Setembro Laranja, todos em prol da prevenção da obesidade
infantil! Estudos destacam a importância de uma boa manutenção do peso na
primeira infância para reduzir a obesidade na vida adulta e suas consequências
negativas
A Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP)
promove, em Setembro, a campanha "Setembro Laranja" combate à
obesidade infantil. O intuito é conscientizar sobre a importância de práticas alimentares
saudáveis em casa e nas escolas, bem como estimular a prática de atividades
físicas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que 41 milhões de crianças
menores de cinco anos estejam acima do peso. É um dado alarmante e a
conscientização é imprescindível para prevenir a obesidade infantil e outros
problemas decorrentes de uma alimentação.
A obesidade já é considerada uma pandemia e um
problema de saúde pública em todo o mundo. Além do excesso de peso, o problema
metabólico traz diversas doenças que podem colocar em risco a vida do indivíduo
em qualquer fase da vida. Agora, estudos têm mostrado que a obesidade pode ser
prevenida ainda no ventre materno, com um pré-natal adequado.
Isso se explica também pela genética. A médica
Dra. Flavia Oliveira da Sociedade Brasileira de Pediatria explica que a nossa
composição corporal é determinada, de 60% a 80%, pela hereditariedade e mais de
300 genes estão envolvidos na regulação do peso. "Outros pontos que também
influenciam são o aumento de peso da mãe e a diabetes gestacional, que levam a
uma programação metabólica no bebê que faz com que ele tenha piores
preferências alimentares, obesidade e síndrome metabólica na vida adulta",
conta.
Aleitamento é prevenção
A médica pediatra e neonatologista Dra. Flavia
Oliveira diz também que a amamentação previne o alto ganho de peso na infância
e o risco de obesidade na fase pré-escolar. "Uma meta análise recente
mostrou que as crianças amamentadas apresentam 22% menos risco de obesidade
quando comparada àquelas que receberam fórmulas especiais, principalmente após
os três meses de vida", destaca.
Segundo a médica, isso ocorre porque muitas
fórmulas prontas são ricas em calorias e proteínas. "Nos primeiros dois
anos de vida, o excesso de proteína está associado a uma maior produção
endógena de insulina e IGF-1, hormônios ligados à diferenciação das células de
gordura e do seu acúmulo. Esse mecanismo é conhecido como ‘programming’ e
representa fator crucial para o desenvolvimento da obesidade e suas
consequências na vida adulta", explica.
O comportamento dos pais
A prevenção da obesidade também passa pelos atos
da família. "Bebês amamentados têm melhor percepção de saciedade do que
aquelas alimentadas com fórmulas. Isso ocorre também porque muitos pais e
cuidadores usam a mamadeira como forma de acalmar a criança, prejudicando o
aprendizado correto da auto regulagem da fome", fala Dra. Flavia.
Incluir os pequenos no preparo das refeições
também ajuda a desenvolverem um bom relacionamento com a comida e estudos mostram
que as famílias que fazem as refeições juntas regularmente têm menos chances de
sofrer de sobrepeso e obesidade. "O bebê aprende a se alimentar com os
pais e vai ter bons hábitos se os mesmos o tiverem. Famílias que priorizam
frutas, verduras, legumes e grãos integrais aos alimentos industrializados têm
muito mais saúde e qualidade de vida. Isso se reflete não apenas no presente,
mas principalmente no futuro de todos", conclui a pediatra.
Dra. Flavia Oliveira Pediatra e Neonatologista
Clínica MEDPRIMUS
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