Com o desempenho
aquém do esperado para a principal data, vendas no varejo virtual despencam e
apontam a necessidade de novas estratégias para o Natal
Dados preliminares apontam que o varejo virtual
registrou uma queda de 28% nas vendas da Black Friday. Realizada na semana de
abertura da Copa, uma das datas comerciais mais importantes do 2º semestre teve
um faturamento de pouco mais de R$3,1 bilhões em vendas. Uma retração de 23%,
em comparação a 2021, segundo dados da empresa de inteligência Neotrust.
O pior desempenho desde que foi adotada pelo calendário do varejo brasileiro.
Com resultados mais modestos, mesmo num período em
que boa parte dos brasileiros já tinham recebido a primeira parcela do décimo
terceiro salário, a Black Friday acende um sinal amarelo para o varejo e aponta
uma tendência de queda no volume de vendas do Natal deste ano.
Na avaliação de Thiago Gui Pereira,
head de inovação e desenvolvimento de negócios da Macfor, agência
full service de marketing digital, diversos fatores contribuíram para
resultados mais modestos nesta edição da Black Friday. Um deles é o cenário
macroeconômico do País. “O Brasil passa por um momento de incertezas por conta
da transição política e do nível de endividamento das famílias que está alto,
isso reflete no comportamento do consumidor, que fica mais receoso e controlado
na hora das compras”, analisa.
A retração nos índices da Black Friday também
afetou o comércio físico, muito em função ao ineditismo de uma Copa do Mundo
disputando a atenção do brasileiro, que é tão apaixonado pelo futebol. “Para se
ter uma ideia, na sexta-feira, o assunto mais comentado nas redes sociais foi a
seleção brasileira e não as ofertas e promoções, como é de praxe", comenta
Pereira.
Com ofertas menos atrativas no varejo, não foi
difícil a Black Friday perder espaço para a Copa, que atraiu a atenção para o
consumo de itens com ticket médio menor, como alimentos e bebidas, por exemplo.
“A Black Friday estendida disputou com os jogos diariamente, isso somado ao
aumento de exigência do consumidor, que compara mais preços online e busca por
descontos agressivos, também contribuiu para a redução nos gastos”, pontua o
executivo.
O que esperar para o Natal
De acordo com a Federação do Comércio de Bens,
Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), as
vendas do comércio varejista do Estado devem crescer 8% em dezembro,
impulsionadas pelo pagamento do décimo terceiro salário e pelas compras de
Natal.
Esse percentual representa R$8,8 bilhões a mais do
que o faturado no mesmo período do ano anterior, uma projeção de faturamento
total que corresponde a R$112,4 bilhões, somente neste mês.
Pereira esclarece que, diante dos resultados
preliminares da Black Friday, que revelaram o perfil de consumidores mais
reticentes, o varejo como um todo terá que investir ainda mais no modelo
“figital”, que mistura vendas digitais e físicas. “Após quase três anos de
pandemia, o brasileiro volta a frequentar lojas presencialmente, mesmo
diante de uma nova variante do coronavírus, mas não abre mão da comodidade que
descobriu nas compras e-commerce”, diz.
“As pessoas vão até as lojas físicas para conhecer
melhor os produtos, mas o que as atrai para a compra e influencia na escolha do
produto em si, na maior parte das vezes, começa muito antes, nas pesquisas
online, seja de preço ou de modelos disponíveis, nos sites das marcas, nos
marketplaces, nos tutoriais de influenciadores e/ou nos reviews de produtos
presentes nas próprias lojas virtuais”, explica o especialista.
Para o consumidor toda essa trajetória parece
simples e lógica, mas a aplicabilidade desse conceito omnichannel no varejo
requer a construção de uma jornada de compra completa, que demanda
planejamento, investimentos em tecnologia, logística, treinamento e marketing,
principalmente em digital e perfomance.
“Não basta que o varejo tenha preços e produtos
bons, é preciso estar presente e preparado para encontrar e ser encontrado pelo
consumidor em qualquer um dos mundos em que ele deseja estar”, conclui Pereira.
Macfor
- agência full service de
marketing digital que ajuda grandes empresas, no Brasil e na Europa, a organizar, coletar
e entender dados digitais para tomarem decisões melhores, acelerando o
crescimento de suas marcas por meio de growth hacking.
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