Especialista do Hospital IGESP explica como identificar os primeiros sinais e quais são os tratamentos disponíveis conforme o diagnóstico do paciente
Todos os anos, cerca
de 11 mil pessoas são diagnosticadas com leucemia no Brasil e, segundo dados do
Instituto Nacional de Câncer (INCA), são registradas quase 7 mil mortes em
decorrência deste tipo de câncer que atinge as células sanguíneas. No mês da
campanha de conscientização sobre a leucemia e a importância da doação de
medula óssea, denominada “Fevereiro Laranja”, a hematologista do Hospital IGESP,
Gabriela Aguiar Bulhões, chama a atenção para os sintomas iniciais da doença,
que devem ser observados.
“A leucemia é o câncer das células sanguíneas que se inicia nos tecidos
formadores de sangue, principalmente na medula óssea, mas rapidamente pode comprometer
demais órgãos. A classificação das leucemias é bem complexa e compreende
aspectos desde a velocidade de duplicação de suas células, quanto o tipo de
célula tumoral”, informa.
“Os dois grandes grupos de leucemias são a linfocítica e a mielocítica e quanto
à rapidez de progressão da doença, são classificadas em agudas e crônicas.
Leucemias agudas são mais dramáticas, por progredirem rapidamente com risco de
morte se o tratamento não for iniciado com brevidade, enquanto as crônicas têm
evolução mais lenta e pode não precisar de tratamento imediato,” explica a
hematologista.
Sintomas
A manifestação dos sintomas acontece de acordo com o tipo de leucemia que
acomete as células brancas do sangue (leucócitos).
Como a leucemia compromete a produção do sangue, os elementos que formam as
plaquetas, leucócitos e células vermelhas (eritrócitos), começam a ser afetados
à medida que as células brancas tumorais se multiplicam. Apesar das células
brancas estarem em grande quantidade, elas não funcionam adequadamente, e como
são células de defesa, um dos primeiros sinais são infecções persistentes,
febre.
À medida que a medula óssea é invadida pelas células tumorais, a produção de
plaquetas e eritrócitos também é comprometida e sua fabricação diminuída.
Assim, outros sinais e sintomas se referem à anemia (diminuição de eritrócitos)
levando a cansaço, palidez das mucosas e pele, falta de ar e alterações
cardíacas (aumento da frequência cardíaca e sopros cardíacos). A diminuição das
plaquetas causa sangramentos espontâneos, pois essas células fazem parte do
sistema de coagulação, assim é comum aparecerem sangramentos nas gengivas, olhos,
e manchas roxas pela pele (hematomas).
“Outros sintomas que podem aparecer são inchaço nos gânglios linfáticos
(linfonodos), as chamadas” ínguas”, a perda de peso sem motivo aparente e dores
nos ossos e nas articulações”, afirma a médica Gabriela Bulhões.
“Além das queixas
clínicas e exame físico, o médico irá solicitar exames detalhados e
específicos. Hoje dispomos de inúmeros tipos de tratamento para as leucemias,
além da quimioterapia”, conclui a médica do Hospital IGESP.
O transplante de medula óssea é uma das opções de tratamento da doença,
entretanto, muitos pacientes morrem antes de localizar um doador compatível. A
doação de medula é um procedimento relativamente simples pelo benefício que
apresenta ao paciente, pois aumenta em muito as chances de cura da doença.
Doação de medula óssea
Para ser um doador voluntário de medula óssea é preciso ir ao hemocentro mais
próximo, realizar um cadastro no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea
(REDOME) e coletar uma amostra de sangue para exame de tipagem HLA. Além disso,
é necessário:
• Ter entre 18 e
35 anos de idade;
• Um documento de identificação oficial com foto;
• Estar em bom
estado geral de saúde;
• Não ter nenhuma
doença impeditiva para cadastro e doação de medula óssea. Clique e veja a lista
Vale lembrar que o REDOME pertence ao Ministério da Saúde e hoje tem mais de 5
milhões de doadores cadastrados, sendo considerado o terceiro maior banco de
doadores de medula óssea do mundo.
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