Os micro-CPAPs não são indicados para a apneia do sono e podem ser perigosos

Nota oficial da Associação Brasileira do Sono sobre os micro-CPAPs

 

Associação Brasileira do Sono (ABS) alerta a população sobre os dispositivos atualmente comercializados como “micro-CPAPs”.

 

Os micro-CPAPs são pequenos dispositivos encaixados na região do nariz que prometem tratar a apneia obstrutiva do sono (AOS) de forma fácil e prática. O protótipo inicial não foi lançado oficialmente até hoje e, desde então, vários outros dispositivos similares passaram a ser desenvolvidos e comercializados. A ABS esclarece que esses dispositivos não possuem regulamentação do FDA (Federal Drug Administration) e da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), órgãos governamentais responsáveis pela regulamentação de equipamentos médicos. A ABS também esclarece que, até o momento, não existem estudos científicos que comprovem a eficácia desses produtos. Portanto, esses produtos não demonstram nenhuma eficácia comprovada para o tratamento da apneia do sono. 

Apesar do nome, os micro-CPAPs não refletem o mecanismo de funcionamento do tratamento com CPAP (Continuous Positive Airway Pressure). O CPAP é um dispositivo que fornece um fluxo de ar pressurizado para as vias aéreas, ajudando a mantê-las abertas durante o sono. Estudos científicos extensos e revisões sistemáticas demonstraram consistentemente a eficácia do CPAP no tratamento da AOS, resultando em melhorias significativas nos índices de eventos respiratórios, qualidade do sono, sonolência excessiva e outros desfechos clínicos quando comparado a placebos ou tratamentos alternativos. Portanto, o tratamento da apneia do sono com CPAP é um dos mais indicados por sua segurança e eficácia comprovadas.

A ABS ressalta que a apneia obstrutiva do sono é uma doença séria que requer tratamento adequado, pois suas consequências são amplas e significativas. A recomendação é que as pessoas que sofrem de apneia do sono procurem orientação de profissionais capacitados para indicar o melhor tratamento para cada indivíduo, levando em consideração a segurança e eficácia comprovadas do CPAP. A ABS alerta, ainda, que os “micro-CPAPs” podem ser perigosos, pois além de poder causar lesões na pele, eles retardam o tratamento efetivo da AOS. Assim, A ABS solicita às autoridades competentes que tomem medidas para coibir a comercialização desses produtos. 

 

Associação Brasileira do Sono - ABS é reconhecida mundialmente. A associação promove inúmeras atividades, incluindo cursos, reuniões com a sociedade civil e com os gestores de políticas públicas, além de promover diálogo constante com a sociedade sobre os mais diversos temas relacionados ao sono. A Associação Brasileira do Sono é responsável também pelo periódico cientifico Sleep Science, revista publicada em inglês com reconhecimento mundial, recebendo artigos científicos originais de todas as partes do planeta. As regionais do sono estão presentes em 22 estados do Brasil.