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Descoberta pode ajudar no desenvolvimento de terapias futuras para impedir que as células cancerígenas cresçam e sobrevivam
Erros cromossômicos são uma marca registrada das
células cancerígenas. Defeitos no genoma decorrentes da separação incorreta dos
cromossomos (e do DNA contido neles) em cada divisão celular promovem
crescimento do tumor e resistência a terapias.
No entanto, o contrário também é verdadeiro, já que
níveis muito altos desse embaralhamento genômico caótico e persistente (chamado
de instabilidade cromossômica) são prejudiciais para os tumores.
Consequentemente, as células cancerígenas devem conter esses erros para
sobreviver.
Em uma pesquisa
publicada recentemente na revista médica Cell Reports Medicine, a bióloga
molecular e em células cancerígenas da Mayo Clinic Dra.
Veronica Rodriguez-Bravo, Ph.D. e sua equipe identificaram um “freio” usado
por células tumorais que possibilita que elas sobrevivam à alta instabilidade
cromossômica e se tornem mais agressivas. Os pesquisadores também descobriram
que os tumores de câncer de próstata resistentes a terapias demonstram a maior
instabilidade cromossômica em comparação com outros tipos de tumor. Se terapias
futuras forem desenvolvidas para continuar a instabilidade (ou seja, impedir o
efeito de “freio”), isso pode potencialmente impedir que as células cancerígenas
cresçam e sobrevivam.
“O estudo desafia ainda mais o dogma de que os
erros cromossômicos são, principalmente, promotores de tumores e propõe que os
erros podem realmente ser o calcanhar de Aquiles de tumores agressivos como os
do câncer de próstata metastático”, explica a Dra. Rodriguez-Bravo.
“Tipicamente, esses tumores são considerados ‘invencíveis’, por isso, foi muito
importante descobrir que eles são seletivamente sensíveis a medicamentos que
levam a aberrações cromossômicas ainda maiores em células tumorais. Por muitos
anos, os erros cromossômicos foram considerados principalmente promotores de
tumores porque estão associados à progressão agressiva de tumores.”
Os pesquisadores estudaram modelos experimentais
como células de câncer de próstata e modelos pré-clínicos derivados de
pacientes, combinados com análise de dados do paciente. A equipe descobriu que
as células de câncer de próstata com alto nível de instabilidade cromossômica
ativam genes específicos que impedem que as células adquiram mais erros
cromossômicos, garantindo que as células cancerígenas sobrevivam e continuem a
promover o crescimento do tumor. Sendo assim, tumores agressivos resistentes a
terapias podem evitar atingir níveis catastróficos de erro do genoma que os
matariam.
“O estudo mostra que prejudicar o ‘freio’ de
maneira terapêutica como uma estratégia para forçar as células cancerígenas a
acumular níveis de erro cromossômico fatais leva à morte de células tumorais
resistentes a terapias e melhora a sobrevida de modelos pré-clínicos derivados
de pacientes”, complementa a Dra. Rodriguez-Bravo. “O estudo fornece uma prova
de conceito para uma nova estratégia terapêutica contra tumores agressivos com
alta instabilidade cromossômica.”
O estudo foi um esforço científico da equipe da
Mayo Clinic envolvendo pesquisadores do Departamento de Urologia e do
Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular.
“O principal objetivo da nossa pesquisa foi revelar
vulnerabilidades cromossômicas de tumores agressivos como o de câncer de
próstata metastático para ajudar a desenvolver uma nova combinação de terapias
para os pacientes”, afirmou o Dra. Rodriguez-Bravo. “Estudar os processos
fundamentais usando a pesquisa básica e translacional em câncer é de extrema
importância para alcançar esse objetivo e encontrar oportunidades ocultas.”
A pesquisa foi subsidiada pela Fundação Mayo
Clinic, pelo Centro de Câncer da Mayo Clinic e pelo National Cancer Institute
(Instituto Nacional do Câncer dos EUA).
Para obter mais informações, acesse a revista de
pesquisas Discovery's
Edge.
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