Acompanhamento
médico é essencial para a promoção de um parto seguro às mamães e aos bebês
O temor pela contaminação do Coronavírus, assim
como o isolamento necessário gerado pela pandemia, fez com que tratamentos e
acompanhamentos médicos fossem interrompidos ou prejudicados. Para as
gestantes, em específico, a incerteza em relação aos impactos do vírus pode
fazer com que o pré-natal não seja realizado corretamente.
De acordo com Gilberto Nagahama, ginecologista e obstetra do Centro de Estudos
e Pesquisas “Dr. João Amorim” (CEJAM), muitas pacientes têm relatado receio em
comparecer aos consultórios médicos e hospitais para o acompanhamento pré-natal
e isso pode gerar problemas maiores às gestantes e ao bebê.
“Ao não realizar o pré-natal de forma adequada, corremos o risco de não
atentarmos a possíveis problemas desenvolvidos durante a gravidez. Isso pode
fazer com que a gestante chegue a uma unidade hospitalar em um estado grave,
com um comprometimento importante de sua saúde ou do bebê”, explica o
especialista.
O obstetra destaca que, para evitar contaminações por Covid-19, as
recomendações dadas às gestantes são as mesmas direcionadas à população em
geral. Ou seja, possível isolamento social, uso constante de máscaras e boa
higienização pessoal e das mãos, principalmente com álcool em gel e/ou
materiais de limpeza tradicionais.
Cuidados gerais
Enquanto toda a população brasileira aguarda por vacinas contra a Covid-19, não
é necessário que as gestantes façam um isolamento mais rígido do que aquele
recomendado a todas as outras pessoas.
Segundo Nagahama, os cuidados válidos para quem está grávida e para quem acabou
de ter um filho não diferem das orientações que envolvem toda a população. Até
mesmo porque os efeitos do Coronavírus entre as gestantes não são diferentes
dos demais pacientes.
“Os problemas gerados pela Covid-19 durante a gravidez se igualam aos da
população em geral. São problemas diversos, sendo o sistema respiratório
geralmente o mais impactado. A diferença em relação à gestante é que estamos
cuidando de dois pacientes ao mesmo tempo, a mãe e o feto”, complementa o
médico.
Se uma gestante é diagnosticada com Covid-19, a principal preocupação fica
atrelada a possíveis problemas respiratórios. Em casos mais graves, geralmente
se opta pela antecipação do parto, de acordo com a situação clínica da mãe. “Em
muitos casos, a própria paciente entra em trabalho de parto espontâneo, de
forma prematura”, explica o médico.
“Gestantes e puérperas ( aquelas que acabaram de
ter um filho ), especialmente nos 14 primeiros dias após o parto, compõem um
grupo de risco para a ocorrência da Covid-19 em cenários mais graves. Não há
ainda literatura médica ampla e comprovada em relação às razões para este
cenário, mas suspeitamos que as modificações ligadas à gestação promovam um
risco aumentado nesse período”, afirma.
Pré-natal para um parto seguro
Atualmente, oito maternidades de São Paulo contam com o Programa Parto Seguro,
gerenciado pelo CEJAM em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São
Paulo.
A recomendação do Ministério da Saúde é que o pré-natal seja composto por, no
mínimo, seis consultas, nas quais o profissional de saúde poderá identificar
processos infecciosos, como corrimentos e infecção urinária, alteração de
pressão arterial, sangramentos e doenças sexualmente transmissíveis, que são
fatores de risco para a evolução de um parto prematuro.
Para evitar problemas no parto e no puerpério, a preocupação com a Covid-19 não
deve ser o único foco de atenção dos futuros pais e mães. A falta de
acompanhamento no pré-natal pode resultar na ausência de diagnósticos e
tratamentos adequados para problemas que podem resultar no parto prematuro, bem
como em outras complicações para a gestante e o bebê.
Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” (CEJAM)
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