Antes
do surgimento da internet e, consequentemente, das redes sociais, existia o
império da comunicação formado por jornais, revistas e televisão, este meio
midiático era centrado em jornalistas, escritores, celebridades do esporte,
cultura e moda, políticos e figuras nacionais e internacionais importantes.
A
forma de se manter inteirado nos assuntos mais relevantes era através destes
meios de comunicação, além disso, as empresas utilizavam destes meios para
divulgar seus produtos e serviços, pagando pelos espaços publicitários. Poucas
pessoas de fora tinham voz ou acesso a poder se expressar.
Com
as mídias sociais tudo mudou, qualquer cidadão do globo, com exceções de países
que ainda censuram, podem e estão se expressando exponencialmente. O mundo têm
opinião sobre tudo e todos, parece que uma represa se rompeu e toda a água se
espalhou pelo mundo. Sob o aspecto democrático, podemos dizer que, dar voz aos
seres humanos, foi um excelente movimento. Entretanto, o que se iniciou como
uma forma de se comunicar, passou a ser uma indústria complexa e perigosa.
As
mídias sociais, quando criadas, foram categorizadas como plataformas de
tecnologia, no entanto, com o tempo, houve uma evolução e não é mais possível
categorizá-las assim. Não se pode mais negar que as redes sociais são meios de
comunicação, o que traz mais responsabilidade e regramentos, os quais as plataformas
não têm o menor interesse em seguir. Podem até tentar demonstrar boa-fé por
meio de implementação de práticas de autorregulamentação, mas isto não tem
funcionado, basta ver a imensidão de fake news circulando pelo mundo afora.
O
poder das plataformas aumentou tanto que agora são oligopólios, uma vez que
poucas empresas detêm grande parcela das informações do mundo. A ascensão das
plataformas de tecnologia introduziu novos e difíceis desafios, desde os
trágicos atos de violência ligados a culturas tóxicas online, à deterioração da
saúde mental e do bem-estar, aos direitos básicos de comunidades em todo o
mundo.
Os
Estados Unidos está tomando a frente no movimento de responsabilizar as
plataformas online, tanto na censura ilegal do discurso quanto na facilitação
de atividades criminosas online. O Brasil também tem se preocupado com este
tema, buscando uma forma de regulamentação.
Seria
imperativo a existência de regras sobre a responsabilização dessas empresas no
tocante a transparência para os usuários, questões relacionadas com o uso de
algoritmos indiscriminados, publicidade e governança corporativa.
Será
que o mundo precisa inventar a roda novamente? Por qual motivo não pode ser
aplicados os mesmos regramentos utilizados para os meios de comunicação nas
plataformas tecnológicas? Afinal, elas não são mais plataformas de tecnologia.
Houve uma evolução nos negócios, atualmente elas são o império da comunicação.
Afinal, como diz a expressão popular: com grandes poderes vêm grandes
responsabilidades.
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