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sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Leucemia mieloide aguda (LMA): entenda os riscos, sintomas, causas e opções de tratamento

Doença que afeta o sangue pode atingir pessoas de todas as idades; especialista do Hospital IGESP destaca a importância do diagnóstico precoce 

 

Filha do empresário e apresentador Roberto Justus, a criadora de conteúdo Fabiana Justus, de 37 anos, anunciou recentemente que foi diagnosticada com leucemia do tipo mieloide aguda (LMA). A doença é um câncer que se origina nas células-tronco presentes na medula óssea, comprometendo a produção de células sanguíneas saudáveis e substituindo-as por células anormais que não desempenham suas funções. 

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o Brasil deve registrar 34.620 novos casos de leucemia entre 2023 e 2025, o que corresponde a 5 diagnósticos ao ano por cada grupo de 100 mil habitantes. A Dra. Gabriela Aguiar Bulhões, hematologista do Hospital IGESP, explica que a leucemia pode ser categorizada como aguda ou crônica, com base no tipo da célula doente e a sua funcionalidade. 

“A leucemia é considerada aguda quando as células jovens existentes na medula óssea – os blastos – sofrem mutações, não conseguem amadurecer e passam a se multiplicar de forma descontrolada, causando uma enfermidade agressiva e com rápida evolução. Nesses casos, o tratamento quimioterápico deve ser iniciado de forma imediata”, pontua. “Já a leucemia crônica ocorre quando a alteração acontece em células mais maduras. Nesse caso, a doença costuma evoluir mais lentamente, com complicações que podem levar meses ou anos para serem identificadas. Alguns tipos, como a leucemia linfocítica crônica, podem inclusive, não ser realizado tratamento específico se o paciente não apresentar critérios para isso”, acrescenta. 

No caso de Fabiana Justus, diagnosticada com leucemia mieloide aguda, a agressividade da doença demanda uma abordagem terapêutica rápida e eficaz. “A LMA é caracterizada pelo crescimento descontrolado de células mieloides imaturas na medula óssea, resultando na substituição das células sanguíneas normais. Este tipo de leucemia exige diagnóstico precoce, para que o tratamento seja iniciado o mais rápido possível e, assim, aumente as chances de cura. Em alguns casos, é indicado também o transplante de medula óssea halogênico após a quimioterapia”.

 

Sintomas, diagnóstico, causas e tratamento

A especialista do Hospital IGESP destaca que, além dos riscos de desenvolver infecções pela fragilidade do sistema imunológico, a leucemia compromete a produção de glóbulos vermelhos e plaquetas, o que pode levar a anemia, hematomas ou sangramentos. Alguns dos sintomas mais comuns são: febre, fraqueza, anemia, infecções, sangramentos, dor óssea e aumento dos gânglios linfáticos, baços e fígado. 

Para identificar a incidência da doença, é feita a análise do sangue inicialmente pelo hemograma. No caso de o exame apresentar alterações indicativas da doença, o paciente deve ser submetido ao estudo da medula óssea, com o mielograma e a imunofenotipagem da medula óssea, para confirmar o diagnóstico. 

Com relação à causa da doença, a Dra. Gabriela explica que o surgimento está relacionado a alterações moleculares/mutações nas células-tronco. “Alguns fatores de risco podem ser identificados, mas não existe uma explicação exata para as alterações genéticas. Essas alterações fazem com que as células se tornem disfuncionais, causando o desenvolvimento do câncer”. 

Já o tratamento, especialmente para a leucemia mieloide aguda, é feito em duas etapas: indução de remissão e consolidação. “A etapa de indução é feita com o objetivo de destruir o maior número de células cancerígenas, que envolve o tratamento intenso de quimioterapia venosa, que é feito durante a internação hospitalar. Já a segunda etapa é iniciada quando o paciente entrou em fase de remissão (quando a doença não aparece nos exames). Com a doença controlada, as sessões de quimioterapia de consolidação são feitas para combater os focos residuais da doença, eliminando-a por completo. Além disso, quando elegível, o transplante de medula óssea pode ser necessário como parte do tratamento, conforme a avaliação de cada caso”, finaliza.



Hospital IGESP
Para mais informações acesse: Link


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