Oncologista Ramon Andrade de Mello recomenda drásticas mudanças de hábitos alimentares e combate ao sedentarismo
O número de
brasileiros obesos com mais de 20 anos disparou a partir de 2003 até 2019
segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os
dados recentes divulgados pela instituição mostram que, no ano passado, 26,8%
dos pesquisados nessa faixa etária estavam obesos, mas há 16 anos, apenas 12,2%
estavam nessa condição.
Ramon Andrade de Mello, oncologista e professor da disciplina de oncologia
clínica da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), da Uninove e da Escola
de Medicina da Universidade do Algarve (Portugal), vê com preocupação a
pesquisa do IBGE: "É urgente que o poder público, as autoridades médicas,
empresas e instituições se engajem em campanhas para mudar essa ascensão
vertiginosa da obesidade na população. Caso contrário, teremos sérios impactos
na saúde pública nas próximas décadas".
O professor da Unifesp destaca que a obesidade pode aumentar o risco para o
câncer de mama, de fígado, próstata, esôfago, colorretal, entre outros.
"Ou mudamos drasticamente os hábitos alimentares com uma dieta saudável,
evitando produtos industrializados com excesso de gorduras e sódio, ou então
vamos acompanhar uma evolução rápida de doenças. Além do câncer, o excesso de
peso vai provocar problemas cardiovasculares e diabetes, por exemplo".
A pesquisa do IBGE detalha que a prevalência da obesidade feminina passou de
14,5% para 30,2% no período, enquanto a masculina aumentou de 9,6% para 22,8%.
"Mais de 60% da população está acima do peso. O atendimento
multidisciplinar de saúde voltado à prevenção, com uma conscientização sobre
uma alimentação saudável e o incentivo de exercícios físicos regulares, pode
mudar esse panorama", esclarece o oncologista.
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