Especialista
comenta sobre organização financeira e dá dicas de como despertar a consciência
com pequenos hábitos
Com a crise do coronavírus, questões relacionadas à
finanças merecem ainda mais atenção, pois a instabilidade da economia e mudança
de comportamento levaram a uma série de demissões, inclusive no Brasil. Em
tempos tão instáveis, o equilíbrio e a organização ajudam a evitar problemas
que atrapalham o dia-a-dia e o convívio familiar. Com isso, Rebeca
Toyama, especialista em bem-estar financeiro traz pontos a
serem aprimorados na vida de pessoas e famílias que passam essas dificuldades.
Segundo a pesquisa realizada pela Confederação
Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o número de brasileiros
endividados recuou em maio, passando de 66,6% em abril, para 66,5%. Mesmo com o
ligeiro recuo, o percentual de famílias que declaram não ter condições de arcar
com suas contas e dívidas em atraso aumentou de 9,9% em abril para 10,6% em
maio. E famílias que se declaram muito endividadas também teve um aumento em
maio, chegando a 16%, atingindo o maior percentual desde setembro de 2011,
quando alcançou 16,3%.
A organização da vida financeira é uma das bases do
tripé para se atingir estados de bem-estar, mas é preciso lembrar que é comum
enfrentar diversas crises ao longo da vida, e para passar bem por estes
momentos difíceis é necessário buscar hábitos no cotidiano que desperte a
consciência de poupar.
Para a especialista é necessário buscar hábitos no
cotidiano que desperte a consciência de poupar e entender que mudança de
comportamento é algo gradual. Muitas vezes as pessoas não seguem seu propósito
por conta da indisciplina financeira, e por isso, e acabam abrindo mão de
sonhos, justamente por não sobrar dinheiro no final do mês.
O ponto principal para essa mudança de
comportamento é trazer uma consciência financeira, e logo em seguida, trabalhar
uma forma de organizar as finanças, que é o ponto para a transformação de vida.
“São os distúrbios financeiros que desencadeiam o
nosso comportamento atual. Coisas que aconteceram na nossa primeira e segunda
infância que traz um trauma financeiro, como por exemplo, crianças que passaram
por momentos de escassez, e quando crescem pensam, eu vou comprar tudo o que eu
quiser para ser feliz. ”, explica Rebeca Toyama, especialista em
conscientização financeira.
Muitas pessoas sofrem sem saber que tem algum
distúrbio financeiro, e também, existem aquelas que entendem que está
acontecendo algo de errado, porém sentem vergonha até mesmo de procurar ajuda.
A origem desses traumas financeiros estão em uma região do cérebro que não se
tem acesso, por isso acabamos tomando decisões não saudáveis sem perceber.
Portanto, essa nossa parte inconsciente influencia nosso comportamento de
consumo, e o fluxo de caixa é uma consequência desse comportamento.
“Para melhorar de vida precisamos procurar ajuda e
perder o medo de encarar as finanças. Começar com pequenos hábitos e fazer suas
escolhas a partir da sua realidade, faz muita diferença. E lembre-se, a nosso
balanço patrimonial é um reflexo de nossa história de vida, e você pode mudar algumas
coisas para impactar positivamente no seu patrimônio daqui para frente, afinal
já sabemos que imprevistos acontecem. ”, afirma a especialista.
Bem-estar financeiro
Para iniciar essa jornada para ampliar a
consciência financeira, ter objetivo, meta e foco é um dos primeiros passos,
pois é a partir dessas relevâncias que vem o ato de poupar. É importante
lembrar que as metas precisam estar alinhadas com a realidade e a essência de
cada um.
Diante de uma crise levamos um choque de realidade
que faz pensar em ‘por que eu não tive a iniciativa de fazer uma reserva
financeira? ’, e são esses momentos de dificuldade que desperta a grande
relevância de não se gastar tudo e investir uma parte na reserva.
A mudança é capaz, mas não tem como mudar o
comportamento financeiro sem autoconhecimento, fortalecer a autoestima e a
forma de lidar com o dinheiro. “Para se alcançar o bem-estar financeiro, é
essencial ter um plano de poupança ativo, plano de gastos consciente, e
responsabilidade com nosso próprio futuro. ”, finaliza, Toyama.
A especialista em bem-estar financeiro, Rebeca
Toyama traz 6 atitudes para identificar os sintomas do distúrbio financeiro:
1- Ansiedade: Preocupação
e desespero com tudo que envolve o dinheiro;
2- Ausência de economia: Quando não
se faz parte da vida do indivíduo poupar ou guardar dinheiro;
3- Excesso de dívidas: Força do
hábito de trabalhar para fazer dívidas e pagá-las;
4- Falência e Empréstimos: Se esbarra
sempre em fazer empréstimos para quitar ou fazer mais dívidas, e sem perceber,
coloca seus bens em perigo;
5- Conflito com familiares: O dinheiro
impacta nas relações com parentes e amigos;
6- Incapacidade de manter mudanças: Não
consegue seguir com os planos colocados para poupar dinheiro, como deixar o
cartão em casa e guardar dinheiro.
Rebeca Toyama - fundadora da RTDHO empresa com foco
em bem estar e educação corporativa. Especialista em estratégia de carreira e
saúde financeira. Atua há 20 anos como coach, mentora, palestrante,
empreendedora e professora e atualmente é mestranda em psicologia clínica. Colaboradora
do livro Tratado de psicologia transpessoal: perspectivas atuais em psicologia:
Volume 2; Coaching Aceleração de Resultados e Coaching para Executivos. Integra
o corpo docente da pós-graduação da ALUBRAT (Associação Luso-Brasileira de
Transpessoal), Instituto Filantropia e Universidade Fenabrave.
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