Geriatra
do HCor explica as alterações no sono sentidas por idosos e dá dicas de como
dormir melhor
Acordar 3h ou 4h da
manhã. Conviver com um sono "picado". Essas são algumas queixas de
idosos nos consultórios médicos e até mesmo para familiares. Mas, o que às
vezes é considerado um problema pessoal, pode ser explicado com mudanças
naturais no organismo de pessoas mais velhas.
De acordo com o Dr.
Daniel Apolinario, geriatra do HCor, estudos conduzidos no Brasil e em outros
lugares do mundo mostram que até 40% dos idosos relatam sono ruim. No entanto,
para ele, é preciso que as pessoas dessa faixa etária conheçam as alterações
naturais do envelhecimento para modular as suas expectativas com relação ao
sono.
"O idoso que não
aceita as alterações relacionadas ao envelhecimento e faz questão de ter 8
horas de sono profundo corre o risco de acabar tomando medicações
inapropriadas. Essas medicações funcionam bem nos primeiros dias de uso, mas,
com o tempo, vão perdendo o efeito e a pessoa passa a necessitar de doses cada
vez mais altas, correndo o risco de desenvolver dependência", ressalta
Apolinario.
O geriatra explica
que, com o envelhecimento, a necessidade de sono naturalmente diminui e o tempo
de intervalo entre a pessoa se deitar e efetivamente pegar no sono é um pouco
maior. Além disso, o sono do idoso também é mais leve, o que faz com que eles
despertem mais facilmente com pequenos estímulos.
Segundo o
especialista, apesar de a dificuldade para dormir (insônia) geralmente estar
associada a rotinas inadequadas, é necessário investigar outros problemas de
saúde que podem estar ocasionando noites mal dormidas, tais como: transtornos
depressivos e ansiosos, quadros de dores crônicas e a noctúria (necessidade de
levantar várias vezes para urinar que pode ser decorrente de problemas
relacionados ao trato urinário).
Medidas que ajudam a
melhorar as noites de sono
No consultório,
Apolinário dá dicas para os idosos conseguirem dormir melhor. Segundo ele, as
medidas abaixo podem ser utilizadas de forma integral ou adaptadas.
- Acorde no mesmo
horário todos os dias, mesmo que precise utilizar um despertador e mesmo que
tenha dormido um pouco mais tarde.
- Mantenha uma rotina
diária de atividade física. Os exercícios podem ser realizados pela manhã ou à
tarde; devem ser evitados no período noturno.
- Aumente a exposição
à luminosidade melhorando a iluminação dos ambientes de casa e passando mais
tempo ao ar livre, sobretudo no período da tarde.
- Procure não tirar
sonecas durante o dia e agende atividades dinâmicas nos horários que tem mais
probabilidade de adormecer.
- Evite bebidas
alcoólicas ou com cafeína à tarde e à noite.
- Implemente uma
rotina preparatória para o sono, que pode incluir técnicas de relaxamento, para
que o corpo entenda que está se aproximando a hora de dormir.
- Evite exposição a
telas ao se deitar na cama, e garanta um ambiente escuro, sem ruídos e com
temperatura agradável.
- Não leve
preocupações para a cama. Se tiver uma rotina intensa na semana ou nos próximos
dias, faça uma lista de tarefas e, em seguida, tente se desconectar.
- Se passar mais de 20
minutos na cama sem adormecer, levante-se e vá a outro cômodo para realizar uma
atividade relaxante, retornando à cama quando tiver sono.
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