Parceria entre o
governo do Estado e a Universidade Federal de Goiás (UFG) permite a realização
do exame pelo SUS e representa um grande avanço para salvar vidaskjpargeter
Goiás é o primeiro Estado brasileiro a
disponibilizar teste genético para câncer de mama herdado. Uma das cinco
unidades federativas a dispor de uma lei para Detecção de Mutação Genética dos
Genes BRCA1 e BRCA2 custeada pelo SUS, o governo estadual assinou, na última
quinta-feira (19/10), contrato de parceria com a Universidade Federal de Goiás
(UFG) que permite, efetivamente, a realização do exame. Para a mastologista
Rosemar Rahal, membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Mastologia (SMB),
a oportunidade de fazer o teste representa um impacto positivo na sobrevida de
pacientes portadoras de mutação.
Com a Lei nº 7.049/2015, conhecida como “Lei
Angelina Jolie”, o governo do Rio de Janeiro foi pioneiro em firmar convênio
com o SUS para a realização de exames em mulheres com histórico familiar de
diagnóstico de câncer de mama ou de ovário em todo o Estado. Minas Gerais, em
2019, foi o segundo Estado a aprovar uma legislação com mesma finalidade,
seguido de Goiás e Distrito Federal, em 2021, e Amazonas.
Mulheres com mutação nos genes BRCA1 e BRCA2,
segundo a Rosemar Rahal, têm mais chances de desenvolver cânceres de mama e
ovário. De acordo com a especialista, a mutação no gene BRCA representa um
risco de 80% para câncer de mama e 40% para o de ovário. “Embora a legislação
exista, podendo beneficiar uma grande parcela da população, ainda não foi de
fato implementada onde foi promulgada”, destaca.
Mas desde a última quinta-feira, a exceção entre as
cinco unidades da federação é o Estado de Goiás. A partir da assinatura do
convênio com a UFG, o painel genético para câncer de mama herdado será
realizado pelo Centro de Genética Humana do Instituto de Ciências Biológicas da
UFG, que dispõe de sequenciador, estrutura e recursos técnicos para a
realização dos exames.
A partir da identificação da mutação, medidas
profiláticas, como as cirurgias de mastectomia e ooforectomia (retirada dos
ovários), impactam diretamente na sobrevida das pacientes. “Hoje, além das
cirurgias profiláticas, existem medicamentos específicos para as mulheres com
câncer de mama e portadores desta predisposição genética”, afirma a
mastologista da SBM.
Para Rosemar Rahal, a parceria entre o governo de
Goiás e a UFG serve de espelho para o País. “É fundamental que os Estados
coloquem, de fato, as legislações em prática”, diz. Em tramitação federal, o
Projeto de Lei nº 265/2020 propõe a realização de testes genéticos para
prevenção, diagnóstico e tratamento dos cânceres de mama e ovário no âmbito do
SUS em todo o País. O direito já assiste as mulheres no sistema suplementar
operado pelos planos de saúde desde 2014. “Neste sentido, o convênio também é
um estímulo para que o Brasil, como um todo, ofereça o teste para as mulheres”,
conclui a representante da Sociedade Brasileira de Mastologia.
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