Preparação para a gravidez reduz
vários riscos para a futura mamãe
e seu bebê
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Apenas 15% das
mulheres se preparam para engravidar. Especialista alerta para a necessidade de
check-up para evitar riscos para mãe e filho
Os preparativos para uma gravidez segura devem
começar antes mesmo da concepção. Porém, segundo pesquisa do Núcleo de Estudos
Epidemiológicos na Perspectiva de Enfermagem e Saúde Coletiva (Nepesc) da
Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP), a maioria das
gestantes usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS) não sabe disso. Parte do
estudo, realizado com 807 mulheres com gravidez planejada, indicou ainda que
somente 15,9% delas fez o preparo adequado.
O especialista em ginecologia e reprodução
humana, Eduardo Camelo de Castro, que possui um consultório no centro clínico
do Órion Complex, em Goiânia, confirma que é pequena a quantidade de mulheres
que faz esse preparo pré concepcional e reforça seu valor. “A importância
desses cuidados está na redução dos riscos quando há um bom planejamento da
maternidade”, salienta o médico. Vale destacar que os cuidados antes da
gravidez estão entre as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Eduardo de Castro explica que entre os cuidados
estão os seguintes pontos: não postergar a maternidade devido aos riscos;
corrigir desvios nutricionais e adequar o peso corpóreo antes de engravidar;
adequar os medicamentos em uso, evitando drogas contraindicadas na gestação;
identificar fatores de risco para a gravidez; diagnosticar e/ou controlar
doenças antes de engravidar; abandonar hábitos prejudiciais como o tabagismo e
uso do álcool; identificar antecedentes familiares de tromboembolismo e doenças
genéticas; avaliação de tipagem sanguínea, sorologias, atualização dos
rastreamentos e do calendário vacinal.
Algumas vacinas, por exemplo, são importantes
para garantir uma gravidez tranquila, tais como contra a rubéola, catapora,
hepatite B e tétano e, por isso, se a mulher ainda não tomou alguma delas, deve
falar com o médico. Vale ressaltar que algumas vacinas não podem ser aplicadas
em gestantes e devem ser tomadas, pelo menos, três meses antes da concepção. O
que reforça ainda mais a importância de fazer esse que pode ser chamado de
check-up pré gestacional.
Riscos que podem ser evitados
Para o ginecologista, deixar de ter esses cuidados pode acarretar em vários riscos para a mãe e o bebê, tanto na gestação quanto no pós parto. “Mulheres com índice de massa corporal (IMC) pré gravídico inferior a 20 kg/m têm maior prevalência de anemia, parto prematuro e baixo peso do recém-nascido. Já as gestantes com IMC acima de 25 kg/m cursam mais frequentemente com abortamentos, malformações fetais, diabetes, pré eclâmpsia e tromboembolismo”, exemplifica.
Ele também alerta para a detecção e controle de
doenças antes de se engravidar. “O diabetes aumenta o risco de abortamento,
malformação fetal, macrossomia, morte perinatal. Outros agravos como as doenças
da tireóide, a hipertensão arterial, as cardiopatias, as doenças autoimunes
também devem ser bem controladas e tratadas antes da gravidez”, salienta
Eduardo. Em geral, exames clínicos feitos por coleta de sangue e imagens são
feitos antes da gestação, cujo objetivo é detectar patologias que possam
interferir na gravidez ou representar riscos para a gestante e o bebê.
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