Mãe
divide história de gestação com a condição; especialista fala sobre as
diferenças entre os casos e quais os cuidados adequados
Um em
cada dez adultos vive com diabetes no mundo. No Brasil, são mais de 15,7
milhões de pessoas adultas com esta condição, e a estimativa é que, até 2045, a
doença alcance 23,2 milhões de adultos brasileiros, de acordo com a Federação
Internacional de Diabetes. As mulheres, com e sem diabetes, precisam receber
acompanhamento e cuidados adequados para uma gestação tranquila e sem
intercorrências.
Pensando
nos diferentes riscos do diabetes, é importante saber a diferença de cada caso,
como explica a Dra. Solange Travassos, médica e vice-presidente da Sociedade
Brasileira de Diabetes (SBD). “Existem 3 situações diferentes: a primeira, uma
mulher com diabetes já diagnosticado que engravida. A segunda, uma mulher que
tinha diabetes, desconhecia o diagnóstico e descobre no início da gestação; e
há ainda o diabetes gestacional, que geralmente ocorre após a metade da
gestação e pode ser transitório.”
Para
as mulheres com diabetes que querem engravidar, o tratamento correto é
essencial antes mesmo da gestação, como conta Brenda Cartaxo, de 26 anos, natural
do Rio de Janeiro. Aos 14 anos, Brenda começou a sentir mais sede, percebeu que
a vista ficava embaçada e precisava ir muitas vezes ao banheiro. Preocupada,
sua mãe decidiu levá-la ao médico e os exames mostraram uma glicemia
extremamente elevada. O diagnóstico era de diabetes tipo 1, que ocorre quando o
pâncreas não produz insulina, hormônio que controla o açúcar no sangue, e
acomete cerca de 10% das pessoas com a condição.
Depois
de um ano e meio aplicando insulina manualmente como parte do tratamento,
Brenda testou a tecnologia da bomba de insulina, um dispositivo que administra
pequenas doses do medicamento de forma contínua. O tratamento e monitoramento
adequados foram decisivos para, anos depois, ter uma gestação tranquila. Brenda
não planejava engravidar e ficou receosa, ainda mais por estar no auge da
pandemia da covid-19, em 2020. Mas o gerenciamento correto da condição ajudou
para que seu filho, Joel Bento, nascesse saudável e dentro do período normal da
gravidez. Hoje, ela aconselha outras mulheres com diabetes que querem ser mães
a se informar e sempre tomar os cuidados adequados: "se a gravidez
acontecer, você vai estar preparada".
São
necessárias adaptações no tratamento do diabetes ao longo da gestação, ressalta
a Dra. Solange Travassos. “Os alvos de glicemia mudam e o risco de hipoglicemia
também é maior. A sensibilidade à insulina também varia muito ao longo da
gestação”. A médica afirma que a bomba de insulina pode ser um aliado
importante para as mulheres com diabetes tipo 1: “o tratamento com bomba de
insulina apresenta excelentes resultados e pode ficar mais fácil atingir as
metas de tratamento antes de engravidar e manter durante a gestação”, explica.
Segundo
ela, o ideal para a mulher é apresentar uma hemoglobina glicada dentro dos
valores considerados normais, pelo menos abaixo de 6,5/7%, para reduzir o risco
de malformações e de complicações maternas e fetais.
Mesmo
para as mulheres que não têm o diagnóstico de diabetes, é importante ficar
atenta e se prevenir. Ao decorrer da gravidez, é normal que a mulher passe por
mudanças em seu equilíbrio hormonal. A placenta é uma fonte fundamental de
hormônios que reduzem a ação da insulina, que regula o nível de glicose. Por
isso, o pâncreas produz insulina para compensar esta situação, mas em algumas
mulheres, durante a gravidez, este processo não ocorre da maneira adequada,
havendo um aumento no nível de glicose no sangue e o desenvolvimento de um
quadro de diabetes gestacional. A cada dez mulheres, duas desenvolvem diabetes
gestacional, segundo dados do Sistema Único de Saúde (SUS).
O
diabetes gestacional pode ocorrer em qualquer mulher e nem sempre os sintomas
são identificáveis, afirma a Dra. Solange Travassos. Por isso, recomenda-se que
todas as gestantes pesquisem a glicose na primeira consulta do pré-natal e a
partir da 24ª semana de gravidez (início do 6º mês), repitam a glicose em jejum
e sejam submetidas ao teste oral de tolerância à glicose.
Após o
nascimento do bebê, a glicose volta ao normal em 50% das mulheres, segundo a médica.
Mas o diabetes gestacional sinaliza um risco aumentado de desenvolver a
condição nos anos seguintes, além de potencializar as chances de outras
complicações para a mãe e o bebê. Para se prevenir, a especialista alerta para
a importância de planejar a gravidez e ressalta que há fatores de risco, como
idade materna avançada e obesidade, que aumentam a chance de desenvolvimento do
diabetes gestacional.
Informações
guiam a jornada das pacientes com diabetes
Ao
longo de sua jornada para se tornar mãe, Brenda ouviu muitos mitos a respeito
da condição: "todo mundo fala que filho de diabético nasce obeso, que usar
muito insulina engorda criança", lembra. Hoje, ela reforça a importância
do acesso à informação de qualidade sobre o diabetes - o que ainda não é uma
realidade para todas as pessoas com a condição.
Pensando
nesse cenário, a Roche Diabetes Care lançou o Portal Tipo Você, que
disponibiliza conteúdos informativos e educativos, além de serviços e descontos
em produtos, para que pacientes e familiares aprendam e aperfeiçoem o
gerenciamento do diabetes. Baseado em relatos de pacientes sobre cada jornada,
o conteúdo é dividido em quatro tópicos: pré-diabetes, diabetes tipos 1 e 2 e
diabetes gestacional. Ao navegar pelas páginas do site, os leitores também
podem conhecer as histórias de outras pessoas com a condição, criando conexões
que vão além da informação.
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