Flávio Freire Sérgio Sister, Terras, cobre e ouro, 2022, tinta óleo sobre tela, 24 x 72,5 cm |
Dia 19 de agosto, 11h-15h | Em cartaz até 07 de outubro de 2023
Nara Roesler São Paulo tem o prazer de apresentar Pintura
entre Frestas e Cavidades, individual de Sérgio Sister que reúne
três séries de trabalhos desenvolvidas pelo artista ao longo das últimas
décadas, incluindo pinturas Pontaletes, Ripas e Caixas.
A mostra é acompanhada de texto de Felipe Scovino.
Sister iniciou sua carreira na década de 1960,
período em que o país vivia grandes turbulências políticas com a ascensão da
Ditadura Militar, com um trabalho marcado por uma linguagem fortemente
influenciada pela Arte Pop e a Nova Figuração. Engajado no movimento
estudantil, foi preso e torturado, tendo inclusive criado um importante corpo
de trabalhos na prisão. Libertado, retomou sua carreira artística apenas no
início da década de 1980, momento em que a pintura ressurgia com muita força no
cenário brasileiro e mundial. Desde então, sua pesquisa tem se voltado para
elementos constitutivos da pintura, como a cor e a superfície, e sua relação
com o espaço.
Na presente exposição, as pinturas sobre tela
consistem em dípticos e polítpticos de distintas cores agrupados entre si por
meio de uma chapa de metal. Entre eles, existem pequenos intervalos que são
preenchidos por faixas de cor. Nas palavras do crítico Felipe Scovino: “são
peças que requerem a construção modular, mas têm autonomia”. Ao mesmo tempo em
que Sister reafirma o monocromo de cada tela, bem como sua planaridade, causa
uma espécie de “quebra” por meio desses intervalos, abraçando a tridimensionalidade.
Outro importante corpo de trabalhos que integra a
mostra são as Caixas, em que o artista utiliza como suporte estruturas por
ele fabricadas que fazem alusão a caixas de madeira empregadas no transporte e
armazenamento de frutas e legumes em feiras livres e supermercados. Sister
recobre as faixas de madeira que constituem essas estruturas com diferentes
cores. Assim, através da tridimensionalidade do objeto, é possível perceber a
interação entre as tonalidades, levando também a pintura para um campo
expandido, no qual a mesma deixa de existir exclusivamente no plano e passa a
se dar também sobre objetos encontrados. Complementando a investigação entre
cor e tridimensionalidade estão também trabalhos da série Ripas,
na qual Sister dialoga com alguns importantes nomes da história da arte
brasileira, como Willys de Castro.
Também integram a exposição três pinturas
realizadas sobre papel kozo. Tal suporte, feito com fibra de papel de arroz, é
utilizado pelo artista desde o final da década de 1980 e, ao mesmo tempo que
chama a atenção por sua delicadeza, se destaca também por sua grande
maleabilidade e resistência. Os trabalhos da mostra possuem um caráter mais
orgânico que os anteriores da mesma série, apresentando mais liberdade e menos
rigor geométrico.
Sobre Sérgio Sister
Sérgio Sister (n. 1948, São Paulo, Brasil) iniciou
sua produção no final da década de 1960, período em que atuou como jornalista e
se aproximou da militância política de resistência ao regime militar brasileiro
(1964 – 1985). Como parte da geração 80, ele revisita uma antiga temática
pictórica: a interação entre superfície e tridimensionalidade, na tentativa de
liberar a pintura no espaço. O que marcou sua produção da época é a
superposição de camadas cromáticas, resultando em campos de cor autônomos que
coexistem harmoniosamente. Hoje, seu trabalho combina pintura e escultura. Ele
utiliza suportes derivados de estruturas encontradas e de sistemas designados a
servir a nossas necessidades cotidianas, como observado nas séries Ripas,
produzida desde o final dos anos 1990, e Caixas, desde 1996, cujos nomes
referem-se aos produtos manufaturados dos quais derivam.
Sérgio Sister reside e trabalha em São Paulo,
Brasil. Entre suas exposições individuais recentes, destacam-se: Then and
Now, na Nara Roesler (2019), em Nova York, Estados Unidos; Sérgio
Sister: o sorriso da cor e outros engenhos, no Instituto Ling
(2019), em Porto Alegre, Brasil; Sérgio Sister, na Kupfer Gallery
(2017), em Londres, Reino Unido; Sérgio Sister: Malen Mit Raum, Schatten
und Luft, na Galerie Lange + Pult (2016), em Zurique, Suíça; Expanded
Fields, no Nymphe Projekte (2016), em Berlim, Alemanha; Sérgio
Sister, Pinacoteca do Estado de São Paulo (2013). Participou das 9a
e 25a edições da Bienal de São Paulo, Brasil (1967, 2002).
Exposições coletivas recentes incluem: Co/respondences Galeria Nara Roesler NY (2023);
A
linha como direção, na Pina Estação (2019), em São Paulo, Brasil; The Pencil
is a Key: Art by Incarcerated Artists, no The Drawing Center
(2019), em Nova York, Estados Unidos; Géométries Américaines, du Mexique à la Terre de
Feu, na Fondation Cartier pour l’Art Contemporain (2018), em Paris,
França; AI-5 50 anos – Ainda não terminou de acabar, no Instituto
Tomie Ohtake (ITO) (2018), em São Paulo, Brasil; e MAC USP no século XXI – A era
dos artistas, no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São
Paulo (MAC USP) (2017), em São Paulo, Brasil (2017). Suas obras fazem parte de
importantes coleções, tais como: Centre Georges Pompidou, Paris, França;
François Pinault Collection, Veneza, Itália; Fundación/Colección Jumex, Cidade
do México, México; Museu de Arte Moderna do Rio de
Janeiro (MAM-Rio), Rio de Janeiro, Brasil; MAR; MASP; MAC-USP; Pinacoteca do
Estado de São Paulo, São Paulo, Brasil, entre outras.
Sérgio Sister – Pintura entre Frestas e Cavidades
De 19 de agosto a 07 de outubro de 2023
Galeria Nara Roesler | São
Paulo
Av. Europa, 655
Jardim Europa – São Paulo – SP
T 55 (11) 2039 5454
info@nararoesler.art
Seg a Sex | 10h–19h
Sáb | 11h–15h
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