Seis em cada dez casos são
identificados em homens com mais de 65 anosFreepik
De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de próstata é o segundo tipo mais frequente em homens brasileiros, atrás apenas do câncer de pele não melanoma, sendo também a segunda maior causa de morte, depois do de pulmão. Para o triênio 2023-2025, estimam-se 71.730 novos casos de câncer de próstata por ano.
Ao encarar esses dados, o diagnóstico precoce se torna uma opção crucial, pois não apenas aumenta significativamente as perspectivas de cura, mas também reduz a taxa de mortalidade, evita o sofrimento e minimiza a necessidade de tratamentos invasivos para controlar a doença. No entanto, surge a questão: qual é o método de diagnóstico mais eficaz?
Entre as abordagens disponíveis, destacam-se o exame de toque retal e o PSA (antígeno prostático específico). Porém, há uma resistência por parte dos homens em relação ao exame de toque retal, frequentemente devido a preconceitos.
Segundo uma pesquisa conduzida pelo Centro de Referência em Saúde
do Homem, 20% dos pacientes atendidos recusaram-se a permitir que o médico
urologista realizasse o exame de toque retal. Por outro lado, o teste PSA,
realizado por meio de exame de sangue, não enfrentou resistência significativa
por parte dos pacientes.
A Dra. Fauzia Naime, oncologista do Instituto Paulista de Cancerologia (IPC), especializada em câncer de próstata, afirma que 20% dos diagnósticos da doença são descobertos por meio do exame de toque retal, pois são tumores mais agressivos e não produzem PSA em grande escala.
“O ideal é combinar o toque retal e o PSA, isso possibilita em 80%
o diagnóstico. Muitas vezes, quando o tumor é muito pequeno, não é possível
diagnosticar por meio do toque retal. Por outro lado, alguns tumores maiores,
apesar de serem tocados, podem não expressar PSA. Além disso, exames de imagem
são fundamentais”, diz a oncologista do IPC. Entre os exames estão a
ressonância multiparamétrica da próstata, ultrassons e também biópsias para
confirmar o diagnóstico.
Após o diagnóstico, cada caso deve ser avaliado individualmente
antes de optar por um tratamento. Eles podem variar entre radioterapia,
hormonioterapia, quimioterapia, prostatectomia radical (cirurgia), entre
outros.
Como e em qual idade os homens desenvolvem câncer de
próstata?
Ocorrências de câncer de próstata são mais comuns em homens de
idade avançada. De acordo com dados do INCA, aproximadamente seis em cada dez
casos são identificados em homens com mais de 65 anos, sendo raro antes dos 40
anos. A média de idade no momento do diagnóstico é de 66 anos.
“O paciente tem a diminuição dos jatos urinários e um gotejamento maior após a micção. Às vezes, o homem pode sentir sensação de que a bexiga não está completamente vazia. Além disso, o aumento da frequência urinária, incontinência urinária, dor na pelve em casos mais avançados, sangue na urina e até mesmo nas fezes também podem ser sintomas de um câncer de próstata”, explica a oncologista.
À medida que os homens envelhecem, a capacidade de reparo celular
diminui. Isso, em comparação com a juventude, aumenta a probabilidade de um
crescimento anormal e desregular das células, o que desempenha um papel
fundamental no surgimento de um câncer de próstata. Contudo, a idade não pode
ser vista como uma sentença deste câncer, pois existem outros fatores que
contribuem para o diagnóstico.
“Em resumo, não existe um método isolado para diagnosticar o
câncer de próstata. Deve existir uma combinação de exames, alinhados com
métodos de prevenção. Evitar alimentos que podem aumentar a incidência do
câncer, como, por exemplo, carne vermelha, leite de vaca, embutidos, frituras,
alimentos industrializados, não possuir uma vida sedentária e realizar exames
de rotina, principalmente em homens com histórico familiar”, finaliza a Dra.
Fauzia.
Instituto Paulista de Cancerologia (IPC)
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