No Sesc Paulista,
a exposição Tornar-se ORLAN mostra a trajetória da artista francesa.
Já no Sesc
Pompéia, a exposição é sobre as obras de Ana Mendieta: "Silhueta em
Fogo" e "terra abrecaminhos"
EXPOSIÇÃO: "Tornar-se
ORLAN" - Sesc Avenida Paulista

Divulgação
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É a primeira mostra individual de ORLAN, artista francesa, em toda América do Sul, percorre as seis décadas de carreira da artista francesa, privilegiando mais de 60 trabalhos de uma produção atenta às questões latentes e tecnologias disponíveis de cada época. Nesta primeira mostra no Brasil, ela traz a, ORLANoide (2018/2023), robô criada por meio da biohacking (técnica que usa tanto a tecnologia quanto a biologia para formar humanos capazes de elevar seu desempenho corporal ao nível máximo), que convida o espectador a seguir as etapas de elaboração desta humanoide – autorretrato em escultura animada de ORLAN –, para entrar nos bastidores de sua fabricação: da modelagem à inteligência artificial.
Veja o vídeo da ORLANoide: https://www.youtube.com/watch?v=ctvisjNMhYU
A robô fala, canta, criando um espetáculo visual
real e um deep learning theater. (deep learning ou
aprendizagem profunda baseia-se em um conjunto de algoritmos relacionados
ao machine learning e suas aplicações no mundo real são
cada vez mais tangíveis). Adaptada para a exposição no Sesc São Paulo, a ORLANoide
utiliza tecnologias ainda mais atuais que vão possibilitar ao público interagir
com a artista em português, além do inglês e francês. O público pode
interromper esse processo aproximando-se do microfone, pressionando o botão e
mantendo-o pressionado pelo tempo necessário para fazer sua pergunta. Ao soltar
o botão, a ORLANoide registrará a pergunta e responderá.
Com radical poética voltada ao feminino, a partir
de uma perspectiva feminista, um dos nomes pioneiros da performance
traz ao Sesc Avenida Paulista uma exposição, com curadoria de Alain Quemin e
Ana Paula Simioni, que inclui fotografias, vídeos e esculturas, desde
performances seminais, como Corpos-esculturas da década de1960,
até ORLANoide, uma robô da artista constituída por
Inteligência Artificial, que poderá interagir com o público em português,
inglês e francês.
“Estimular a consciência crítica por meio da fruição artística representa, para o Sesc, instância fundamental de sua atuação educativa. Parte integrante dessa proposta, a investigação acerca da dimensão simbólica da corporeidade é tarefa fundamental para a viabilização de corpos, tanto individuais quanto sociais, efetivamente diversos”, destaca Danilo Santos de Miranda, diretor do Sesc São Paulo. A exposição é realizada com o apoio da Embaixada da França no Brasil e o Institut Français.
Serviço
Exposição: Tornar-se ORLAN
Sesc Paulista: Avenida Paulista, 119, Bela Vista,
São Paulo
Horários de visitação: até o dia
28 de janeiro de 2024. Terça a sexta, das 10h às 21h30. Sábados, das 10h às
19h30. Domingos e feriados, das 10h às 18h30.
Classificação etária: 14 anos
Onde: Arte I – 5º andar
Recursos de acessibilidade: Mapa e
objetos táteis, piso tátil, libras e audiodescrição
Gratuito – Aberto ao público
Visita Educativo: Tornar-se ORLAN
Horários de visitação: até 28 de
janeiro de 2024. Terça a sexta, das 10h às 21h30. Sábados, das 10h às 19h30.
Domingos e feriados, das 10h às 18h30
Classificação etária: 14 anos
Onde: Galeria Arte I – 6º andar
Gratuito – Agendamento de visitas
educativas para grupos: expo.avenidapaulista@sescsp.org.br
EXPOSIÇÃO: Ana Mendieta: "Silhueta em Fogo" e "terra
abrecaminhos"
Ana Mendieta, Creek, 1974, Super-8mm film
O projeto, com curadoria geral de Daniela Labra, curadoria adjunta de
Hilda de Paulo e assistência de Maíra de Freitas, resulta na primeira exposição
abrangente de filmes, escultura e fotografias realizada na América Latina de Ana
Mendieta (Havana, 1948 – Nova York, 1985), Silhueta em
Fogo, e na coletiva terra
abrecaminhos, com 30 artistas contemporâneas de gerações
diferentes, em diálogo com a obra da artista.
Mendieta foi para aos Estados Unidos em 1961 e em
1980 visitou Cuba pela primeira vez, indo sete vezes à terra natal de sua
família até 1983, como única artista autorizada a fazer exposições na ilha,
apesar do passaporte e nacionalidade norte-americanos. “Ana é considerada um
nome fundamental na arte contemporânea do final do século XX por seu trabalho
vital, transcultural, visceral, performático, atemporal, intrinsicamente
político”, destaca Labra.
