O que todo investidor mais quer é ver o patrimônio crescer e, para isso, é necessário obter retornos acima da inflação.
Quanto maior a rentabilidade
real melhor porque além da preservação do poder de compra diante da
variação de preços na economia, há um ganho adicional.
Recentemente, o forte descasamento entre os
principais índices de inflação reforça a importância de análises sobre o
desempenho da carteira de investimentos.
Este ano, enquanto o IPCA (Índice de Preços ao
Consumidor Amplo), calculado pelo IBGE e usado pelo governo para medição de
metas inflacionárias, está em um de seus menores níveis históricos, o IGP-M
(Índice Geral de Preços do Mercado), produzido pela FGV, sobe em ritmo
acentuado.
O IPCA leva em conta as principais categorias de
serviços e produtos consumidos pelos brasileiros. Neste caso, os dados dos
hábitos de compras são coletados em 16 cidades.
Já o IGP-M, segue uma metodologia mais abrangente,
considerando a média do IPC-M (Índice de Preços ao Consumidor-Mercado); o IPA-M
(Índice de Preços do Atacado- Mercado) e o INCC-M (Índice Nacional de Custo da
Construção – Mercado). Ou seja, o IGP-M engloba a variação de preços de insumos
e matérias-primas, das commodities e materiais de construção e é mais impactado
pelo câmbio, tem alta correlação com o dólar e mais volatilidade. E este ano, a
moeda americana teve valorização de quase 35% até 22 de setembro, justamente um
dos principais motivos da forte alta do IGP-M, que é usado para o reajuste dos
aluguéis, de mensalidades escolares e de universidades, de alguns contratos de
seguros e das tarifas de energia elétrica.
Entretanto, como indexador de investimentos de
renda fixa, o IGP-M é menos utilizado do que o IPCA e outros índices, mas para
quem tem muitas despesas atreladas a ele é importante analisá-lo com
frequência.
Nesse cenário, fizemos uma simulação de uma carteira
de renda fixa no Advisor SmartBrain,
consolidador de investimentos, para mostrar a sua performance em relação a
esses principais indexadores de inflação do país.
Como exemplo, vamos imaginar um investidor que
tivesse montado esse portfólio no início de 2020 (2 de janeiro).
Composição da carteira - três fundos bastante
escolhidos segundo o Big
Data SmartBrain e dois títulos de renda fixa:
Carteira |
Aportes iniciais |
Trend Pós-fixado FC
FI RF Simples |
R$10.000 |
Sparta Premium FC
FI RF DI Crédito Privado |
R$10.000 |
Brasil Plural Yield
FI RF REF DI |
R$10.000 |
LFT – Tesouro Selic (01032024) |
R$10.000 |
CRA da Klabin (95% do CDI –venc. 28/03/2022) |
R$10.000 |
Resultados da carteira
No acumulado do ano até 22 de setembro, a carteira
teve rentabilidade de
2,18%, acima do IPCA (0,93%). Isso significa que o investidor está obtendo
ganho real.
Veja no gráfico:
No entanto, a performance da carteira ficou muito
abaixo do IGP-M no mesmo período, que foi de 12,96%. Neste caso, o investidor
teve perda real.
Observe abaixo:
Como podemos ver, para montar uma carteira de
investimentos e obter ganhos reais é essencial monitorar a carteira no dia a
dia e saber analisar seu desempenho comparativo com vários indexadores de
referência e/ou índices de inflação.
E para não perder da inflação, é preciso entender
os movimentos e tendências de mercado e diversificar a carteira com fundos e
títulos atrelados à inflação. Também é necessário analisar seus investimentos
em janelas de tempo de curto e longo prazo porque os índices de inflação e os
títulos de renda fixa podem ter descasamentos em determinados períodos, mas em
um horizonte maior tendem a se normalizar.
Ana Carolina Zogno Silva - CCSO (Chief Customer Success Officer) da
SmartBrain
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