Economista fala sobre os impactos no
bem-estar e elenca dicas para poupar
De acordo com a pesquisa “Raio-X dos Brasileiros em Situação de
Inadimplência”, realizada pela MFM Tecnologia em parceria com o Instituto
Locomotiva, em setembro de 2022, 84% dos entrevistados afirmaram ter enfrentado
noites de insônia por conta das contas não pagas. Além disso, 66% das pessoas
afirmaram que as contas em atraso também afetaram o apetite. Em paralelo a este
cenário, outros estudos apontam, ainda, que o endividamento das famílias
brasileiras causam fortes consequências no bem-estar dos lares.
Exemplo disso é o levantamento feito pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) que aponta que, no mês de agosto, o número total de famílias endividadas foi de 79%. Para Gabriela Chaves, economista e CEO da NoFront - Empoderamento Financeiro, é imprescindível falar sobre educação financeira, especialmente diante do recorde de endividamento das famílias, como estamos vendo agora. “Isso gera um impacto na saúde emocional da população, seja pela escassez, pela dificuldade, pela fome ou pelo endividamento elevado. Tudo isso causa uma redução na qualidade de vida das pessoas e precisa ser uma pauta priorirária”, comenta.
A economista também alerta para as consequências que as dívidas causam nos devedores. “O endividamento prejudica a autoestima dos indivíduos, gera ansiedade e depressão. Além disso, é importante lembrar que um cidadão endividado tem dificuldade de idealizar o futuro e de fazer planejamentos porque essa dívida opera como se fosse uma âncora puxando ele para a estagnação”, afirma.
Vale lembrar também que os cuidados com a saúde mental envolvem
custos e lidamos com o fato de que muita gente não faz terapia por não ter
dinheiro para pagar. “A educação financeira é uma porta de saída para que a
população consiga se reorganizar financeiramente. E, assim, aprender a fazer e
administrar o seu dinheiro para ela conseguir investir no cuidado necessário
relacionado às questões de saúde mental que requer profissionais qualificados”,
diz a executiva.
Dicas
para criar uma reserva de emergência
A organização financeira pode ser uma fonte de saúde mental e esse
conhecimento permite que as pessoas consigam se preparar para momentos de
crise, como o que vivemos nessa pandemia, por exemplo. Pensando nisso, a
economista elencou dicas para a criação de uma reserva de emergência e valor
economizado com a finalidade de suprir despesas no futuro de necessidades e
emergências. Confira:
1- Poupar constantemente não importa o valor
Ӄ importante que as pessoas criem disciplina de pelo menos uma
vez no mês guardar dinheiro, além de não subestimar o poder do poupar”, fala
Gaby. Mesmo que seja um valor pequeno é importante guardar e ter consciência de
que mesmo que seja pouco isso já ajudará no futuro.
2-
Poupar enquanto uma prioridade
A população não pode deixar para investir o que sobra, é preciso
colocar o investimento na reserva de emergência como uma parte das contas. “Ao
receber o pagamento, é importante já fazer o investimento desse dinheiro. Uma
dica, aqui, é determinar esse valor a partir do quanto se ganha”.
3- Aprenda a investir
A poupança tem gerado rendimentos baixos e, infelizmente, é
considerada a primeira opção quando o assunto é investimento. "No entanto,
contamos, atualmente, com aplicações que permitem rendimentos acima da
inflação. Nessas modalidades, é possível garantir que o poder de compra desse
dinheiro vai ser mantido ao longo do tempo”.
4- Reorganizar as escolhas
Priorizar a reserva de emergência envolve eventualmente reduzir e
repensar alguns gastos. Embora pareça difícil, a economista diz: “É uma fonte
de saúde mental muito grande para você saber que, independente do que aconteça,
você consegue lidar com as suas contas essenciais por pelo menos três meses”.
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