Trabalho concluiu
que exames de ultrassom com doppler nas artérias carótida e femoral devem ser
utilizados com mais frequência para identificar risco de infarto, derrame e
morte súbita em mulheres com atrite reumatoideAdobe Stock
Pesquisa realizada pelo Instituto de Assistência
Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe) aperfeiçoou a identificação do
risco de doenças cardiovasculares em mulheres com atrite reumatoide. O novo
protocolo de tratamento inclui a realização de exame de ultrassom com doppler
nas artérias carótida e femoral. A partir da nova metodologia foi possível
detectar com mais precisão aumento na espessura dos vasos e presença de placas
de gordura. As alterações podem causar infarto do miocárdio, acidente vascular
cerebral (AVC), derrame e morte súbita.
A nova abordagem de identificação de problemas
cardiovasculares em pacientes com artrite foi reconhecida pelo: Journal of
Clinical Rheumatology dos Estados Unidos. O veículo publicou o trabalho “Cardiovascular
Risk Assessment in Women With Rheumatoid Arthritis Through Carotid and Femoral
Artery Doppler Ultrasound” do Iamspe no volume 28 do periódico,
disponibilizado em março de 2023.
De acordo com a reumatologista e autora da
pesquisa, Dra. Nathália Sacilotto, a análise dessas artérias tende a ser
ignorada na realização dos exames de rotina do tratamento da artrite
reumatoide. “81% das participantes da pesquisa com artrite apresentaram placas
de gorduras ou engrossamento das paredes da artéria femoral, vaso que leva
sangue para os membros inferiores do corpo”, explica. Durante a análise, também
foram identificadas alterações na espessura da artéria carótida - que leva
sangue ao cérebro - em 31% das mulheres com a doença autoimune.
Para o estudo, as equipes dos Serviços de
Reumatologia e de Cirurgia Vascular do Hospital do Servidor Público Estadual
(HSPE) acompanharam 70 mulheres com mais de 44 anos. As participantes foram
organizadas em dois grupos: um de 35 pacientes com diagnóstico de artrite
reumatoide há uma década e outro com as demais 35 sem a doença.
O resultado da pesquisa surpreende, pois todas as
participantes do estudo foram selecionadas por apresentarem baixo risco de
eventos relacionados às doenças cardiovasculares. A classificação foi feita com
base na avaliação da Liga Europeia Contra Reumatismo, sigla em inglês Eular.
O estudo reforça a necessidade do cuidado redobrado
das equipes médicas com pacientes, que vivem com a artrite reumatoide. Essa
população tem de duas a três chances a mais de sofrer com problemas
cardiovasculares. O motivo da cautela está na inflamação nos vasos sanguíneos,
causada pela artrite reumatoide, que estreita ou obstruí o fluxo de sangue. O
controle da doença com terapia medicamentosa diminui os riscos e os episódios
de dor intensa.
A especialista explica também que a dificuldade de
locomoção causada pela artrite contribui ainda mais para o acúmulo de gorduras
nas artérias. “Essas mulheres enfrentam inflamações e fortes dores nas juntas
em decorrência da doença. Por isso, muitas deixam de realizar atividades
físicas, o que, em longo prazo, contribui para esse quadro”, pontua.
Dra. Sacilotto ainda acrescenta como método de
prevenção a adoção de um estilo de vida saudável. “Auxilia na redução das
placas de gordura nas artérias: alimentação balanceada, boa noite de sono e
prática de exercício físico de baixo impacto, principalmente, para as pessoas
que estão em tratamento para o controle da artrite reumatoide”, encerra.
Instituto de Assistência
Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo – Iamspe
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