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sábado, 13 de maio de 2023

O poder das ervas medicinais no cuidado com a saúde

Marcela Araújo, nutricionista da MedSculp e autora do livro Fitoterapia Aplicada à Nutrição, explica os benefícios e o modo de usar as folhas, raízes e sementes

 

Planta medicinal é toda planta ou parte dela que contém substâncias ou classe de substâncias responsáveis por ação terapêutica. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), as plantas medicinais são aquelas com tradição de uso como remédio em uma população ou comunidade, e que são capazes de aliviar ou curar enfermidades. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 80% da população de países em desenvolvimento adere a práticas tradicionais na atenção primária à saúde e, desse total, 85% fazem uso de plantas medicinais.

A ingestão das plantas medicinais é eficaz. Após a comprovação científica da base empírica desenvolvida por comunidades e grupos étnicos ao longo do tempo, o interesse acadêmico sobre plantas medicinais e seus usos têm crescido. Com isso, a fitoterapia foi inserida em cursos de graduação da área da saúde e programas de pós-graduação passaram a ter as plantas medicinais como linha de pesquisa.  

De acordo com Marcela Araújo, nutricionista da MedSculp e autora do livro Fitoterapia Aplicada à Nutrição, as plantas medicinais em geral são usadas em preparações caseiras, como chá (infusão, decocção ou maceração), suco, xarope caseiro, compressa, cataplasma, garrafada medicinal, banhos, inalação ou gargarejo. “A forma mais adequada de uso e preparo para aproveitar o benefício da planta medicinal depende de alguns fatores como, por exemplo, a parte da planta a ser utilizada. Por isso, mesmo sendo preparações caseiras para uso imediato, é fundamental a orientação de um profissional de saúde habilitado quanto ao preparo e a utilização dessas preparações”.

No geral, as plantas medicinais e fitoterápicos podem ser grandes aliados na manutenção da saúde, prevenção e tratamento de doenças e até na performance esportiva. “A prescrição de plantas medicinais e fitoterápicos é individualizada. Ela precisa levar em consideração a história de saúde, os sinais e sintomas, os medicamentos e suplementos utilizados pelo paciente, entre outros fatores. Através do uso de plantas medicinais e fitoterápicos podemos ter uma boa resposta para queixas relativamente comuns hoje com ansiedade, falta de energia e disposição, alterações de sono e alterações intestinais, por exemplo”, completa a nutricionista.

Vale destacar que o uso de plantas medicinais pode ter efeitos colaterais e interação com outras plantas e medicamentos. “Dessa forma, a prescrição por profissional habilitado contendo a nomenclatura botânica correta da planta, a parte a ser utilizada, a forma de utilização e modo de preparo, a posologia e modo de usar e o tempo de uso, é de extrema importância para melhor aproveitamento dos benefícios das plantas medicinais na saúde de forma segura e eficaz”, comenta Marcela.


Contraindicações

Há uma crença de que as plantas medicinais são um recurso terapêutico alternativo isento de efeitos indesejáveis e desprovido de toxicidade e contraindicações. O famoso “É planta, então mal não faz”. Porém, essa crença se torna equivocada, uma vez que evidências científicas demonstram a ocorrência de intoxicações e efeitos colaterais relacionados ao uso de plantas medicinais.

“As plantas medicinais podem provocar interações com outras plantas ou com medicamentos alopáticos. O acúmulo de substâncias ativas, por mistura ou indicações terapêuticas semelhantes, sem nenhum conhecimento e comprovação científica das mesmas, gera risco de intoxicações variadas desde uma simples dermatite até a morte. O número de casos de reações adversas a plantas medicinais e seus derivados têm aumentado no Brasil e em todo o mundo”, alerta Marcela.


Plantas do bem

Segundo Marcela Aragão, existem algumas plantas amplamente conhecidas e utilizadas e que atuam nos principais sistemas do organismo como:

A Camomila (Matricaria recutita L. Rauschert), a Melissa (Melissa officinalis L.) e o Maracujá (Passiflora edulis Sims), por exemplo, são plantas que atuam no sistema nervoso central e são comumente usadas pelo seu efeito ansiolítico e sedativo leve.

Já o Alecrim (Rosmarinus officinalis L.), a Alcachofra (Cynara scolymus L.), a Erva-doce (Pimpinella anisum L.) e o Boldo-do-chile (Peumus boldus Molina.) são plantas utilizadas pelo seu efeito no sistema digestório, por sua ação digestiva, antiespasmódica, na redução da formação excessiva de gases ou em transtornos hepáticos, por exemplo.

A Cavalinha (Equisetum arvense L.) e o Dente de leão (Taraxacum officinale Weber), por sua vez, são plantas que atuam no sistema geniturinário e são usadas como diurético.

E plantas comumente usadas pelo efeito estimulante/tônico ou adaptógeno como o Chá verde (Thea sinensis.), o Chá mate (Ilex paraguariensis.), o Guaraná (Paullinia cupana Kunth), a Rhodiola (Rhodiola rosea L.) e o Ginseng (Panax ginseng C. A. Mey.).

 

Marcela Araújo - Nutricionista Clínica e Esportiva da MedSculp Clínica. Especialista em Fitoterapia. Autora do livro “Fitoterapia Aplicada à Nutrição”.

MedSculp Clínica
https://instagram.com/medsculp


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