Pesquisa do Sebrae foi apresentada na FIDI e mostra que duas em cada três empresas do setor já atuam com o ecoturismo
Tirar férias e recarregar as energias em contato
com o meio ambiente nos incontáveis destinos turísticos brasileiros
reconhecidos por suas belezas naturais está atraindo cada vez mais adeptos do
país e do exterior. É o que aponta a pesquisa “Ecoar”, realizada pelo Sebrae e
apresentada nesta terça-feira (19), na Feira Internacional de Destinos
Inteligentes, que acontece em Curitiba (PR). De acordo com o levantamento, esse
modelo de turismo já é responsável por quase 60% do faturamento dos pequenos
negócios do setor. Ainda segundo o levantamento, o ecoturismo já é ofertado em
65,9% das empresas da indústria do turismo.
A pesquisa foi realizada pelo Polo Sebrae de
Ecoturismo, com o apoio da Associação Brasileira das Empresas de Turismo de
Aventura (Abeta), da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo
(Embratur) e do Ministério do Turismo. No total, foram entrevistados cerca de
3,2 mil empresários do segmento.
Com a Chapada dos Guimarães, o Pantanal e as
belezas naturais de Nobres, o estado que mais atua no ecoturismo, de acordo com
a pesquisa, é o Mato Grosso (85,9% das empresas entrevistadas). Na sequência, o
Mato Grosso do Sul, com as águas cristalinas de Bonito e a riqueza da região
pantaneira, conta com 83% das empresas atuando com ecoturismo – o que
representa 70% do faturamento do setor no estado. Já o Rio de Janeiro é o que
apresentou o menor volume de ações voltadas ao ecoturismo (54,9% das empresas).
As atividades mais oferecidas nesse modelo de negócio são: caminhadas/trilhas,
observação de vida silvestre, caminhada de longo curso, cicloturismo e
montanhismo.
“A pesquisa mostra um resultado expressivo que nos
possibilita promover ainda mais o ecoturismo entre os pequenos negócios e
orientar as políticas públicas para os próximos anos com ações mais
assertivas”, destacou a coordenadora de Turismo do Sebrae, Ana Clévia
Guerreiro. “O estudo nos mostra que o caminho para o desenvolvimento
sustentável passa, necessariamente, pelos pequenos negócios, e nos insere de
vez na promoção da agenda da economia verde, um dos temas propostos para a
COP30, que será realizada em Belém (PA), em 2025”, completou.
O levantamento ainda apontou os principais desafios
que são enfrentados pelos empresários para o desenvolvimento do ecoturismo no
Brasil, como: a necessidade de envolvimento das comunidades locais, a gestão de
impactos e a preservação do ambiente, parcerias entre as entidades públicas e
as empresas para comercialização do produto ecoturismo, além da implementação
de procedimentos e normas técnicas.
Ecoturismo é resposta às demandas
da sociedade
Para o proprietário do Balneário Estrela do
Formoso, em Bonito (MS), Lucas Alves Ferreira, o levantamento pode contribuir
para uma melhoria no atendimento e no faturamento do seu negócio. “Diante da
pesquisa, o setor de turismo e o poder público podem se antecipar em relação a
investimentos. Além disso, nossos negócios podem se adequar em relação aos
serviços, transporte, acomodações, de acordo com aquilo que os consumidores
estão buscando”, contou.
Recentemente, o empresário participou de uma missão
para a Nova Zelândia, junto com o Sebrae, para entender mais sobre o turismo
sustentável. “Investir nesse segmento é uma resposta à sociedade. Temos visto
um comportamento do turista que está cada vez mais interessado nas questões
ambientais e sociais e não podemos ficar para trás”, comentou.
Atuação
Para apoiar os pequenos negócios do setor, o Sebrae
atuou junto a mais de 2,1 mil empresas de turismo em 2023, por meio do Programa
Brasil Mais Produtivo, com a realização de 57 ações. O resultado é que esses
negócios alcançaram, em média, um aumento de 15,6% no faturamento.
As ações voltadas para o setor de ecoturismo estão
alinhadas com a metodologia de Destinos Turísticos Inteligentes (DTI), do
Ministério do Turismo. Um dos produtos é a realização de um diagnóstico para
verificar o status de maturidade dos municípios. Nesse diagnóstico são
avaliadas sete dimensões: tecnologia, governança, experiência do turismo e a sustentabilidade
ambiental, social, econômica e de acessibilidade.
“O mercado de ecoturismo é de US$ 181 bilhões e o
Brasil é o melhor destino de ecoturismo do mundo, ocupando o primeiro lugar
entre mais de 150 países. Em todas as regiões brasileiras existe potencial para
esse ramo do turismo”, ressaltou Isabela Monteiro, diretora do Polo de
Ecoturismo do Sebrae, localizado na cidade de Bonito (MS).
Por meio do Sebrae, os
empreendedores também têm acesso a outras iniciativas, como o Polo de
Ecoturismo [https://ecoturismo.sebrae.com.br/], que produz e dissemina
conteúdos voltados a ajudar os pequenos negócios; o Programa Aventura Natural;
o Mapeamento do Enoturismo e os Agentes de Roteiros Turísticos.
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