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quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Câncer de cabeça e pescoço, entenda a doença do marido da Ana Hickmann

Empresário Alexandre Correa descobriu a doença em outubro de 2020 e está em tratamento para combater o câncer


Receber um diagnóstico de câncer é algo que ninguém espera ou deseja. Quando se está no auge da vida, pratica atividade física e tem um filho pequeno, isso é ainda mais desafiador. É o cenário enfrentado pelo empresário Alexandre Correa, marido da apresentadora Ana Hickmann.

Desde outubro de 2020, Alexandre tem travado uma batalha contra a doença, realizando sessões de quimio e radioterapia e dividindo com seus seguidores no Instagram todas as dificuldades enfrentadas.

Dr. Murilo Neves da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço - SBCCP, professor afiliado da UNIFESP, destaca que o câncer na região da cabeça e pescoço atinge mais de 15 mil pessoas no Brasil a cada ano. "Os mais conhecidos e comuns são os tumores de boca, garganta (ou faringe), de laringe e de tireoide", enumera.

A maioria dos cânceres dessa região têm algum fator de risco relacionado ao estilo de vida do paciente, como o consumo de bebida alcoólica, o tabagismo, além de infecção crônica pelo papiloma vírus humano (HPV), má higiene oral, obesidade e outros.

O cirurgião explica que os sintomas variam de acordo com o local em que o tumor se encontra:

- Boca: surgem manchas brancas ou vermelhas, parecidas com aftas, que não cicatrizam. Podem doer e sangrar, atrapalhar o funcionamento da boca. "A voz pode ficar abafada e o paciente ter dificuldades para se alimentar", diz.

- Garganta: as lesões são difíceis de serem examinadas e, raramente observa-se um machucado pequeno. "Normalmente, os sintomas começam quando as lesões estão maiores e causam dificuldade de deglutição", conta Dr. Murilo. Os tumores tendem a se espalhar para os gânglios do pescoço.

- Laringe: causam muitos sintomas, como rouquidão, dificuldade para engolir e outros.

"O tratamento de um câncer de cabeça e pescoço, quase sempre, é combinado, ou seja, com a associação de cirurgia, radioterapia ou quimioterapia. O tratamento agride bastante o paciente", conta Dr. Murilo.

É comum, durante o tratamento, que o paciente tenha dificuldades para se alimentar e precise de uma sonda de naso-enteral, como aconteceu com Alexandre Correa. Alguns podem ter falta de ar, precisando de traqueostomia.

"Mesmo curados, muitos pacientes ficam com sequelas após o tratamento. É importante lembrar que, quando diagnosticado precocemente, o câncer de cabeça e pescoço tem mais de 90% de chances de cura."

Os números da doença

Segundo o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), a estimativa de casos novos de câncer da cavidade oral esperados para o Brasil, para cada ano do triênio 2020-2022, será de 11.180 em homens e de 4.010 em mulheres.

É o 5º tipo de câncer mais comum nos homens e o 13º em mulheres.




Dr. Murilo Neves

Especialidades: Cirurgia de Cabeça e Pescoço
Formação: Medicina pela Universidade de São Paulo - USP
Residência médica em Cirurgia Geral no Hospital das Clinicas Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - USP
Residência médica em Cirurgia de Cabeça e Pescoço pela Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP
Título de especialista em Cirurgia de Cabeça e Pescoço pela Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço - SBCCP
Pós-graduando em Doutorado pelo Departamento de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço pela Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP


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