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segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Infectologista do Sabará Hospital Infantil fala sobre mitos e verdades do Covid-19 em crianças

Com a flexibilização na quarentena no Estado de São Paulo, todos os hospitais alertaram para o aumento do número de pessoas contaminadas pelo Coronavírus. O Sabará Hospital Infantil, especializado no atendimento pediátrico, também identificou um aumento no número de crianças com sintomas da Covid-19.

“Em relação aos testes para SARS-CoV-2, entre os exames coletados durante outubro, tivemos 53 amostras positivas, enquanto em novembro foram 101, o que representa um aumento de 90%”, explicou o gerente médico e infectologista Dr. Francisco Ivanildo Oliveira. No entanto, não é motivo de alarde geral, mas sim de reforçar a necessidade de adoção das medidas de prevenção desta doença entre crianças e adultos.

Como a pandemia já se prolonga por meses, uma das estratégias criada para viabilizar o convívio social é a formação de bolhas sociais. Essa abordagem é uma maneira de minimizar o risco de transmissão da doença, pois, se ocorrer uma infecção, ela permanece na bolha e não será transmitida a outras pessoas. Desta forma, é importante evitar contatos desnecessários neste momento, como participação em festas e eventos nos quais tomem parte pessoas que não fazem parte da sua bolha social.

“A bolha social é ampliada a partir do momento em que tiramos as crianças de casa ou se os pais participam de atividades sociais. Por isso, o retorno às aulas deve ser encarado com toda atenção. Além disso, é importante salientar que a vida na escola não traz apenas benefícios de aprendizados, mas também psicológicos e de socialização. Dessa maneira, seguir todos os protocolos de saúde para evitar contaminação tanto entre as crianças como nos profissionais da educação é fundamental”, afirma dr. Francisco.

O Sabará Hospital Infantil desenvolveu, em parceria com algumas escolas, um protocolo de cuidados para a retomada das aulas, fornecendo suporte e orientação aos pais, alunos e cuidadores durante a pandemia- o Sabará nas Escolas.

“Como não somos educadores de crianças e adolescentes, temos capacidade limitada para avaliar todas os aspectos operacionais e logísticos das atividades executadas em uma sala de aula ou escola. Entretanto, esse será um trabalho em conjunto, desenvolvido a partir das diretrizes nacionais e internacionais com especialistas, educadores e os pais para minimizar os riscos de contaminação”, explica Dr. Francisco.

Para manter todas as diretrizes exigidas durante a pandemia, o Sabará definiu protocolos de segurança em todas as áreas de atendimento à criança para que haja o máximo de segurança para os pacientes, visitantes e Cuidadores. Entre eles estão o fluxo diferenciado de atendimento e admissão dos pacientes no Pronto-Socorro, separando-os por respiratório e não respiratório, o procedimento seguro para cirurgias eletivas, elevadores exclusivos para uso de pacientes cirúrgicos, a limitação de visitantes e acompanhantes da criança nas áreas de internação, o seguimento do cuidado por Telemedicina, entre outras iniciativas. 

 

Mitos e verdades sobre a Covid-19 em crianças

A partir das últimas pesquisas apresentadas por instituições de saúde e a experiência do Sabará Hospital Infantil no tratamento de Covid-19 em crianças, o Dr. Francisco Ivanildo Oliveira esclareceu alguns mitos e verdades sobre a doença em crianças.

 

Bebês podem ser contaminados com o vírus.

Verdade.  O Sars-Cov-2 pode contaminar qualquer pessoa, de qualquer idade, inclusive bebês, no entanto, sua incidência é menor. Os casos confirmados em crianças até 9 anos, representam apenas 2,5% do total de casos notificados no estado de São Paulo.


Crianças podem ter os mesmos sintomas que os adultos infectados pelo Coronavírus.

Verdade. Os sintomas mais comuns em todas as idades são tosse, febre, dor no corpo, dor de garganta e coriza.  Nem todos os adultos sentem exatamente os mesmos sintomas e com crianças não é diferente. Nas crianças também podem aparecer irritabilidade, dificuldade de dormir, cansaço, perda do apetite e  obstrução nasal. Caso a criança sinta um desses sintomas, procure um especialista.


É perigoso colocar máscaras em crianças.

Mito. Desde que seja seguida a orientação de uso de máscara para cada idade, não é perigoso o uso de máscara em crianças. Vale lembrar que para bebês e crianças menores de dois anos não se recomenda o uso da máscara. O mesmo vale para crianças com necessidades especiais, que fiquem muito angustiadas com o uso da máscara ou quando o seu uso representa risco. Acima dessa idade, sim, elas devem usar máscaras como forma de proteção.


Um hospital exclusivamente pediátrico é mais seguro para as crianças que hospitais gerais.

Verdade. Como a incidência de Covid-19 em crianças é muito inferior à incidência em adultos, ter um local que atenda somente crianças tem menos risco que outras Instituições nas quais crianças circulam entre adultos doentes.


A Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) que acomete algumas crianças infectadas pelo SARS CoV-2 pode ser considerada grave.

Verdade. Crianças e adolescentes que estejam na faixa etária entre zero e 19 anos podem apresentar rápida progressão para formas graves da doença. É uma condição relativamente infrequente e ainda não sabemos quais são os fatores de risco associados à evolução para esta forma de doença.


As crianças têm baixa capacidade em transmitir o vírus.

Mito. Não é a idade que modifica a forma de transmissão, mas a carga viral em si. Por isso, é importante manter os cuidados com a higienização das mãos com água e sabão ou álcool em gel, o distanciamento social e uso de máscara.  


Por uma questão de segurança, as crianças devem parar de tomar vacina durante a pandemia.

Mito. É importante que os pais mantenham a carteira de vacinação das crianças e adolescentes atualizada. A chave para diminuir a propagação do Covid-19 é o distanciamento social, limitando ao máximo o contato com outras pessoas. Se forem brincar em espaços públicos, as crianças devem manter distanciamento de cerca de dois metros umas das outras e evitar contato físico como apertos de mãos, abraços e beijos.


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