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quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Covid-19 nas escolas: e se os pais levarem para as aulas um filho sintomático?


Com a perspectiva do retorno às aulas presenciais na cidade de São Paulo, professores e pais estão preocupados com a possível exposição das crianças ao Covid-19. Sem previsão de vacina e com o isolamento social ainda em curso em todo o Brasil, até mesmo o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, aguarda resultados da testagem de professores, servidores e alunos das escolas municipais para tomar uma decisão após o dia 10 de novembro de 2020.

Em outros países com grande número de casos de Covid-19, como os EUA, a experiência da volta às aulas tem sido polêmica: e se os pais levarem para a escola crianças contaminadas ou sintomáticas? Quais as consequências de tal ato? Um estudo divulgado pelo Hospital Nacional Infantil de Washington aponta que crianças infectadas podem transmitir a doença durante semanas, o que dificulta ainda mais o argumento a favor do "novo normal" no quesito estudantil.

Representantes de saúde do estado norte-americano de Wisconsin divulgaram estatísticas preocupantes, que mostram que mais de 20 escolas no estado estão sob investigação após ao menos um aluno ou professor testar positivo para Covid-19. Profissionais de saúde do estado afirmam que pais se recusam a seguir os protocolos sanitários da OMS, o que coloca em risco não só os alunos como toda a cadeia de pessoas que entra em contato com servidores públicos e funcionários.

E no Brasil, como poderemos controlar a entrada de crianças sintomáticas nas redes pública e privada? Para o advogado especialista em Direito do Consumidor e Conselheiro da Associação Brasileira de Educação a Distância - ABED Marco Antonio Araújo Junior, temos um grande desafio a ser enfrentado: "Primeiro, as escolas tiveram tempo para se preparar para um projeto sério de educação a distância, mas não fizeram. Acreditaram que a pandemia iria durar um ou dois meses e foram surpreendidas com quase um semestre de suspensão de aulas. Assim, o retorno é inevitável."
E esse não é o único problema: "Para não serem responsabilizadas no futuro, as escolas terão que implementar protocolo rigoroso de segurança. Se a criança apresentar qualquer sintoma, como por exemplo, aumento de temperatura, poderá ser impedida de frequentar o ambiente escolar. Portanto, o medidor de temperatura na entrada e durante a permanência da criança na escola deverá ser um instrumento indispensável."

"Por outro lado, se o aluno estiver assintomático, não há como a escola proibir ou restringir o acesso ao ambiente escolar e não poderá, portanto, assumir nenhum tipo de responsabilidade", finaliza Marco Antonio Araújo Júnior.

 

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