43% dos entrevistados estão usando algum banco digital, mais do que o dobro registrado no ano passado, de 18%
Segundo levantamento da Akamai Technologies
encomendado à Cantarino Brasileiro com mais de mil correntistas de diversos
bancos brasileiros, em média, cada usuário tem conta em 2,3 instituições e
hoje, 43% dos entrevistados possuem conta em algum banco digital, mais que o
dobro dos 18% em 2019. Os bancos digitais são a conta principal de 14% dos
entrevistados em 2020.
Uma constatação importante, contudo, foi que 75%
dos usuários se sentem seguros em suas instituições bancárias. Mas, ao mesmo
tempo, os dados indicam que ainda há espaço para melhorias, sobretudo quando
cada vez mais clientes verificam e estão cientes de questões relacionadas à
cibersegurança e ao vazamento de informações.
Cerca de 57% dos usuários verificam eventos de
vazamento de dados ou falhas de segurança nas instituições mesmo antes de abrir
uma conta, mais ainda para os bancos digitais. Além disso, para 33% dos
entrevistados é fundamental para a escolha de uma instituição financeira que a
mesma nunca tenha sofrido vazamento de informações. Porém, ainda há uma grande
parcela, cerca de 43%, que não se preocupa com este tipo de procedimento. Essa
parcela é maior entre mulheres e na classe C. Para 54% dos entrevistados, o uso
de biometria de dedo, face ou mão aumenta a sensação de segurança nas
transações financeiras em canais digitais. Já para 42%, são as certificações de
segurança.
Este é um cenário que evolui rapidamente no setor
financeiro, com usuários mais exigentes, informados e digitais. As instituições
precisam mostrar performance, segurança e versatilidade aos usuários, com
transparência em seus contratos, canais de atendimento e cobranças, para
acompanharem a sociedade cada vez mais tecnológica.
“Sabemos que hoje a oferta de serviços financeiros
está acontecendo em muitos outros tipos de instituição e em formatos mais
diversos. Hoje, há muitas empresas que oferecem serviços financeiros (cartão de
crédito, cartão pré-pago, empréstimos) que não são bancos”, conta Helder
Ferrão, Gerente de Marketing de Indústria LATAM na Akamai Technologies. “Vide
também a agenda do Banco Central, que não mudou com a pandemia e seguiu firme
na implementação do PIX e continua a agenda para o Open Bank. Vemos empresas de
varejo e carteiras digitais que estão “bancarizando” um público de maneira
muito rápida e inclusiva”, disse ele.
No entanto, constata-se que muitos consumidores
(39%) ainda não usam serviços financeiros ofertados por empresas de fora do
setor, há mesmo aqueles que afirmam sequer considerar a alternativa (7%). Entre
os pesquisados, 29% já são adeptos de e-wallets ou carteiras virtuais.
Tarifas são fator de concorrência
O surgimento dos bancos digitais ampliou de forma
rápida a competição no segmento bancário. Neste cenário, as tarifas são
consideradas um fator cada vez mais importante para o cliente. Para 40%, esse é
o principal critério para escolha de um banco, um número que aumenta entre os
usuários de bancos digitais. Com 34%, o segundo critério mais importante é
justamente a mobilidade - ou a capacidade de acessar serviços em qualquer
lugar. 68% dos entrevistados usam os apps de bancos como a principal forma de
acessar suas contas. É o mais utilizado entre os jovens, com ensino superior e
usuários de bancos digitais. Internet banking é o mais utilizado por 47%.
“Uma abordagem digital, melhores tarifas e
segurança, são algumas das principais expectativas nos dias de hoje para o
cliente do sistema bancário brasileiro. Mais interessado em novidades tecnológicas
e com um cardápio de opções cada vez maior no mercado, o usuário brasileiro já
não tem medo de trocar de banco”, completa Helder Ferrão. “Aos poucos, as
fronteiras entre empresas vistas como digitais ou tradicionais vão deixando de
existir. A agência bancária já deu lugar ao app, enquanto as redes sociais
crescem como canais de atendimento. Ao mesmo tempo, o brasileiro não parece
estar disposto a abrir mão da segurança em detrimento de maior conveniência.“
A situação é emblemática: na mesma medida em que a concorrência passa a ser cada vez mais marcada pelo preço das tarifas, o investimento na proteção contra riscos cibernéticos se torna cada vez mais necessário e estratégico.
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