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sexta-feira, 12 de maio de 2023

Câncer de ovário: no mês de maio, especialista explica sobre a doença


O mês de maio é conhecido por homenagear no dia 8, o Dia Mundial do Câncer de Ovário, pois promove a conscientização sobre a doença, o diagnóstico e a prevenção. Por isso, consultamos a especialista da Allure Presses (@allurepresses), Yara Caldato (@yaracaldato) - Ginecologista Regenerativa, Funcional e Estética, afiliada do Instituto Nutrindo Ideais (@nutrindoideais) de Belém, para explicar melhor alguns pontos para conscientizar as mulheres. Confira:

 

Quais são os sintomas do câncer de ovário? 

O câncer de ovário pode não apresentar sintomas em estágios iniciais, mas à medida que progride, pode causar alguns sintomas como:  

·         Dor ou desconforto na região pélvica.

·         Inchaço abdominal ou sensação de inchaço persistente.

·         Alterações no trato intestinal, como constipação ou diarreia.

·         Perda de apetite ou sensação de saciedade precoce após as refeições.

·         Necessidade frequente de urinar.

·         Fadiga e cansaço persistentes.

·         Dor durante a relação sexual.

·         Mudanças no ciclo menstrual.

 

Esses sintomas são sintomas inespecíficos, lembrando que o acompanhamento rotineiro com ginecologista é importante para prevenção ou detecção precoce de qualquer patologia


 

Quais são os fatores de risco para o câncer de ovário?

 

Idade avançada: o risco de câncer de ovário aumenta com a idade, raramente é diagnosticado em mulheres com menos de 40 anos. A maioria dos cânceres de ovário se desenvolve após a menopausa. Metade dos casos é diagnosticada em mulheres acima de 63 anos.

 

Histórico familiar: mulheres com história familiar de câncer, em parentes de primeiro grau, de ovário, câncer de mama ou síndrome de Lynch têm maior risco. Isso ocorre porque esses cânceres podem ser causados por uma mutação hereditária em determinados genes que causam uma síndrome hereditária que aumenta o risco do câncer de ovário

 

Mutação genética: mulheres com mutações genéticas hereditárias, como as mutações BRCA1 e BRCA2, têm maior risco.

 

Uso de terapia de reposição hormonal: o uso prolongado de terapia hormonal após a menopausa pode aumentar o risco.

 

Histórico reprodutivo: as mulheres que tiveram filhos após os 35 anos têm um maior risco de câncer de ovário.

 

Obesidade: alguns estudos analisaram a relação entre obesidade e câncer de ovário, e de um modo geral, as mulheres obesas, com índice de massa corporal acima de 30, têm um risco aumentado para câncer de ovário.

 

Tabagismo: o tabagismo não aumenta o risco do câncer de ovário em geral, mas está associado ao risco aumentado para o tipo mucinoso.

 

Exposição à radiação: exposição à radiação pode aumentar o risco.

 

É importante lembrar que ter um ou mais desses fatores de risco não significa que uma mulher definitivamente desenvolverá câncer de ovário. Por outro lado, muitas mulheres que desenvolvem a doença não têm nenhum desses fatores de risco conhecidos.


 

Como é feito o diagnóstico do câncer de ovário?

 

O diagnóstico do câncer de ovário geralmente começa com uma avaliação clínica e exames físicos, seguidos por exames de imagem e testes de laboratório. 

 

·         Exame pélvico: o médico pode examinar a pelve em busca de quaisquer anormalidades, como aumento de tamanho dos ovários ou presença de massa.

·         Ultrassonografia: uma ultrassonografia transvaginal ou abdominal pode ajudar a detectar quaisquer anormalidades nos ovários.

·         Tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM): esses exames de imagem podem ajudar a visualizar melhor os ovários e detectar quaisquer massas ou crescimentos anormais.

·         Marcadores tumorais: exames de sangue podem detectar níveis anormais de marcadores tumorais, como CA-125, que podem indicar a presença de câncer de ovário.

·         Biópsia: uma biópsia é a remoção de uma amostra de tecido para análise. Pode ser realizada durante uma cirurgia ou por meio de uma agulha inserida através da pele.

