De acordo com
estudo da Liga Ventures em parceria com a ENGIE Brasil Energia, empresas
conseguem absorver uma economia média de até 25% no mercado livre de energia,
em comparação com as tarifas médias praticadas pelas distribuidoras do ambiente
cativo
O Brasil detém a segunda tarifa de energia elétrica
mais cara do mundo para a indústria, sendo que o gasto pode representar até 40%
dos custos de produção. Diante desses fatos, é possível afirmar que o mercado
livre de energia - ambiente de negócios criado em 1995 no qual vendedores e
consumidores podem negociar energia elétrica livremente entre si, observada a
regulamentação do setor - tem se apresentado como um caminho mais econômico
para as empresas, além de ser um importante vetor para a expansão do uso de
energias renováveis no Brasil e no mundo.
Segundo dados da consultoria ePower Bay, do total
de 10,8 gigawatts em capacidade de outorgas emitidas pela Agência Nacional de
Energia Elétrica (Aneel) em 2019, 82,8% foram para projetos de energia limpa
que serão negociados no Ambiente de Contratação Livre. Além disso, 86% de toda
energia consumida no segmento industrial brasileiro é negociada no mercado
livre; todavia, apenas 30% de toda a dos consumidores do país, de modo geral,
estão inseridos no ambiente de contratação livre.
“No Brasil, ainda não vivemos essa liberdade mais
ampla de escolha no setor elétrico, todavia, já temos um ecossistema de
startups bem interessantes focadas no assunto. Além disso, observar outros
países onde já funcionam ambientes livres de contratação como é algo que pode
acelerar (e muito) a nossa forma de aproveitar as oportunidades que estão
surgindo.” comenta Raphael Augusto, diretor de inteligência de mercado da Liga
Ventures, e responsável pelo Liga Insights.
O estudo aborda, com mais profundidade, as
oportunidades de inovação dentro do âmbito das energias renováveis, as novas
tecnologias que têm auxiliado as empresas a extrair mais benefícios de tais
modelos energéticos e as tendências que devem reger o futuro do trading
de energia no país. Pensando em escala global, o mercado de trading de energia
movimentou US$ 1,3 bilhões em 2019, devendo alcançar um crescimento médio de
4,2% até 2026, de acordo com dados da Market Watch.
As expectativas para o mercado livre de energia no
Brasil, envolvem um fluxo contínuo de expansão e a geração de novas
oportunidades de negócio, mediante a abertura plena desse mercado que deve
ocorrer ao longo dos próximos anos, se aprovados os projetos de lei que
tramitam no Congresso Nacional. A fim de trazer mais transparência para a
cobrança de energia no mercado brasileiro, a partir de 2021, estuda-se adotar o
modelo de preço-horário (o modelo atual é semanal). O objetivo dessa mudança é
atribuir valores de acordo com o período de produção energética e direcionar
preços maiores ou menores conforme a demanda do horário.
“O preço-horário vai melhorar a alocação de custos
no setor elétrico e, por conseguinte, melhorar a eficiência da sua
infraestrutura. À medida que a energia se mostra mais cara em determinado
momento do dia, essa sinalização de preço deslocará consumo destes períodos,
desafogando a infraestrutura e aumentando a sua utilização em momento de
subutilização. Pensando no trading, ainda temos a diversificação
de produtos. Teremos condição de aumentar a granularidade dos produtos e
capturar oportunidades que antes não existiam, como, por exemplo, estimular o
consumo em um determinado horário do dia, ou a geração de uma usina concentrada
em um período específico. Tudo isso é capaz de trazer um valor para a mesa de
negociações que antes ninguém percebia.” afirma Eduardo Sattamini,
Diretor-Presidente e de Relacionamento com Investidores da ENGIE Brasil
Energia.
Outra discussão abordada no estudo Liga
Insights Energia é a sustentabilidade. O consumo responsável e
a preservação do meio ambiente são fatores que extrapolam mercados. Segundo a
Challenge Advisory, 62% dos executivos considera essencial uma estratégia de
sustentabilidade. Este movimento, por sua vez, se ancora em uma mudança de
perspectiva do consumidor. Segundo dados divulgados pela Federação
das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP),
por exemplo, 87% dos consumidores brasileiros preferem comprar de empresas
sustentáveis.
Neste sentido, é natural notarmos uma preocupação
crescente em relação ao uso de fontes de energia renováveis – em contraposição
às energias fósseis. Analisando o mercado de energias limpas como um todo,
tivemos investimentos na casa de US$ 217 bilhões em 2019, de acordo com a
consultoria Capgemini. Segundo a Agência Internacional de Energia, as fontes
renováveis já respondem por mais de 25% da produção global de energia.
Por fim, o anseio dos consumidores, tanto
empresariais quanto residenciais, pela abertura do mercado de energia, está atrelado
ao desejo de se obter maiores níveis de eficiência energética atrelada a
redução de custos. No ambiente de contratação livre, por exemplo, as empresas
conseguem absorver uma economia média de até 25%, quando comparamos os valores
de mercado livre de energia com as tarifas médias praticadas pelas
distribuidoras do ambiente cativo.
Dentro deste contexto, novas tecnologias vão
surgindo cada vez mais. Com investimentos na casa de US$ 279 milhões em 2017, o
crescimento do uso de blockchain no mercado de energia pode se tornar uma
tendência, atingindo US$ 7,1 bilhões até 2023, de acordo com projeção da
Markets and Markets. Outro fator que pode impulsionar o uso do blockchain é a
gradativa descentralização do mercado de energia e a busca por confiabilidade em
um mercado cada vez mais pulverizado.
Com análise ampla do mercado de energia, o estudo
ainda conta com entrevistas de referências do mercado, como: ENGIE Brasil
Energia, ABRACEEL, TecSUS, ABSOLAR, Vale S.A., Thymos, Instituto Totum, entre
outras. Além de casos de sucesso no Brasil e fora, com a descrição de startups
que estão inovando nesse setor. Para ter acesso ao material completo, clique
aqui.
O Liga Insights é construído com a parceria de
empresas como ENGIE, Cargill, Derraik & Menezes Advogados, iDEXO e State.
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