País pode perder
boa relação comercial e política com o atual presidente dos EUA caso o pleito
de novembro seja vencido pelo democrata Joe Biden
Em 03 de novembro, os americanos vão às urnas para
escolher entre a permanência do republicano Donald Trump ou a eleição do
democrata Joe Biden. Embora seja um evento de interesse internacional, muitos
brasileiros têm dúvidas: Qual dos candidatos é melhor para as nossas relações
comerciais e políticas? Atualmente, os Estados Unidos são um dos principais
parceiros comerciais do Brasil, ou seja, é o segundo maior mercado para nossas
exportações, atrás apenas da China.
O rol de produtos exportados para os Estados Unidos
é bem variado, onde cerca de 10% é relacionado ao petróleo e óleos
brutos. “Além disso, é possível destacar produtos semi-manufaturados derivados
do ferro, aço e gasolina. Como o Brasil também possui uma característica
agroexportadora, há uma soma de diversos produtos desse segmento, dentre os
quais podemos destacar o café (cerca de 3% do total). Dados de 2019 indicam que
há um déficit na balança comercial: exportamos por volta de US$ 27 milhões e
importamos algo em torno de US$ 28 milhões”, aponta Rodrigo Fernando Gallo,
professor de Política e Relações Internacionais do Instituto Mauá de
Tecnologia.
O alinhamento do presidente de Jair Bolsonaro
com Donald Trump, em algumas perspectivas, coloca o Brasil numa posição
delicada no comércio internacional. O problema é que Trump trava uma guerra
comercial contra a China - que é nossa principal parceira no comércio exterior.
Por conta disso, essa disputa coloca o governo brasileiro numa posição
delicada, já que optamos, nessa gestão, por nos aproximar dos Estados Unidos.
Portanto, o dilema é: como manter o alinhamento com Trump sem desagradar o
governo chinês?
“Logo, analisando apenas por essa perspectiva, a
vitória de Biden poderia, supostamente, aliviar essa pressão, uma vez que o
democrata eventualmente cessaria a polarização com a China. No entanto, a
vitória de Biden representaria o fim do acesso privilegiado que Bolsonaro e seu
staff têm à Casa Branca. Então, o que podemos concluir é que, politicamente, a
vitória de Trump manteria o diálogo atual do Brasil com os Estados Unidos”, diz
o especialista.
Eleições americanas
Vale lembrar, que o processo eleitoral nos Estados
Unidos é diferente do Brasil. O modelo de eleição majoritária para o Executivo
Federal é baseado no sistema de Colégio Eleitoral, quer dizer, o eleitor
não vota diretamente no candidato, mas sim no partido.
“Historicamente, na democracia norte-americana
temos alternância entre dois mandatos republicanos e dois mandatos democratas.
Então, apenas estatisticamente falando, há uma tendência de que os republicanos
continuem no poder (isso, claro, exclui a conjuntura - é apenas uma avaliação
estatística, que sugere uma tendência política)”, conclui Gallo.
Instituto Mauá de Tecnologia - IMT
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