Problema pode ter
origem em fatores genéticos, doenças ou em reação a medicamentos e cosméticos,
resultando em coceira, vermelhidão e erupção cutânea; veja como prevenir
As alergias são um problema relativamente comum e podem ser causadas pelos mais
diferentes fatores. De acordo com a Associação Brasileira de Alergia e
Imunologia (Asbai), cerca de 30% da população sofre com alguma versão do
problema. Na maioria dos casos, o diagnóstico tem relação com questões
respiratórias ou alimentares. No entanto, é possível encontrar razões bem
diferentes para desencadear o problema, incluindo até mesmo a luz do sol.
Conhecida como fotossensibilidade, ou simplesmente
intolerância solar, o problema é gerado por uma reação do sistema imunológico à
incidência dos raios ultravioleta. Ao identificar a luz como ameaça, nosso
organismo libera substâncias para combatê-la, que resulta em erupção cutânea,
coceira, vermelhidão, descamação, bolhas e inflamação.
“As reações de fotossensibilidade na pele podem se
manifestar de imediato, em geral, até 30 minutos de exposição ao sol, ou de
forma tardia, podendo demorar até dias”, explica o Dr. Mário Abatemarco,
farmacêutico e professor de cosmetologia, especialista da Farmácia Artesanal,
um dos maiores grupos de franquias de farmácias de manipulação do Brasil.
Dentre as causas mais comuns para desencadear este
tipo de alergia, está a associação com doenças como lúpus e porfirias, que em
alguns casos ampliam a sensibilidade cutânea à luz solar. A ingestão ou
aplicação de determinadas substâncias na pele, como o uso de medicamentos ou
cosméticos, também pode originar o problema. Por fim, ele ainda pode ser
herdado geneticamente.
“Várias classes de medicamentos podem tornar a pele
mais sensível ao sol, dentre os quais podemos citar os antibióticos
tetraciclina e doxiciclina, utilizados no tratamento da acne, alguns
ansiolíticos como o alprazolam e o clordiazepóxido, a furosemida, utilizada por
muitas pessoas para o tratamento da hipertensão e muitos outros mais”,
esclarece Abatemarco.
O tipo mais comum de fotossensibilidade é chamado
erupção polimórfica à luz, que afeta entre 10% e 20% da população, sendo mais
comum em mulheres. Os sintomas aparecem algumas horas depois da exposição ao
sol e incluem nódulos em áreas vermelhas e inchadas, cuja permanência pode se
estender por até uma semana.
Já a urticária solar é um pouco mais rara e surge
imediatamente após o contato com raios solares ou determinadas fontes
artificiais de luz. De modo geral, as erupções desaparecem após alguns minutos
ou horas assim que a pessoa cessa a exposição ao sol. Em casos mais raros, ela
pode levar a outros sintomas, como náusea, dor de cabeça e vômito.
Quando procurar o médico?
É recomendado recorrer a um dermatologista em caso
de reações mais extremadas, que gerem grandes incômodos ou se mantenham de
forma persistente. O diagnóstico é essencialmente clínico e será realizado pela
observação das lesões ou de alguns testes adicionais com luz ultravioleta para
avaliação das reações de fotossensibilidade no consultório médico.
“Não existem exames específicos para detectar
reações de fotossensibilidade. O médico suspeita dessas doenças quando surge
uma erupção cutânea apenas nas zonas expostas ao sol. Uma meticulosa análise do
histórico médico da pessoa, dos sintomas cutâneos, eventuais doenças, dos
medicamentos tomados por via oral ou de substâncias aplicadas na pele (por
exemplo, medicamentos ou cosméticos) pode ajudar o médico a definir o tipo e a
causa da reação de fotossensibilidade” destaca o especialista da Farmácia Artesanal.
Se a intolerância solar for confirmada, o médico
irá determinar o melhor tratamento de acordo com o tipo de alergia. Na maioria
dos casos, manter a pele hidratada e evitar a exposição ao sol, especialmente
na janela entre 10h e 16h, bastam para fazer os sintomas desaparecer. O uso de
protetor solar e de roupas que cubram o corpo também ajuda a prevenir crises.
Porém, dependendo da situação, pode ser necessário recorrer a antialérgicos ou
mesmo realizar fototerapia.
Dicas de cuidado
As dicas a seguir valem para qualquer pessoa,
porém, devem ser seguidas com muito mais rigor para quem sofre com as reações
de fotossensibilidade:
- Manter a pele hidratada;
- Usar fotoprotetor FPS 60 ou superior, todos os
dias e não apenas quando for à praia, clubes ou passeios ao ar livre;
- Aplicar fotoprotetor em todas as partes do corpo
expostas ao sol e não apenas no rosto;
- Usar acessórios como chapéus, bonés, óculos e roupas
com proteção UV.
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