podem apresentar diferentes complicações,
tais como o próprio trauma, sangramento local, infecções bacterianas e, até
mesmo, transmissões virais, como a hepatite, caso o material não seja
adequadamente esterilizado na hora da perfuração. Além disso, podem surgir
irritações na pele, tanto devido ao trauma agudo e inchaço como à alergia ao
metal, principalmente a materiais como o níquel e o ouro. Portanto, é
importante dar preferência pelo uso de metais como titânio ou aço inoxidável
cirúrgico nos piercings, além de realizar o procedimento em um lugar seguro e
confiável.
Irritações na pele são comuns somente após a perfuração?
MITO! As alergias de contato ao metal, por
exemplo, podem ocorrer imediatamente caso a pessoa tenha sensibilidade ao
material utilizado na joia ou podem se desenvolver ao longo de meses ou até
anos. Nessas alergias, é comum que o local do piercing fique vermelho e irritado,
podendo apresentar coceira e descamação.
E as tatuagens? Elas também podem
ocasionar traumas na pele?
VERDADE! Tanto as tatuagens decorativas como as
de maquiagem permanente podem resultar em uma resposta inflamatória aguda
transitória, também induzida pelo trauma das perfurações realizadas nos
procedimentos. Podem ocorrer dores, formação de bolhas, crostas e pequenos
sangramentos. Em casos mais graves, o organismo ainda pode responder com pus e
febre.
As reações alérgicas à tatuagem são, muitas
vezes, atreladas a um tipo de pigmento inserido na arte. Elas podem
manifestar-se logo no início ou até anos após, sendo crônicas e persistentes. Alguns
tipos de pigmento em cor vermelha estão mais associados a alergias crônicas.
Pessoas que já contam com doenças na pele
podem fazer tatuagem normalmente?
MITO! Em relação a pacientes com doenças
dermatológicas, as tatuagens geralmente são contraindicadas, especialmente nos
casos de doenças alérgicas e condições como psoríase e vitiligo, as quais podem
desencadear lesões e traumas. Mas, cada caso deve ser avaliado individualmente
com seu dermatologista.
Existem áreas que, ao realizar algum dos
dois procedimentos, podem ocasionar maiores riscos para a saúde?
VERDADE! Em relação aos piercings, as áreas com
maior risco de complicações são o umbigo, seguido da orelha. No entanto, os
casos de complicações mais graves e arriscadas ocorrem com piercings na língua
e na região genital. Quanto às tatuagens, áreas do corpo, como as mucosas oral
e genital, são consideradas locais contaminados, apresentando maior risco de
complicações.
Quanto aos queloides, existe um local em
que há mais riscos?
VERDADE! Os locais mais comuns para
aparecimento de queloides após esses procedimentos são nas regiões da orelha,
ombro e peito. Lembrando que é mais frequente em pessoas de 10 a 30 anos,
porém, no geral, pode acontecer com qualquer pessoa.
É possível melhorar a cicatrização da
pele após os procedimentos?
VERDADE! Além dos cuidados locais e do uso de pomadas
cicatrizantes, é recomendado evitar o consumo de álcool e cigarro, além de
manter uma dieta balanceada. É importante
ressaltar que diagnósticos de hipertensão, obesidade, diabetes e doenças
autoimunes também podem interferir no processo de cicatrização e devem ser
controladas antes desses procedimentos.
Ademais, é crucial
o uso de protetor solar, principalmente no caso das tatuagens. Isso porque a
exposição inadequada ao sol pode não só comprometer a qualidade estética do
trabalho, mas também prolongar o tempo de cicatrização e aumentar o risco de
complicações.
CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”
@cejamoficial
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