Conselho Regional de Farmácia do Estado de São
Paulo alerta para a combinação perigosa de álcool e medicamentos
À medida que nos aproximamos do carnaval, muitos
foliões já se preparam para celebrar a festa em diversos ambientes, desde
blocos de rua até desfiles de escolas de samba e clubes. No entanto, é
fundamental conscientizar sobre os riscos associados à combinação de álcool e
medicamentos.
Quando álcool e medicamentos entram em contato no organismo, há o potencial de
desencadear reações prejudiciais, como toxicidade. Ao ingerir álcool, o fígado
ativa enzimas para metabolizá-lo, as mesmas enzimas responsáveis por processar
alguns medicamentos. Isso pode sobrecarregar o organismo, comprometendo a
eficácia dos medicamentos e impactando a saúde hepática.
Diversos medicamentos, como dipirona, paracetamol, ácido acetilsalicílico,
ibuprofeno, podem ter seu efeito comprometido pela interação com o álcool. Além
disso, a combinação de álcool com certos medicamentos pode resultar em efeitos
adversos, como hepatite medicamentosa, aumento do risco de úlcera gástrica e
sangramentos, toxicidade gástrica e até mesmo desidratação.
O Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo alerta que a educação e
a conscientização desempenham um papel crucial na prevenção dessas interações
prejudiciais. Recomenda-se evitar o consumo excessivo de álcool, intercalando-o
com água ou outros líquidos, além de alimentos, para minimizar os efeitos
deletérios. Em casos de dúvida sobre a interação de medicamentos com o álcool,
é aconselhável buscar orientação de um farmacêutico.
Interações entre medicamentos e álcool:
Álcool e antidepressivos: aumento de reações adversas e
efeito sedativo. Diminuição da eficácia dos antidepressivos.
Álcool e ansiolíticos (benzodiazepinas): aumento do
efeito sedativo. Risco elevado de coma e insuficiência respiratória.
Álcool e inibidores de apetite: desaconselhado devido ao
potencial de efeitos no sistema nervoso central. Possíveis efeitos: tontura,
vertigem, fraqueza, síncope e confusão.
Álcool e insulina: potencial geração de hipoglicemia.
Inibição da disponibilidade de glicose, exigindo atenção à alimentação.
Possibilidade de efeito antabuse, que causa náusea, vômito e pode levar a
morte. O uso agudo de etanol prolonga os efeitos da insulina e o uso crônico de
álcool inibe antidiabéticos.
Álcool e anticonvulsivantes: aumento de efeitos
colaterais. Risco elevado de intoxicação. Redução da eficácia contra crises de
epilepsia.
Álcool e dipirona: potencialização do efeito da dipirona
pelo álcool.
Álcool e paracetamol: aumento do risco de hepatite
medicamentosa.
Álcool e ácido acetilsalicílico: elevação do risco de
sangramentos no estômago. Potencialização dos efeitos irritativos do ácido
acetilsalicílico.
Álcool e antimicrobiano: associação com certos
antibimicrobianos pode causar efeitos graves como o antabuse. Exemplos:
metronidazol, trimetoprim-sulfametoxazol, tinidazole, griseofulvin. Outros
antimicrobianos como cetoconazol, nitrofurantoína, eritromicina, rifampicina e
isoniazida não devem ser combinados com álcool devido ao perigo de inibição do
efeito e potencialização da toxicidade hepática.
Álcool e anti-inflamatórios: aumento do risco de úlcera
gástrica e sangramentos.
CRF-SP - Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo
www܂crfsp.org.br
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