Com a perspectiva do retorno às aulas presenciais
na cidade de São Paulo, professores e pais estão preocupados com a possível
exposição das crianças ao Covid-19. Sem previsão de vacina e com o isolamento
social ainda em curso em todo o Brasil, até mesmo o secretário municipal de
Saúde, Edson Aparecido, aguarda resultados da testagem de professores,
servidores e alunos das escolas municipais para tomar uma decisão após o dia 10
de novembro de 2020.
Em outros países com grande número de casos de Covid-19, como os EUA, a
experiência da volta às aulas tem sido polêmica: e se os pais levarem para a
escola crianças contaminadas ou sintomáticas? Quais as consequências de tal
ato? Um estudo divulgado pelo Hospital Nacional Infantil de Washington aponta
que crianças infectadas podem transmitir a doença durante semanas, o que
dificulta ainda mais o argumento a favor do "novo normal" no quesito
estudantil.
Representantes de saúde do estado norte-americano de Wisconsin divulgaram
estatísticas preocupantes, que mostram que mais de 20 escolas no estado estão
sob investigação após ao menos um aluno ou professor testar positivo para
Covid-19. Profissionais de saúde do estado afirmam que pais se recusam a seguir
os protocolos sanitários da OMS, o que coloca em risco não só os alunos como
toda a cadeia de pessoas que entra em contato com servidores públicos e
funcionários.
E no Brasil, como poderemos controlar a entrada de crianças sintomáticas nas
redes pública e privada? Para o advogado especialista em Direito do Consumidor
e Conselheiro da Associação Brasileira de Educação a Distância - ABED Marco
Antonio Araújo Junior, temos um grande desafio a ser enfrentado:
"Primeiro, as escolas tiveram tempo para se preparar para um projeto sério
de educação a distância, mas não fizeram. Acreditaram que a pandemia iria durar
um ou dois meses e foram surpreendidas com quase um semestre de suspensão de
aulas. Assim, o retorno é inevitável."
E esse não é o único problema: "Para não serem responsabilizadas no
futuro, as escolas terão que implementar protocolo rigoroso de segurança. Se a
criança apresentar qualquer sintoma, como por exemplo, aumento de temperatura,
poderá ser impedida de frequentar o ambiente escolar. Portanto, o medidor de
temperatura na entrada e durante a permanência da criança na escola deverá ser
um instrumento indispensável."
"Por outro lado, se o aluno estiver assintomático, não há como a escola
proibir ou restringir o acesso ao ambiente escolar e não poderá, portanto,
assumir nenhum tipo de responsabilidade", finaliza Marco Antonio Araújo
Júnior.
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