Ana Mendieta: Silhueta em Fogo traz um recorte da produção multimídia da artista com obras concebidas
entre 1972 e 1983. A exposição histórica, conforme a curadora, evidencia o
pioneirismo de Mendieta em investigar a arte relacionando corpo, feminilidade
arquetípica, ancestralidade, cura, ecologia e performatividade. Segundo Labra
ainda, a sua poética visual se materializa em diferentes suportes estéticos
sendo original e contundente; a artista experimentou diferentes temas em
linguagens como Super-8, fotografia, esculturas em areia, madeira e pedras,
desenhos, intervenções na natureza e ações em espaços quase domésticos. “Obras,
como a série Untitled (Facial hair transplant) de 1972/1997, mostram Ana
Mendieta em situações que brincam com questões de gênero e documentação,
enquanto outras registram suas intervenções corporais na terra, também
filmadas”, conclui a curadora.
A mostra reúne obras icônicas, especialmente filmes
realizados entre 1973-1981 e fotografias de caráter performativo, além de uma
proposição escultórica. São apresentados 21 filmes em Super 8, 16 mm e Betacam
restaurados e digitalizados, incluindo uma cópia inédita de Black Angel,
com lançamento mundial na exposição. Também se apresentam 13 conjuntos de
fotografias que mostram a evolução de suas pesquisas desde a fase inicial na
Universidade de Iowa às imagens em preto e branco de grandes formatos, e a
silhueta de velas incandescentes Ñañigo Burial.
Sobre Ana Mendieta
Ana faleceu em setembro de 1985. Por um tempo,
antes e após seu falecimento, ela foi identificada principalmente como um nome
de destaque no contexto de artistas latinas em Nova York. Recebeu a primeira
retrospectiva póstuma em 1987 no New Museum, também em Nova York, mas será nos
anos 1990 que receberá mais retrospectivas institucionais, principalmente nos
Estados Unidos e na Europa, além do México. Nos anos 2000, Mendieta terá sua
obra catalogada, estudada minuciosamente por curadores e historiadores, os
quais lhe dedicaram extensos livros. Hoje, sua produção estética é amplamente
estudada em muitos campos da arte e da cultura, embora no Brasil ela ainda seja
pouco exibida e lida.
Daniela Labra aponta que ainda assim, Ana Mendieta
é uma influência artística contundente e reconhecida para muitas pessoas de
diferentes gerações que já acessaram sua obra. Esta retrospectiva apresenta um
recorte da linguagem visual e de fronteira da artista, exploradora singular de
diversas mídias e cosmogonias, conectada tanto a temáticas contemporâneas e
políticas de seu tempo quanto com culturas de eras ancestrais. “Compartilhamos,
neste evento, uma parte de seu gesto enérgico para quem sua arte foi
existência, o meio com o qual ela reestabeleceu os laços que a uniam com o
Universo”.
terra abrecaminhos
Simultaneamente, a mostra histórica de Ana Mendieta
se desdobra na coletiva terra abrecaminhos. A exposição
parte de uma abordagem ancorada no feminismo decolonial que aproxima a obra de
30 artistas que se autoidentificam enquanto mulheres cisgêneras, mulheres
trans, travestis e pessoas não-binárias com aspectos arquetípicos, culturais,
políticos e espirituais da obra de Ana Mendieta em suas implicações feministas.
A curadoria convidou artistas de diferentes gerações, filhas da diáspora mestiza
e de fronteira, alinhadas ao pensamento da filósofa chicana Gloria
Anzaldúa. Os trabalhos apresentam-se em diferentes suportes, incluindo
performances ao vivo, cujas proposições estéticas e políticas encontram muitos
pontos de contato com os gestos performativos de Ana Mendieta. Diversas autoras
embasam o discurso conceitual de terra abrecaminhos, entre as quais,
Gloria Anzaldúa, Cherríe Moraga, Audre Lorde e bell hooks.
“No desenho arquitetônico para o Sesc Pompeia, a
exposição Ana Mendieta: Silhueta em Fogo se encerra com as águas do
Atlântico negro do filme Ochún (1981), em conversa com as águas
doces que irrigam terra abrecaminhos,
que enraíza saberes feministas localizados pela régua da experiência de cada
pessoa propositora de imagens, formando encruzilhadas, traços que recortam
territórios sem comprimi-los, e abrindo passagens para que a vida transborde
sobre a pele do mundo. A imagem dos transbordamentos se volta também para a
própria”, destacam as curadoras Hilda de Paulo e Maíra Freitas.
Segundo as curadoras, a coletiva foi pensada a
partir das “inflexões críticas decoloniais dentro das teorias feministas,
colocando em relevo a circularidade das contranarrativas que retornam às
ancestralidades para recompor a imagem do presente, abrindo respiros na terra
com as intrincadas movimentações de artistas dentro dos feminismos e suas
pontes por solidariedades amorosas entre pessoas. terra abrecaminhos reverencia
o corpo, este que se produz enquanto se preenche de significação, este que é,
nos termos de Gloria Anzaldúa e Cherríe Moraga, teoria na carne em
gesto de fazer artístico”, afirmam.
Exposições: “Ana Mendieta:
Silhueta em Fogo” e “terra abrecaminhos”
Visitação até 21 de janeiro de 2024.
Terça a sábado, das 10h às 21h
Domingo e feriados, das 10h às 18h
Grátis. Livre
Sesc Pompeia – Rua Clélia, 93 - Pompeia - São
Paulo/SP
Sem estacionamento.Para informações sobre outras
programações, acesse o portal: sescsp.org.br/pompeia

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