No comparativo entre os anos de 2019 e 2021 houve queda de
124 óbitos em consequência de uso de bebida alcoólica por motoristas no Estado
de São Paulo
Na data em que se comemora o Dia
Nacional de Combate ao Alcoolismo, um levantamento exclusivo do Detran.SP
revela que o total de mortes com suspeita de embriaguez ao volante caiu 31,3%,
entre os anos de 2019 e 2021. A quantidade passou de 396 para 272, 124 óbitos
suspeitos a menos em todo o território paulista. O total é o menor dos últimos
cinco anos.
Operações
O
Detran.SP realiza também a Operação Direção Segura Integrada (ODSI) em
todo o território paulista. “A realização da ODSI é fundamental para
conscientizarmos os motoristas de todo o estado, e ajudar na redução de
acidentes e mortes no trânsito. Álcool e direção é uma combinação que
definitivamente não dá certo”, alerta Neto Mascellani, diretor-presidente do
Detran.SP.
As
operações integram equipes do Detran.SP e das polícias Militar, Civil e
Técnico-Científica. Somente no ano passado, foram realizadas 91 ODSIs, que
resultaram em mais de 26 mil veículos fiscalizados.
Além
disso, ainda foram aplicadas 1.344 infrações de trânsito. Do total, 46 foram
por crimes de trânsito. Ou seja, de condutores que apresentaram mais de 0,34%
miligramas de álcool por litro de ar expelido. Ainda foram aplicadas 163
infrações por dirigir sob efeito de álcool. Outros 1.135 motoristas foram
autuados por recusa ao teste de bafômetro.
Outro
levantamento realizado pelo Detran.SP no início do mês mostrou que 78% das
multas aplicadas no mês de janeiro deste ano durante fiscalizações da
ODSI foram para motoristas que se recusaram a fazer o teste do
bafômetro. De um total de 274 infrações registradas, 216
foram por esse motivo.
Tanto dirigir sob a influência de
álcool quanto recusar-se a soprar o bafômetro são consideradas infrações
gravíssimas, de acordo com os artigos 165 e 165-A do Código de Trânsito
Brasileiro (CTB). Ambas as situações podem gerar multa e suspensão do direito
de dirigir por 12 meses e ainda medida administrativa – recolhimento do
documento de habilitação e retenção de veículo.
Crédito: Governo do Estado de São Paulo
Efeitos
do álcool
De
acordo com Marcia Oliveira de Menezes Pinto, psicóloga e diretora executiva da
Federação Nacional das Cooperativas de Trabalho dos Médicos e Psicólogos
Peritos de Trânsito (Fenactran), o álcool é a droga psicoativa que mais causa
dano social no Brasil. Atualmente, em 50% ou mais dos acidentes de trânsito no
Brasil há um condutor que dirigia alcoolizado.
O
álcool é depressor do sistema nervoso central e pode alterar percepções,
comportamentos, aumentar a agressividade e diminuir a atenção prejudicando a
aptidão de um condutor e tornando a direção veicular insegura, podendo causar
sequelas cognitivas e psicológicas permanentes.
Segundo
Márcia, quanto mais álcool um motorista ingerir, maior será o tempo de reação e
a probabilidade de não ser possível evitar uma colisão. “Além do reflexo,
perdemos a coordenação global, grossa. Isso aumenta muito as chances de
provocar um acidente também”, explicou ela.
Educar
é poupar vidas
Dirigir
sob a influência de álcool é uma infração que pode levar o condutor a
perder a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Mas essa não é a consequência
mais severa que essa atitude pode gerar. “Quando um motorista está sob efeito
de álcool, a chance dele se envolver em acidentes de trânsito e,
consequentemente, causar mortes, aumenta em mais de 300%. Daí a importância de
educar para conscientizar e evitar que condutores dirijam sob essa condição”,
ressaltou Mauro Voltarelli, gerente de Educação para o Trânsito no Detran.SP.
Ainda
de acordo com ele, ações como a ODSI são fundamentais para garantir uma
fiscalização efetiva e punir os motoristas que não cumprem as leis. De qualquer
forma, educar o cidadão é a maneira mais eficaz de poupar vidas.
“Em
todas as campanhas que fazemos, sempre enfatizamos que o álcool é um fator de
risco. Esses ensinamentos são, inclusive, aplicados dentro do programa
Clube-Bem-Te-Vi, que atende alunos de 7 anos de idade, transformando-os em
agentes multiplicadores”, ressaltou Mauro.
Coordenado
pelo Detran.SP em parceria com a Polícia Militar do Estado,
o Clube do Bem-te-Vi existe há 30 anos e leva a
educação de trânsito para crianças da rede pública. Desde sua criação, em 1981,
o programa já atendeu mais de 1,6 milhão de alunos de mais de 4,6 mil entidades
entre escolas e Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes).
“Dentro do programa temos o teatro de
fantoches. As peças incluem um personagem alcoolizado, demonstrando às crianças
as consequências que o alcoolismo pode causar no contexto do trânsito”,
destacou.
https://www.instagram.com/detranspoficial/
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