Tabela da pág 14 e 15 do estudo |
A pandemia
tem refletido no aumento da violência contra crianças e adolescentes, segundo
relatório divulgado pela organização humanitária World Vision, conhecida
no Brasil como Visão Mundial. A organização ouviu crianças de 50 países,
que pedem por proteção e que seus direitos sejam priorizados no contexto das
respostas à emergência de COVID-19 em todo o mundo.
A pesquisa Act Now mostra que a
violência aumentou no último ano, já que 81% das crianças entrevistadas dizem
que viram ou enfrentaram violência em suas casas, comunidades ou online, desde
o início da pandemia. A agência humanitária teme que, se as crianças não forem
ouvidas ou protegidas, possam viver em risco. Os números sugerem que a
violência contra as crianças pode aumentar entre 20% e 32% no futuro.
A organização alerta
que até 85 milhões de crianças no mundo podem estar sob risco de
violência física, sexual e/ou emocional, como resultado das restrições de
mobilidade e confinamento necessárias para controlar infecções por COVID-19 - o
que marca um retrocesso nos esforços contra a exploração e a violência contra
as crianças.
Dana Buzducea,
Diretora Global de Incidência de World Vision, afirma que "este ano foi
particularmente difícil para as crianças mais vulneráveis. O novo coronavírus
aumentou a pressão e as ameaças às crianças em todo o planeta, especialmente
àquelas em contextos frágeis. Fica claro que temos outra epidemia em nossas
mãos: a da crescente violência contra as crianças".
O estudo também
revela que a pandemia impediu cerca de 80% das crianças de terem acesso a
educação. Os adolescentes entrevistados pedem que os governos priorizem a
educação como parte da resposta global à pandemia.
"Em todas as
crises, as crianças, especialmente as mais vulneráveis, pagam o preço mais
alto. A pandemia e esta crise, como nenhuma antes experimentada por nossa
geração, já afetaram gravemente o acesso de muitos meninos e meninas à
educação. O acesso a instalações vitais de proteção à criança, como escolas,
linhas e grupos de apoio, têm sido completamente inacessíveis para as crianças
quando elas mais precisam. O confinamento tem contribuído para diminuir a
propagação do vírus, mas tem mantido crianças e adolescentes em péssimas
condições", acrescenta Buzducea.
Desde o início da
pandemia, a World Vision já alcançou 24 milhões de crianças em todo o mundo
com educação, proteção, nutrição e apoio para meios de subsistência, como parte
de sua resposta de emergência de COVID-19, com um investimento de US$ 350
milhões. Desse contingente apoiado pela organização, mais de 4 milhões
estão na América Latina.
"Nossa
experiência mostra que, quando as crianças são fortalecidas e apoiadas, elas
não se tornam vítimas passivas, mas se tornam heróis anônimos em tempos
desafiadores. Suas opiniões, sua voz e suas perspectivas devem ser ouvidas
pelos tomadores de decisão. A World Vision está ao lado das crianças e
adolescentes que exigem o respeito aos seus direitos e defende a legitimação da
participação e do empoderamento das crianças, por meio do diálogo intergeracional.
Suas vozes são cruciais, pois trabalhamos juntos para responder ao COVID-19 e
restaurar as condições apropriadas para as crianças no futuro", conclui
a diretora.
Clique aqui para
acessar a íntegra do relatório Act Now (em inglês).
Sobre a Visão
Mundial
A Visão Mundial Brasil integra a
parceria World Vision International, que está presente em cerca de 100 países.
No País, a Visão Mundial atua desde 1975, beneficiando 2,7 milhões de pessoas
com projetos nas áreas de educação, saúde/proteção da infância, desenvolvimento
econômico e promoção da cidadania. Seus projetos e programas têm como
prioridade as crianças e adolescentes que vivem em comunidades empobrecidas e
em situação de vulnerabilidade. Nesses 44 anos de atuação no Brasil, a Visão
Mundial se consolida como uma organização comprometida com a superação da
pobreza e da exclusão social.
visaomundial.org
Nenhum comentário:
Postar um comentário