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quarta-feira, 2 de setembro de 2020

As principais oportunidades geradas pelo mercado livre de energia no Brasil

De acordo com estudo da Liga Ventures em parceria com a ENGIE Brasil Energia, empresas conseguem absorver uma economia média de até 25% no mercado livre de energia, em comparação com as tarifas médias praticadas pelas distribuidoras do ambiente cativo


O Brasil detém a segunda tarifa de energia elétrica mais cara do mundo para a indústria, sendo que o gasto pode representar até 40% dos custos de produção. Diante desses fatos, é possível afirmar que o mercado livre de energia - ambiente de negócios criado em 1995 no qual vendedores e consumidores podem negociar energia elétrica livremente entre si, observada a regulamentação do setor - tem se apresentado como um caminho mais econômico para as empresas, além de ser um importante vetor para a expansão do uso de energias renováveis no Brasil e no mundo.

Segundo dados da consultoria ePower Bay, do total de 10,8 gigawatts em capacidade de outorgas emitidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em 2019, 82,8% foram para projetos de energia limpa que serão negociados no Ambiente de Contratação Livre. Além disso, 86% de toda energia consumida no segmento industrial brasileiro é negociada no mercado livre; todavia, apenas 30% de toda a dos consumidores do país, de modo geral, estão inseridos no ambiente de contratação livre.

“No Brasil, ainda não vivemos essa liberdade mais ampla de escolha no setor elétrico, todavia, já temos um ecossistema de startups bem interessantes focadas no assunto. Além disso, observar outros países onde já funcionam ambientes livres de contratação como é algo que pode acelerar (e muito) a nossa forma de aproveitar as oportunidades que estão surgindo.” comenta Raphael Augusto, diretor de inteligência de mercado da Liga Ventures, e responsável pelo Liga Insights.

O estudo aborda, com mais profundidade, as oportunidades de inovação dentro do âmbito das energias renováveis, as novas tecnologias que têm auxiliado as empresas a extrair mais benefícios de tais modelos energéticos e as tendências que devem reger o futuro do trading de energia no país. Pensando em escala global, o mercado de trading de energia movimentou US$ 1,3 bilhões em 2019, devendo alcançar um crescimento médio de 4,2% até 2026, de acordo com dados da Market Watch.

As expectativas para o mercado livre de energia no Brasil, envolvem um fluxo contínuo de expansão e a geração de novas oportunidades de negócio, mediante a abertura plena desse mercado que deve ocorrer ao longo dos próximos anos, se aprovados os projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional. A fim de trazer mais transparência para a cobrança de energia no mercado brasileiro, a partir de 2021, estuda-se adotar o modelo de preço-horário (o modelo atual é semanal). O objetivo dessa mudança é atribuir valores de acordo com o período de produção energética e direcionar preços maiores ou menores conforme a demanda do horário.

“O preço-horário vai melhorar a alocação de custos no setor elétrico e, por conseguinte, melhorar a eficiência da sua infraestrutura. À medida que a energia se mostra mais cara em determinado momento do dia, essa sinalização de preço deslocará consumo destes períodos, desafogando a infraestrutura e aumentando a sua utilização em momento de subutilização. Pensando no trading, ainda temos a diversificação de produtos. Teremos condição de aumentar a granularidade dos produtos e capturar oportunidades que antes não existiam, como, por exemplo, estimular o consumo em um determinado horário do dia, ou a geração de uma usina concentrada em um período específico. Tudo isso é capaz de trazer um valor para a mesa de negociações que antes ninguém percebia.” afirma Eduardo Sattamini, Diretor-Presidente e de Relacionamento com Investidores da ENGIE Brasil Energia.

Outra discussão abordada no estudo Liga Insights Energia é a sustentabilidade. O consumo responsável e a preservação do meio ambiente são fatores que extrapolam mercados. Segundo a Challenge Advisory, 62% dos executivos considera essencial uma estratégia de sustentabilidade. Este movimento, por sua vez, se ancora em uma mudança de perspectiva do consumidor. Segundo dados divulgados pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), por exemplo, 87% dos consumidores brasileiros preferem comprar de empresas sustentáveis.

Neste sentido, é natural notarmos uma preocupação crescente em relação ao uso de fontes de energia renováveis – em contraposição às energias fósseis. Analisando o mercado de energias limpas como um todo, tivemos investimentos na casa de US$ 217 bilhões em 2019, de acordo com a consultoria Capgemini. Segundo a Agência Internacional de Energia, as fontes renováveis já respondem por mais de 25% da produção global de energia.

Por fim, o anseio dos consumidores, tanto empresariais quanto residenciais, pela abertura do mercado de energia, está atrelado ao desejo de se obter maiores níveis de eficiência energética atrelada a redução de custos. No ambiente de contratação livre, por exemplo, as empresas conseguem absorver uma economia média de até 25%, quando comparamos os valores de mercado livre de energia com as tarifas médias praticadas pelas distribuidoras do ambiente cativo.

Dentro deste contexto, novas tecnologias vão surgindo cada vez mais. Com investimentos na casa de US$ 279 milhões em 2017, o crescimento do uso de blockchain no mercado de energia pode se tornar uma tendência, atingindo US$ 7,1 bilhões até 2023, de acordo com projeção da Markets and Markets. Outro fator que pode impulsionar o uso do blockchain é a gradativa descentralização do mercado de energia e a busca por confiabilidade em um mercado cada vez mais pulverizado.

Com análise ampla do mercado de energia, o estudo ainda conta com entrevistas de referências do mercado, como: ENGIE Brasil Energia, ABRACEEL, TecSUS, ABSOLAR, Vale S.A., Thymos, Instituto Totum, entre outras. Além de casos de sucesso no Brasil e fora, com a descrição de startups que estão inovando nesse setor. Para ter acesso ao material completo, clique aqui.

O Liga Insights é construído com a parceria de empresas como ENGIE, Cargill, Derraik & Menezes Advogados, iDEXO e State.


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