Neuropedagoga
explica que incentivar gestos e contato visual, entre outros pontos, é
fundamental
Uma criança não verbal, ou seja, uma criança que
tem dificuldade de se comunicar verbalmente, precisa ser estimulada de outras
formas para se desenvolver em sala de aula.
Segundo Mara Duarte, neuropedagoga, psicopedagoga,
psicomotricista e coach educacional, além de diretora do Grupo
Rhema, nestes casos, comunicações não-verbais, como gestos e contato
visual, devem ser incentivadas desde cedo, especialmente com relação a crianças
que estão no espectro autista, onde a linguagem pode se manifestar de maneira
singular.
“O autismo não-verbal apresenta desafios tanto para
a criança quanto para os educadores e familiares. A necessidade de desenvolver
formas alternativas de comunicação é essencial para compreender sentimentos,
pensamentos e vontades. Lembrando sempre que “não-verbal” não significa ser
incapaz de se comunicar, mas sim a dificuldade em fazê-lo verbalmente”, explica
Mara.
De acordo com a especialista, brincadeiras e
atividades lúdicas são ferramentas poderosas no desenvolvimento da linguagem.
“Comunique-se através de gestos, expressões e imagens. Estimule o
desenvolvimento da expressão corporal e facial, criando alternativas para
facilitar a comunicação. Também é fundamental permitir que a criança se
expresse no seu próprio tempo, sem pressões desnecessárias”, orienta.
Outro ponto importante, segundo Mara, considerando
que a imitação é uma forma de comunicar a compreensão mútua, é lembrar que os
jogos de imitação são ferramentas simples e eficazes que ajudam a
promover a interação e a compreensão.
A neuropedagoga afirma que é preciso pensar em
intervenção multidisciplinar. “Os professores devem colaborar com
fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e outros profissionais especializados
em autismo para desenvolver estratégias individualizadas e apoiar as
necessidades do aluno em diferentes áreas, como linguagem, habilidades motoras e
comportamento”, diz ela.
Além disso, utilizar sinalização visual pode ajudar
os alunos a entenderem a rotina diária, as instruções e as expectativas em sala
de aula, segundo a neuropedagoga. Os professores podem criar calendários
visuais, horários de atividades e listas de tarefas usando imagens ou símbolos
para auxiliar na compreensão. “É fundamental fornecer aos alunos com autismo
não-verbal formas alternativas de comunicação, o que pode incluir o uso de
sistemas de comunicação aumentativa e alternativa, como pranchas de
comunicação, e a criação de um ambiente que incentive e apoie o uso desses
recursos”, finaliza.
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