Brasil registra mais de 650 mil casos
nos dois primeiros meses do ano Trecho do vídeo do De Criança Para Criança
feito por alunos em sala de aula
De
acordo com o Ministério da Saúde, a epidemia atual de dengue será a pior dos
últimos anos. Dados do Painel de Arboviroses do Ministério registram 653 mil
casos prováveis de contágio na população nos dois primeiros meses do ano e os
números tendem a aumentar.
Ainda
no início de fevereiro, o Ministério estimou que os casos prováveis e efetivos
de dengue podem chegar ao acumulado de 4,2 milhões em dezembro, o maior da
história. Isso representa pouco menos que o triplo de casos totais do ano
passado, que atingiu 1,6 milhão.
A
emergência sanitária também acende o alerta em relação às crianças, que estão
entre os grupos mais sensíveis ao contágio e voltando a frequentar as aulas.
“Diante da gravidade do assunto, é importante as escolas adotarem medidas de
precaução e abordarem o tema nas aulas de forma criativa, com vídeos e
atividades práticas”, afirma Vitor Azambuja, cofundador da
metodologia educacional De Criança Para Criança (DCPC).
Na
salas de aula
“É
importante saber se as crianças estão acompanhando o assunto e compreendendo a
necessidade dos cuidados com a saúde. A dengue voltou e as crianças podem falar
disso para outras crianças usando a sua própria expressividade. O que uma
criança fala, a outra entende”, destaca Vitor.
Do
ensinamento teórico ao prático, é possível trabalhar o tema da dengue de
diversas formas nas salas de aula, acrescenta o professor e consultor
pedagógico do DCPC José Francisco Aparecido, conhecido como Chiquinho.
Se o professor já tiver passado as informações sobre como é o mosquito, onde
ele se aloja e período de atividade, os alunos podem fazer uma pesquisa na
própria escola.
“Visto
que o mosquito da dengue é ativo de dia e age principalmente no período de
aula, dá para levar as crianças aos espaços da escola para ver se há vasos com
água empoçada e tudo aquilo que propicia ao mosquito se reproduzir. A criança
tem que ter noção, mas é importante que ela visualize. Dessa forma, quando ela
voltar para sua casa, fará o mesmo”, detalha Chiquinho.
Usar
outras ferramentas pedagógicas também ajuda a fixar conceitos, continua o
professor. Como sugestões, podem ser realizados podcasts ou trabalho específico
com especialistas na área da saúde, além de palestras para as crianças por meio
de fantoches, jogos e atividades criativas. Entre elas está a metodologia do
DCPC, de transformação de histórias em desenhos animados.
Criatividade
na escola
Pela
metodologia do DCPC, os alunos do Ensino Fundamental das escolas parceiras
escolhem um tema mediado pelo professor e criam uma história com roteiro, desenhos
e narração. Os arquivos são digitalizados e enviados à plataforma do DCPC para
serem transformados em animação.
Um dos
exemplos é o vídeo “Vamos combater a dengue” (Link), animado pelo DCPC a partir de uma história feita por
alunos da 3ª série do Ensino Fundamental do colégio Anglo Vinhedo. A história é
sobre como os filhos de um homem picado pelo mosquito da dengue se esforçam
para cuidar dele e conscientizar as pessoas sobre os cuidados necessários para
evitar a proliferação dos mosquitos.
Vitor Azambuja - É especialista em criação, diretor de arte e artista plástico. Formado em publicidade e piano clássico, trabalhou em diversas agências de propaganda, criando filmes e anúncios para grandes anunciantes. Um dos criadores do programa De Criança Para Criança, é sócio e diretor criativo da empresa. Foi premiado em festivais de propaganda no Brasil e no exterior. Realizou exposições de pinturas em São Paulo, Rio de Janeiro, Nova Iorque, Miami e Paris. Seu propósito é fazer com que as crianças do mundo inteiro aprendam desenvolvendo a sua criatividade.
José Francisco Aparecido - conhecido como “Professor Chiquinho”, é educador desde 1995 e pedagogo do DCPC. Nos últimos 12 anos foi diretor escolar e atualmente é pesquisador da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) Portugal, doutorando em Ciências da Educação pela Universidade de Évora, investigador do CEIS 20 na área de Estudos Contemporâneos - Universidade de Coimbra. Membro do Centro de Investigação em Estudos da Criança – CIEC da Universidade do Minho. Mestre em Educação, Arte e História da Cultura e Especialista em Literatura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Graduado em Pedagogia pela Universidade Paulista, formado em Artes Cênicas e Mímica pela YWAM - EUA. Ator, diretor, cenógrafo, aderecista, escritor de literatura infanto-juvenil, professor de História da Arte e professor nos cursos de pós-graduação no IBFE- Campinas. Dedica-se na divulgação da Arte e suas linguagens e em projetos que visam a valorização da Língua Portuguesa nos países Lusófonos.
De Criança para Criança
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