Médico referência
no Brasil em cirurgia plástica e oncológica, Dr. Wandemberg Barbosa dá
orientações sobre a reconstrução mamária, procedimento que devolve a autoestima
a quem passou pela cirurgia de retirada das mamas
Na iminência da chegada de mais um Outubro Rosa,
mês de conscientização sobre o câncer de mama, o médico referência no Brasil em
cirurgia plástica e oncológica, Dr. Wandemberg Barbosa, destaca a importância
de se cuidar da saúde mental das mulheres que passam por uma mastectomia como
forma de tratamento da doença.
Para Dr. Wandemberg, as depressões mentais que se
seguem ao procedimento são iguais ou piores que o próprio câncer, influindo
muito na recuperação e cura dessas pacientes. “Além disso, mulheres que saem
com uma boa cabeça desta maratona, que inclui detecção, diagnóstico e
tratamento, são, na maioria das vezes, excelentes divulgadoras para chamar
atenção das outras mulheres para o problema”, diz.
O médico cirurgião lamenta, dessa forma, que na
atualidade as campanhas de mama foquem única e exclusivamente no mastologista,
como o único profissional a tratar o câncer de mama. Conforme Dr. Wandemberg,
essas campanhas acabam por ignorar a importância do cirurgião plástico e da
reconstrução mamária como ferramenta poderosa para auxiliar o tratamento da
doença, ao devolver a autoestima que, porventura, as mulheres tenham perdido
quando suas mamas foram extraídas.
Assim, Dr. Wandemberg acredita que seja útil
orientar as pacientes a respeito desta opção terapêutica (reconstrução
mamária), fornecendo mais informações sobre o procedimento. O médico cirurgião
explica que a reconstrução das mamas pode ser dividida, basicamente, em dois
tipos: imediata e tardia. No primeiro caso, no mesmo ato cirúrgico, retira-se a
mama e é feita sua reconstrução. “O principal benefício deste tipo de
procedimento é permitir que a paciente vá para os tratamentos complementares,
se estes forem necessários, sem o trauma da mutilação”, explica.
No segundo caso, a mama da paciente é retirada e
somente após a realização dos tratamentos necessários, é feita a cirurgia de
reconstrução, em um processo que pode demorar até dois anos. Conforme o médico
cirurgião, aqueles que defendem a reconstrução tardia argumentam que o longo
intervalo é necessário para que se possa ter certeza de que o tumor não
retornará ao local operado. “Sou contrário a esta justificativa, a não ser em
casos medianamente avançados, pois a paciente fica por muito tempo mutilada,
sofrendo psicologicamente, sem motivo, já que em uma cirurgia bem indicada e
bem-feita não há porque ter este receito”, diz
Em relação às técnicas mais comumente empregadas
para a cirurgia de reconstrução mamária, Dr. Wandemberg destaca: a reconstrução
com prótese de silicone; com prótese de silicone expansora; com retalho
miocutâneo; e com retalhos microcirúrgicos. Na reconstrução com prótese de
silicone, é colocada, em caráter definitivo, uma prótese com gel coesivo e
superfície texturizada. Segundo o médico cirurgião, trata-se de um procedimento
bastante complicado, onde precisam ser analisados diversos fatores de
agressividade para com o local operado, que podem produzir alterações
circulatórias na pele da região que será colocada a prótese.
A reconstrução mamária com prótese de silicone
expansora é uma cirurgia intermediária, pois é realizada antes da colocação da
prótese definitiva. Conforme Dr. Wandemberg, o procedimento consiste na
instauração de um dispositivo, como um bojo de marca passo cardíaco, embaixo da
pele. Posteriormente, este bojo é perfurado, através da pele, e nele se injeta
semanalmente soro fisiológico com uma seringa até que a prótese se dilate,
esticando a pele o suficiente para inserir a prótese definitiva. “É um método
muito bom para casos em que o local onde será aplicada a prótese corre risco de
complicações, mas possui alguns inconvenientes como o fato de submeter a
paciente a várias sessões de dilatação e dois tempos cirúrgicos”, destaca.
Já na cirurgia de reconstrução com retalho
miocutâneo, explica o médico cirurgião, uma nova mama é moldada a partir de uma
“ilha de pele” - segmentos de pele ligados ao músculo irrigado por uma artéria
– que é transferida para o local a ser reconstituído. Conforme Dr. Wandemberg,
a vantagem desse procedimento é que o tecido usado é do próprio paciente, o que
evita rejeições. “O ponto negativo é o tempo de permanência hospitalar após o
procedimento, que é de dois a quatro dias, relativamente alto em comparação às
outras intervenções”, diz.
Por fim, há a reconstrução com retalhos microcirúrgicos, que consiste na transferência de retalhos de pele com os vasos que os nutrem e sua posterior ligação a outros vasos da região. Trata-se, segundo Dr. Wandemberg, de método menos utilizado, principalmente em cidades menores, onde há menos recursos, pois exige uma aparelhagem mais sofisticada e treinamento de cirurgiões que ainda existem em número reduzido. “Em mãos experientes, constitui-se excelente alternativa”, concluí.
Dr. Wandemberg - cirurgião formado pela Faculdade
de Medicina da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e cirurgião oncológico
formado pelo Hospital A.C Camargo – Fundação Antônio Prudente. Inclusive foi
médico residente dessa instituição, terminando sua residência em 1981. Pela sua
experiência e conhecimento, Dr. Wandemberg é reconhecido nacionalmente e
internacionalmente, tendo levado inúmeros trabalhos em congressos. Além de ser
membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e da
Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) e do Colégio Brasileiro de
Cirurgiões, no Brasil, é “fellow” da The International College of Surgeons,
“member ship”, na The European Society of Clinical Oncology, "associate
member", na The American Society of Plastic Surgeons e médico visitante no
Massachuset’s General Hospital Boston, nos Estados Unidos, e The Royal Marsden
Hospital, no Reino Unido.
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