Formada em Psicologia e em Consultoria de Imagem e Estilo, Fernanda Moraes dá dicas de como se adequar aos ambientes de trabalho sem deixar seus gostos e sua personalidade de lado
Nos últimos anos, a discussão sobre o que é ou não permitido
no espaço corporativo vem ganhando espaço por causa da entrada de pessoas mais
jovens no mercado de trabalho e da flexibilização da jornada e das relações
nesse ambiente, principalmente após a pandemia e a abertura para o trabalho
remoto.
“Algumas diretrizes continuam mais rígidas, dependendo da
natureza da profissão e do tom do ambiente da empresa. As áreas jurídicas ainda
são as mais exigentes sobre a formalidade e, mesmo assim, já vemos advogados
ampliando o repertório da vestimenta, dependendo do tipo de cliente e da área
em que atuam”, afirma a consultora de estilo e imagem, Fernanda Moraes.
Segundo ela, duas reflexões podem ajudar na hora de saber o
que é ou não adequado: “Onde eu vou trabalhar? E o que eu quero contar
sobre mim no trabalho?” Para ela, quando o colaborador escolhe
estar dentro de determinada empresa, é imprescindível que entenda e siga as
orientações. “Existe um conhecimento prévio para aquilo e até uma expectativa
do cliente. Caso você acredite que aquelas diretrizes estejam desatualizadas, é
importante levantar a discussão, mas sabendo que as mudanças, se acontecerem,
vão levar tempo”.
Fernanda também defende que um ponto-chave é pensar sobre o
que queremos comunicar dentro do local de trabalho. “Como quer ser visto? Onde
você deseja chegar? Quais são seus objetivos? É importante saber que a
possibilidade de alcançá-los também pode estar ligada diretamente à forma como
você se veste, já que as roupas são capazes de transmitir uma mensagem e,
quando as usamos essas passam a ser as nossas mensagens também”.
Mas, a consultora afirma que tudo isso não depende apenas de
gastar dinheiro em lojas caras ou apenas à questão superficial de se vestir
bem. “Escolher roupas que contem quem você é e o que você é capaz de entregar
pode, inclusive, melhorar seu desempenho profissional. Algumas peças passam
pelo nosso imaginário quando falamos de roupas para o trabalho: blazer, sapatos
sociais, calças retas e roupas mais escuras. E sim, são peças que comunicam
formalidade, seriedade e até rigidez. Mas, quando eu entendo o que eu faço e o
que eu quero mostrar, podemos ir além. Uma camisa social de botões, por
exemplo, que seria uma peça formal para uma médica, pode ser escolhida na cor
rosa se ela for uma pediatra. Isso vai falar mais sobre a profissão dela do que
apenas a camisa branca”, orienta Fernanda.
Um exemplo masculino: um colaborador de uma empresa de
marketing que usa calça jeans todos os dias, e que pode até estar de acordo com
os códigos da empresa e que muda essa opção para uma calça mais ampla, leve,
com maior movimento mostra que tem criatividade, flexibilidade e isso pode
inclusive chamar a atenção maior da equipe.
“O que não podemos esquecer jamais é o bom senso e a
adequação. Essa é a palavra-chave para você escolher sua roupa de trabalho. Pensar se
aquela peça ou combinação que escolheu está relacionada com o que você faz e
com o cliente ou equipe espera de você. Sem constranger ou
inibir ninguém. O que usamos diz muito sobre quem somos e, escolher bem para
sair do ‘como todo mundo faz’ será um diferencial. Estar adequado ao seu
ambiente de trabalho, seja ele qual for, é um sinal de respeito com o seu
trabalho, clientes e com você”, pontua ela.
Exemplos práticos
Vendedora de produtos de cosméticos: uma boa sobreposição como um blazer leve, de viscose ou
linho, fica bem interessante para mostrar formalidade e abertura ao mesmo
tempo.
Atendimento em loja de shopping: Calças mais soltas, com aspecto confortável, cós mais alto
e com cores escuras, como azul marinho ou vinho trazem modernidade e
jovialidade.
Assistente jurídico: Um sapato mais fechado, com ou sem salto e, de preferência,
no couro e com uma fivela dourada vai garantir mais elegância. Observe também o
bom estado da peça, sem danos ou marcas do tempo, e sem excesso de elementos
como strass ou bordados.
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