A condição é a
principal causa de incapacidade e morte entre crianças e adultos acidentados
Acidentes automobilísticos figuram a lista da
Organização Mundial de Saúde (OMS) com as 10 maiores causas de mortes no mundo,
ocupando a 8ª posição. São também uma das principais causas de internações
hospitalares no Brasil, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), onde metade sofre
algum tipo de traumatismo cranioencefálico (TCE).
Os números são altos e, segundo artigo publicado na Revista Neurociências sobre
a situação epidemiológica de traumatismos cranioencefálicos (TCE) no Brasil, a
condição é determinante para incapacitações e mortes, onde as faixas etárias
mais afetadas são de 01 a 44 anos.
Levantamentos do Ministério da Saúde também mostram que somente no primeiro
trimestre deste ano, mais de 50 mil internações por acidente de trânsito foram
registradas. Em 2019, o total foi de 219.233 pacientes, uma estimativa de 110
mil pessoas com TCE. Quando não causa a morte, pode deixar sequelas que afetam
o cognitivo, sensibilidade e movimentos do corpo.
“Consideramos traumatismo cranioencefálico, lesão causada por uma força externa
que atinge a cabeça do indivíduo e causa danos. São as pancadas na cabeça, que
podem decorrer de quedas, choques no esporte e, sobretudo de acidentes graves
com veículos”, explica Dr. Paulo Honda, diretor de comunicação da Sociedade
Brasileira de Neurocirurgia (SBN).
Ainda segundo estes levantamentos, entre as principais causas de acidentes no
trânsito estão: distração, com 37,1% das ocorrências; descumprimento das leis
de trânsito, com 12%; alta velocidade, com 8,9% e dirigir alcoolizado, com 8%
das ocorrências. Elas representam a morte de 1,5 milhão de pessoas no mundo e
um custo para a saúde pública de cerca de 3% do PIB de grande parte dos países
em desenvolvimento.
Esforços na redução de acidentes de trânsito
Devido ao alto número de afetados mundialmente por acidentes no trânsito, em
2011 a OMS instituiu a década da segurança no trânsito, com a meta global de
redução de 50% das mortes e lesões, onde governos adotam medidas para minimizar
as vítimas. O prazo acaba este ano e, embora tenha previsão de ser renovado por
mais uma década, segundo informações do Ministério da Saúde o Brasil ainda está
abaixo disso, com alcance de 24%.
Anualmente, o governo brasileiro realiza campanhas para a conscientização para
um trânsito mais seguro, mas elas precisam estar alinhadas a um código de
trânsito que promova essa segurança. Em 2019, a Associação Brasileira de
Medicina de Tráfego (Abramet), compartilhada pela AMB e pelo Conselho Federal
de Medicina (CFM) emitiram manifesto em favor da vida, onde pediram ao governo
reforço às leis de trânsito e punição para o seu descumprimeito.
"A Sociedade Brasileira de Neurocirurgia apoia esta causa, pois se trata
de uma questão de saúde pública, onde a vida das pessoas está em risco. Ações
de educação e orientações ao cumprimento da lei, amplamente difundidas
para a sociedade, podem ser grandes colaboradores para a redução destas lesões
e fatalidades", comenta Dr. Paulo Honda.
Sociedade Brasileira de Neurocirurgia – A SBN é uma
associação de médicos que exercem a especialidade de Neurocirurgia no Brasil.
Fundada há 63 anos, em 1957, tem aproximadamente 2.800 sócios, sendo a terceira
maior do mundo na especialidade. Sua missão é garantir o progresso da
Neurocirurgia, por meio do incentivo ao aprimoramento da formação do
neurocirurgião brasileiro, do monitoramento da prática profissional e da
representação dos interesses dos neurocirurgiões. Mantém atividades regulares e
ininterruptas no treinamento, ensino e formação do médico especialista em
Neurocirurgia, seguindo protocolos e padrões que a colocam entre as melhores do
mundo, conforme reconhece a WFNS – World Federation of Neurosurgery. Site: www.portalsbn.org / Instagram @ sbn.neurocirurgia
Fontes:
OMS, ONU, SUS, Ministério da Saúde, Revista Neurociências.
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