Bucomaxilo do Vera Cruz Hospital orienta sobre os primeiros procedimentos em casos de quedas, trombadas e outros acidentes domésticos e ao ar livre
Crianças são cheias de energia e vigor, principalmente no período de férias, já muito próximo. Basta um minuto de descuido e o som do choro dá o alerta: algo aconteceu. Pode ser uma queda, uma trombada ou um descuido com algum brinquedo. Seja o que for, mães, pais e responsáveis sempre acabam tendo que colocar em prática seu lado “médico”. Um joelho ralado, um arranhão no braço e outras situações menos complexas já estão na rotina. Mas o que fazer quando o trauma envolve a região bucal? A primeira coisa é não se desesperar.
“Em casos de traumatismo facial grave (com hematoma, dor ou sangramento) ou até mesmo de média intensidade que causem ou indiquem qualquer alteração, é importante levar a criança prontamente a um hospital. O especialista de cirurgia e traumatologia vai avaliar o quadro e definir qual será a conduta mais adequada”, salienta Ygor Telles Zuqui da Costa, cirurgião-dentista e traumatologista bucomaxilofacial do Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP).
Até a chegada à unidade de saúde, porém, é necessário adotar algumas medidas imediatas para amenizar as possíveis complicações decorrentes do traumatismo facial. “É importante limpar suavemente o local ferido com água corrente e fazer a compressão com uma toalha ou outro tecido limpo. Isso ajudará a conter o sangramento e amenizará os efeitos do trauma. Em seguida, até a chegada ao pronto atendimento, a orientação é ter uma compressa fria/gelada no local, que pode ser feita com pedras de gelo envoltas em uma toalha, bolsa de gelo ou algo do gênero. Isso ajudará a diminuir o inchaço e possíveis hematomas”, pontua.
Em caso de avulsão dental, ou seja, se o dente inteiro ou parte dele cair, deve ser colocado em um recipiente limpo, com leite, e levado junto ao atendimento emergencial. Se não for possível transportar em leite, pode ser em soro fisiológico. “É importante lembrar que não se deve lavar o dente perdido nem armazenar em água, pois diminui as chances de sucesso em um possível reimplante dental. No local de atendimento, o cirurgião bucomaxilofacial ou cirurgião-dentista avaliará a possibilidade de o dente ser reimplantado ou, em casos de fragmentos, estes serem restaurados”, esclarece.
Outro
ponto de atenção são as situações em que o dente entorta, seja para dentro ou
para fora. Nesses casos, a orientação é não mexer para não causar um dano maior
e procurar um especialista.
Fases x traumas
De modo geral, segundo o especialista, os atendimentos mais corriqueiros de traumatismo facial têm relação com queda da própria altura, tanto na infância quanto na adolescência. No entanto, o que varia é a intensidade e as situações em que ocorrem. “Em bebês de zero a três anos, são quedas ou colisões com móveis e objetos espalhados nos ambientes, pois, nesta fase, estão aprendendo a andar, se descobrindo, e é comum a perda de equilíbrio e a diminuição da percepção de espaço, levando a traumas faciais, principalmente escoriações e edemas”.
Em crianças com idade entre quatro e oito anos, a causa mais comum está relacionada a lutas, brincadeiras com as mãos e demais do gênero, que levam à queda. “Nesses casos, os traumas podem evoluir para cortes, escoriações mais importantes e até mesmo fraturas, que ocorrem principalmente em parques, escolas, durante os momentos de lazer, sendo mais comuns nos finais de semana ou durante atividades externas”.
Dos nove aos 12 anos, atividades mais intensas tendem a gerar traumatismos mais importantes, relacionados a atividades como andar de bicicleta, patins, skate e subir e descer de brinquedos mais altos, podendo levar a fraturas faciais, cortes, escoriações e hematomas.
Segundo
Zuqui da Costa, adolescentes tendem a ser mais conscientes dos riscos. “Nesta
fase, são mais comuns os traumatismos faciais em meninos do que em meninas
devido à tendência a atividades mais intensas, principalmente atividades
desportivas de contato e prática de atividades e esportes radicais, que
costumam causar fraturas faciais, edemas, cortes e escoriações”.
Tratamento
O
tratamento mais apropriado varia conforme a intensidade do traumatismo. “Os
casos mais comuns são aqueles com baixa ou média intensidade, que geralmente
levam a tratamentos conservadores (medicação e observação) ou pequenas suturas
(pontos). Já os casos mais graves podem necessitar de uma intervenção cirúrgica”,
explica.
Consequências
Em caso de trauma ou pancada na região bucal, o importante é investigar para descartar qualquer gravidade. “Esses traumas podem causar, além do dano estético, danos funcionais que, se não tratados de forma imediata e correta, podem levar a complicações no desenvolvimento facial e à necessidade de intervenções cirúrgicas mais complexas no futuro. Algumas sequelas podem gerar dificuldade respiratória, de abertura e fechamento de boca, de mastigação e deglutição, alterações de desenvolvimento facial e até mesmo danos neurológicos e visuais”, alerta.
A boa notícia é que a maioria
das complicações decorrentes do traumatismo facial, quando diagnosticada e
tratada de forma precoce, tende a apresentar um prognóstico extremamente
favorável. Por via de regra, o principal é procurar atendimento especializado,
geralmente um pronto-socorro, para que o paciente seja avaliado o mais
precocemente possível e, no máximo, ficar com uma pequena cicatriz de infância.
Dr. Ygor Telles Zuqui da Costa
(CBO 2232-68) - cirurgião-dentista e traumatologista bucomaxilofacial,
cirurgião oral e maxilofacial e odontólogo do Vera Cruz Hospital.
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