Na noite da última terça-feira (30), uma jovem veio a óbito após ter relação sexual com um jogador da base do Corinthians. O laudo apontou que houve uma “rutura de fundo de saco de Douglas com extensão à parede vaginal esquerda”, o que significa que ocorreu uma ruptura ou corte no local.
Yara Caldato (@yaracaldato), ginecologista regenerativa, funcional e estética, afiliada do Instituto Nutrindo Ideais (@nutrindoideais)/Belém, postou em seu Instagram, um vídeo onde explica que é possível sim o óbito com a lesão no saco de Douglas. Confira o que ela diz no vídeo:
“Ontem eu recebi algumas mensagens de
pessoas perguntando pra mim se isso é possível. Não sei se vocês viram essa
matéria que saiu que uma jovem após ter relação sexual ela teve uma ruptura de
uma região que se chama fundo do saco de Douglas que fica na vagina. Vou
mostrar pra vocês daqui a pouquinho. Ela começou a sangrar e ela foi a óbito. E
sim isso é possível de acontecer. Durante o meu período de residência médica,
infelizmente, vi alguns casos. Não é algo comum mas pode sim acontecer e a
gente tem que tomar cuidado durante as relações sexuais e com algumas posições
além do uso de alguns toys, aqueles brinquedos. Essa imagem mostra o canal
vaginal aqui e no fundo tem o fundo de saco de Douglas. Então essa é uma região
muito vascularizada, dependendo da posição que essa mulher está tendo relação
sexual o pênis pode sim bater com um pouco mais de força ali dependendo de como
está sendo essa relação ou o uso de alguns brinquedos de sex shop. O que que a
gente precisa entender? Como é uma região muito vascularizada pode bater ali e
sangrar bastante levando essa paciente a ter um choque mesmo e pode levar a
óbito se ela não procurar atendimento logo porque a gente precisa rafiar,
costurar essa região que foi lacerada, mas o que que uma notícia dessa nos traz
de alerta? A relação sexual ela não pode ser dolorosa ela não é pra sangrar,
então qualquer coisa que você começa a sentir muita dor ou tem um sangramento,
pare a relação imediatamente e observe, procure um atendimento de urgência se
for o caso. Infelizmente essas coisas acontecem pra nos servir de alerta”.
Afinal, o que é o saco de Douglas?
É uma estrutura anatômica na pelve humana. Este espaço está localizado entre o útero e o reto, na parte mais baixa da cavidade abdominal, e é uma parte importante da anatomia ginecológica.
O saco de Douglas é uma área potencialmente vazia que pode ser preenchida por órgãos ou tecidos vizinhos, dependendo da posição e do estado fisiológico do sistema reprodutor feminino. É uma área onde os médicos podem realizar exames ginecológicos e avaliar a presença de fluidos ou anormalidades.
Durante o ciclo menstrual, o saco de Douglas é uma região que pode ser examinada em busca de sinais de endometriose, uma condição em que o tecido semelhante ao endométrio cresce fora do útero. Além disso, é uma área comum para acumulação de fluidos em casos de doença inflamatória pélvica ou outras condições ginecológicas.
Assim, o saco de Douglas é uma região
anatômica importante no contexto ginecológico e é frequentemente considerado
durante exames e procedimentos relacionados à saúde reprodutiva da mulher.
O que mais faz uma
mulher sangrar após o sexo?
Segundo estudo publicado no site NHS, o sangramento pode indicar:
·
Uma infecção, como doença inflamatória pélvica (DIP) ou uma
infecção sexualmente transmissível (IST), como clamídia;
·
Secura vaginal (vaginite atrófica) causada pela redução das
secreções vaginais após a menopausa;
·
Danos à vagina, como lacerações causadas pelo parto ou por secura
ou fricção durante o sexo;
·
Pólipos cervicais ou endometriais (crescimentos benignos ou não
cancerosos no útero ou no revestimento do colo do útero);
·
Ectrópio cervical (também conhecido como erosão cervical), onde há
uma área inflamada na superfície do colo do útero.
Portanto, o
acompanhamento frequente com ginecologista é indispensável para manter a saúde
íntima em dia.
FONTE:
Yara Caldato (@yaracaldato) - Ginecologista Regenerativa, Funcional e Estética, afiliada do Instituto Nutrindo Ideais (@nutrindoideais)/Belém. CRM-PA 11627 - RQE 5066. Graduada em medicina pela Universidade do Estado do Pará, pós graduada em ginecologia e obstetrícia pela Universidade Federal do Pará. Especialista em ginecologia e obstetrícia, membro da Associação Brasileira de Ginecologia Regenerativa Estética e Funcional. Atualmente é médica obstetra na Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, com atuação em patologias obstétricas de alto risco.
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