Não resta dúvida de que o Coronavírus vem tirando o sono dos brasileiros. Isso já foi comprovado em estudos como uma pesquisa realizada pelo Royal Philips no ano passado, que indicou que 74% dos entrevistados enfrentam problemas de sono, sendo que, desses, 50% acreditam que a pandemia afetou diretamente a possibilidade de dormir bem e 47% dos participantes também relataram que acordam no meio da noite. Os fatores que colaboraram para o problema foram diversos, como o aumento da ansiedade, nervosismo, medo do adoecimento, isolamento social, excesso de telas e incerteza sobre o futuro. Existe, porém, um elemento importante que pode ajudar na melhora do sono com ou sem pandemia: a alimentação.
Edneuza Nascimento, nutricionista da S.O.S
Vida, explica que hábitos alimentares podem auxiliar na qualidade do sono,
porém alerta que cada caso exige uma abordagem individual.
“As questões que envolvem sono e insônia podem
ser bastante complexas, passando por estresse e ansiedade, inflamação e
estresse oxidativo. Para o equilíbrio do sono é necessário primeiro identificar
as causas, regular o estresse e reduzir a inflamação orgânica”, pontua a
especialista.
O sono é um processo vital para o organismo, uma
vez que o corpo precisa repousar para regenerar algumas funções importantes.
Alguns problemas que podem surgir quando o sono não é reparador são prejuízos
na capacidade de memorização, cognições, desempenho motor, além de
irritabilidade, visão turva e alterações no metabolismo.
Edneuza também alerta que tanto uma alimentação
equilibrada como uma boa qualidade de sono ajudam na manutenção da imunidade,
fator importante para colaborar que o organismo tenha mais defesas contra o
adoecimento – inclusive relacionado aos vírus como H3N2
e Coronavírus.
Rotina alimentar
A nutricionista da S.O.S. Vida destaca que, nos
casos de insônia, é preciso realizar uma avaliação do organismo para
identificar problemas. Ele relembra, por exemplo, do caso de uma paciente que
sempre tinha o sono interrompido, acordando no começo da madrugada.
“Era uma insônia persistente. Ela tinha em média
três horas de sono por noite e isso não é normal”, lembra a nutricionista. Após
fazer vários exames, ela descobriu que tinha uma leve esteatose hepática, que é
um acúmulo de gordura no fígado. Além disso, estava com a glicemia alterada, em
nível pré-diabético, o que traduz um organismo inflamado.
Edneuza conta que foi feita uma estratégia
integrada de reeducação alimentar, começando pela manhã, com suco verde e shot
matinal feito com limão, cúrcuma e canela ou gengibre, com propriedades
anti-inflamatórias e antioxidantes, e passando pela substituição e alimentos e
estabelecimento de horários para as refeições.
“Depois de todas essas estratégias, ela passou a
dormir mais e hoje consegue chegar até às 5 da manhã, tendo a disposição
necessária para o dia”, pontua e especialista.
Sono e cuidados
Edneuza destaca que o sono pode ser dividido em
duas fases: o sono REM, importante para a memória e o aprendizado, e o Sono
não-REM importante para recuperação do corpo e imunidade, ambos extremamente
essenciais.
Alguns fatores importantes para modular o sono
são a exposição solar e exercício físico pela manhã, desligar a maior parte das
luzes à noite; reduzir exposição à luz azul (celular) pelo menos 1 h antes de deitar,
equilibrar o estresse psicológico e a reeducação alimentar, com a redução de
carboidratos simples e embutidos, incluindo alimentos de verdade.
Outra indicação é retirar a cafeína totalmente
por 10 dias e depois fazer ciclos com descafeinado, usando somente pela manhã,
além de introduzir shots ou chás antioxidantes em jejum e frutas vermelhas no
café da manhã.
“Deve-se fazer a última refeição até às 19h e
incluir chá ou ervas calmantes no final da tarde (camomila, capim cidreira e
capim santo, alecrim), podendo adicionar um chá mais sedativo próximo da hora
de dormir (mulungu, passiflora, valeriana)”, detalha ainda a
nutricionista.
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