O médico
especialista em coluna Haroldo Chagas destaca os riscos da prática de atividade
física sem acompanhamento profissional
Não é novidade que manter a prática regular
de exercícios físicos é benéfica ao corpo humano. Além prevenir doenças
cardiovasculares e alguns tipos de câncer, a atividade física aumenta a saúde
óssea, diminuindo o risco de fraturas, melhora o condicionamento muscular e
respiratório e auxilia no controle do peso. O isolamento social durante a
pandemia de covid-19 afetou os hábitos da sociedade de uma maneira geral,
impactando também na prática de exercícios físicos. É comum para quem já tinha
o costume levar as atividades para dentro de casa. O chefe da
neurocirurgia do Hospital Federal da Lagoa e médico especialista em coluna
Haroldo Chagas alerta que toda prática que exija esforço físico deve ser
supervisionada por profissional qualificado para evitar o risco de lesões e
outras complicações.
De acordo com o especialista em coluna,
o risco de praticar exercícios físicos sem orientação profissional
tem efeito a longo prazo quando realizados de forma inadequada: “Quando a
pessoa pratica um exercício para as costas, para o bíceps ou para as pernas,
por exemplo, é necessário isolar o grupamento muscular que está sendo
trabalhado. Geralmente quando a pessoa não tem o hábito de praticar exercícios,
esse isolamento pode ser inadequado, o que sobrecarrega outras musculaturas e
articulações que não são alvo dos exercícios”, explica.
A Organização Mundial de Saúde (OMS)
recomenda 60 minutos por dia de atividade física moderada à intensa para
crianças e adolescentes e 150 minutos por semana de atividade de intensidade
moderada para adultos (https://actbr.org.br/uploads/
O doutor Chagas realiza cerca de 110
cirurgias de coluna por ano. Entre elas, seis são decorrentes da prática
inadequada de atividade física mais intensa. Em seu Instagram @drharoldochagas,
ele defende a prática de exercícios de forma segura, conciliada a uma
alimentação saudável, visando o fortalecimento ósseo através de caminhadas e
musculação supervisionada, e exercícios de flexibilidade e equilíbrio para
conservar a capacidade dos movimentos, sempre protegendo as articulações. O
especialista ressalta a importância de manter uma rotina de alongamento,
principalmente durante o homeoffice: “O alongamento é
extremamente importante para reduzir tensões articulares, além de melhorar a
postura. Para quem tem uma rotina de exercícios físicos, o alongamento antes e
depois da atividade é quase obrigatório para proteger a musculatura de lesões.
Alongar-se tonifica a musculatura, oxigena as células, queima as calorias com
mais rapidez e alivia tensões”, publicou.
Durante a pandemia, é comum adaptar as
atividades para o ambiente doméstico, onde fica inviável a presença de um
especialista para auxiliar na prática. Contudo, independente do praticante ser
atleta ou amador, interromper abruptamente toda uma rotina de atividades não é
recomendado devido ao alto risco de lesões durante a retomada.
É possível realizar exercícios de intensidade baixa
à moderada durante o isolamento social para a manutenção de uma rotina de vida
fisicamente ativa, como alongamento antes de realizar qualquer exercício
aeróbico, ou ainda exercícios que utilizem o peso do próprio corpo, tais como
agachamentos, flexões e abdominais: “Os chamados exercícios isométricos, em que
o praticante mantém uma postura fixa, são muito bons porque fortalecem a
musculatura e protegem a coluna vertebral. A melhora da condição física é
perceptível ao realizar atividades básicas, como abaixar para amarrar o cadarço
do sapato, pegar algum objeto que tenha caído no chão ou até mesmo levantar da
cama. Mas é importante também o preparo físico antes de começar uma rotina de
exercícios e avançar aos poucos, conforme a reação do corpo”, acrescenta o
doutor Chagas. Vale ressaltar a importância do uso de roupas leves, manter-se
hidratado e ter uma dieta balanceada para o corpo dar conta da rotina de
atividades.
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