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terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

FEBRASGO reúne especialistas no combate à Dengue e alerta sobre cuidados específicos para gestantes e lactentes

 Gestantes fazem parte do grupo de risco e os sintomas podem variar de forma assintomática a grave, podendo resultar em morte se não diagnosticados precocemente

 

Nos primeiros dias de 2024, o Ministério da Saúde divulgou que o Brasil enfrentou um total superior a 520 mil casos prováveis e confirmados de dengue. Os dados, anunciados em 14 de fevereiro, também indicam o registro de 84 óbitos confirmados pela doença, com outras 346 mortes em fase de investigação. Diante dessa situação preocupante, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) estabeleceu o Grupo de Trabalho (GT) sobre Dengue na Gestação, com o objetivo de abordar de forma específica a gestão da doença em mulheres grávidas e puérperas. 

A presidente da FEBRASGO, Dra. Maria Celeste Osório Wender, explica que além de sobrecarregar o sistema de saúde, o aumento do número de casos de dengue no país traz riscos à vida dos pacientes: “Sabemos que as gestantes são um grupo de mais risco, pois há maior mortalidade entre gestantes com dengue. A prioridade da FEBRASGO é garantir a saúde da gestante e do bebê, por isso atuamos para orientar e capacitar os ginecologistas e obstetras do país”. 

Os sintomas da dengue podem variar de forma assintomática a grave, podendo resultar em morte se não diagnosticados precocemente e tratados adequadamente. A presença de febre, juntamente com pelo menos dois outros sintomas, como dor muscular, exantema, dor retro-orbital, artralgia, diarréia, náuseas e vômitos, é o principal indicativo de suspeita da doença. Nesses casos, é recomendado iniciar a hidratação imediatamente, aguardando os resultados laboratoriais, incluindo o hemograma. “Para fazer o diagnóstico correto é importante que o médico ouça a história da paciente. Assim, saberá quando os sintomas começaram e quais exames devem ser realizados. Nos primeiros quatro a cinco dias de sintomas, o certo é fazer o teste de antígeno (NS1 ou o PCR) para avaliar a presença do vírus da dengue. Após esse período, deve-se pedir o exame sérico (IgM e IgG)”, explica Dr. Geraldo Duarte, membro do Grupo de trabalho.
 

Principais orientações para gestantes 

Dado que não existem medicamentos específicos para combater o vírus da dengue, nos casos de menor gravidade, quando não há sinais de alarme, a orientação é repouso e ingestão abundante de líquidos. Em gestantes com dengue é essencial avaliação diária com repetição do hemograma até 48 horas após o desaparecimento da febre. Em situações menos complexas, o acompanhamento ambulatorial é recomendado. Contudo, se o quadro clínico se tornar grave, com a presença de sinais de alarme, a internação é indicada. Em casos de sinais de choque, sangramento ou disfunção grave de órgãos, a paciente deve ser tratada em uma unidade de terapia intensiva. 

Embora a vacina contra a dengue não seja apropriada para gestantes e lactentes, devido à base imunizante de vírus vivos atenuados, sua administração é aconselhada para mulheres que planejam engravidar, assim que houver maior disponibilidade do imunizante.
 

Repelentes Indicados 

Para as gestantes, é fundamental usar repelentes aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), como a picaridina, icaridina, N,N-dietil-meta-toluamida (DEET), IR 3535 ou EBAAP. “Já os repelentes naturais, como óleos caseiros de citronela, andiroba e capim-limão não possuem eficácia comprovada nem aprovação da Anvisa até o momento”, ressalta o Dr. Antônio Braga, membro do GT.


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