·         Laparoscopia: este procedimento cirúrgico minimamente invasivo pode ser usado para examinar os ovários e outras estruturas pélvicas com uma pequena câmera inserida através de uma pequena incisão na região abdominal.

 

Quais são as opções de tratamento para o câncer de ovário?

 

O tratamento para o câncer de ovário depende do estágio da doença, da saúde geral da paciente e de outros fatores, na maioria das vezes o tratamento é feito de forma combinada, com cirurgia e quimioterapia, podendo ser necessária também outras abordagens, como radioterapia, imunoterapia, entre outras.

 

A cirurgia é geralmente o primeiro passo no tratamento do câncer de ovário e pode envolver a remoção de um ou ambos os ovários, das trompas de Falópio e do útero. Em casos avançados, pode ser necessário remover parte do intestino ou outras estruturas próximas. A cirurgia pode ser realizada por via laparoscópica ou por meio de uma laparotomia (abertura abdominal).


 

Quais são os possíveis efeitos colaterais do tratamento para o câncer de ovário?

 

O tratamento para o câncer de ovário pode ter efeitos colaterais, que variam dependendo do tipo de tratamento e da saúde geral da paciente. Alguns dos possíveis efeitos colaterais incluem: 

·         Fadiga: muitos pacientes se sentem cansados e com pouca energia durante e após o tratamento.

·         Náusea e vômito: a quimioterapia pode causar náusea e vômito em alguns pacientes.

·         Perda de cabelo: a quimioterapia pode causar perda de cabelo em alguns pacientes.

·         Perda de apetite: alguns pacientes podem perder o apetite durante o tratamento.

·         Problemas de digestão: alguns pacientes podem ter diarreia ou constipação durante o tratamento.

·         Problemas de pele: a radioterapia pode causar irritação ou queimaduras na pele.

·         Infertilidade: a cirurgia para remover os ovários pode levar à infertilidade em algumas mulheres.

·         Risco aumentado de infecções: o tratamento pode enfraquecer o sistema imunológico da paciente, aumentando o risco de infecções.

·         Problemas cardíacos ou pulmonares: em casos raros, a quimioterapia ou a radioterapia podem causar problemas cardíacos ou pulmonares.

 

Existe alguma medida preventiva para o câncer de ovário?

 

Não há uma medida preventiva específica para o câncer de ovário, mas há algumas medidas que podem ajudar a reduzir o risco de desenvolver a doença. Essas medidas incluem:

 

Uso de contraceptivos hormonais: o uso de pílulas anticoncepcionais ou outros contraceptivos hormonais pode reduzir o risco de câncer de ovário. Mulheres que usaram pílulas anticoncepcionais por vários anos têm um risco significativamente menor de desenvolver câncer de ovário.

 

Gravidez e amamentação: mulheres que tiveram filhos e amamentaram têm um risco menor de desenvolver câncer de ovário.

 

Cirurgia preventiva: mulheres com alto risco de desenvolver câncer de ovário, como aquelas com mutações genéticas conhecidas, podem optar por uma cirurgia preventiva para remover os ovários e as trompas de Falópio.

 

Dieta saudável e exercício físico: manter uma dieta saudável e fazer exercícios físicos regularmente pode ajudar a reduzir o risco de câncer de ovário, assim como o risco de outros tipos de câncer e doenças crônicas.

 

Testes genéticos: mulheres com histórico familiar de câncer de ovário podem considerar fazer testes genéticos para determinar se possuem mutações genéticas que aumentam o risco da doença.

 

Yara diz que embora essas medidas possam ajudar a reduzir o risco de câncer de ovário, não há nenhuma maneira garantida de prevenir a doença. É importante consultar um médico regularmente e estar atenta a quaisquer sintomas ou mudanças no corpo que possam indicar o câncer de ovário.

 

Como o câncer de ovário afeta a fertilidade e a saúde reprodutiva?

 

O câncer de ovário afetará a saúde reprodutiva dependendo do estágio da doença e do tratamento estipulado.

 

Se houver remoção cirúrgica do ovário a paciente entrará na menopausa, onde haverá cessação da produção hormonal. Tal problema pode ser contornado com tentativa de preservação de óvulos, através de técnicas de congelamento.

 


Quais são os exames de rotina recomendados para detecção precoce do câncer de ovário?

 

Não há um exame de rotina recomendado para detecção precoce do câncer de ovário em mulheres assintomáticas, pois a maioria dos cânceres de ovário não causa sintomas nas fases iniciais da doença. No entanto, para mulheres com alto risco de câncer de ovário, como aquelas com histórico familiar ou mutações genéticas conhecidas, podem ser recomendados exames de imagem e testes de sangue de rotina para detecção precoce.

 

Os testes de sangue de rotina incluem o CA-125, um marcador tumoral que pode estar elevado em mulheres com câncer de ovário, mas também pode estar elevado em outras condições benignas ou mesmo em mulheres saudáveis. Exames de imagem, como ultrassonografia transvaginal e tomografia computadorizada, também podem ser usados ​​para rastrear mulheres com alto risco de câncer de ovário.

 

Além disso, é importante que as mulheres estejam cientes dos sinais e sintomas do câncer de ovário e discutam quaisquer preocupações com o médico.

 


O câncer de ovário é hereditário? Devo fazer testes genéticos?

 

O câncer de ovário pode ser hereditário em algumas famílias. Cerca de 10 a 15% dos casos de câncer de ovário são causados por mutações genéticas hereditárias, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2. As mulheres com mutações nesses genes têm um risco aumentado de câncer de ovário, bem como de câncer de mama.

 

Além disso, outras síndromes genéticas também podem aumentar o risco de câncer de ovário, incluindo síndrome de Lynch, síndrome de Peutz-Jeghers e síndrome de Cowden.

 

Se houver histórico familiar de câncer de ovário ou de mama, especialmente em parentes de primeiro grau, pode ser recomendado fazer testes genéticos para detectar mutações nos genes BRCA e outras síndromes genéticas relacionadas. O aconselhamento genético é recomendado antes e depois do teste genético para ajudar as mulheres a entender os riscos, benefícios e limitações do teste, além de ajudá-las a tomar decisões informadas sobre o manejo do risco de câncer.

 

Mulheres com mutações nos genes BRCA ou outras síndromes genéticas relacionadas podem ser aconselhadas a fazer rastreamento mais frequente ou mesmo a considerar a remoção cirúrgica dos ovários e / ou mamas como medida preventiva. É importante discutir com o médico o histórico familiar e o risco pessoal de câncer de ovário para determinar se o teste genético é apropriado.

 


Quais são as chances de recorrência do câncer de ovário após o tratamento?

 

As chances de recorrência do câncer de ovário após o tratamento dependem de vários fatores, incluindo o estágio do câncer, o tipo de tumor, a resposta ao tratamento e o estado geral de saúde da paciente.

 

Em geral, quanto mais avançado for o câncer de ovário no momento do diagnóstico, maior será o risco de recorrência após o tratamento. Pacientes com tumores que se espalharam para outros órgãos ou tecidos além dos ovários têm um risco maior de recorrência em comparação com pacientes com tumores confinados aos ovários.

 

No entanto, o tratamento inicial pode ser eficaz em controlar o câncer de ovário em muitas pacientes. Muitos pacientes não experimentam recorrência e vivem por muitos anos após o tratamento. Algumas pacientes podem experimentar uma recorrência anos após o tratamento inicial, enquanto outras podem apresentar uma recorrência logo após o tratamento.

 

Yara finaliza dizendo que o acompanhamento médico regular após o tratamento é importante para monitorar a recorrência e para garantir que a paciente receba o tratamento adequado o mais rápido possível, caso ocorra uma recorrência. É importante discutir com o médico as opções de tratamento e o plano de acompanhamento após o tratamento inicial para ajudar a minimizar o risco de recorrência.

 


ALLURE PRESSES
@allurepresses



Yara Caldato (@yaracaldato) - Ginecologista Regenerativa, Funcional e Estética, afiliada do Instituto Nutrindo Ideais (@nutrindoideais) de Belém - CRM-PA 11627 - RQE 5066. Graduada em medicina pela Universidade do Estado do Pará, pós graduada em ginecologia e obstetrícia pela Universidade Federal do Pará. Especialista em ginecologia e obstetrícia, membro da Associação Brasileira de Ginecologia Regenerativa Estética e Funcional. Atualmente é médica obstetra na Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, com atuação em patologias obstétricas de alto risco.


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