Dr. Marcos Loreto,
diretor técnico médico da Omint e cirurgião de Cabeça e Pescoço explica sobre
prevenção e tipos de cânceres, que têm como principais fatores de risco o
tabagismo, o consumo de álcool e as infecções por HPV
No dia 27 de julho é celebrado o Dia Mundial de
Conscientização, Prevenção e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço. De acordo
com a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, anualmente, são
mais de 550 mil casos novos no mundo. Só no Brasil, segundo levantamento do
Instituto Nacional do Câncer (Inca), cerca de 23 mil novos casos são
registrados todos os anos, e a maior incidência está relacionada ao uso
excessivo de tabaco e bebidas alcoólicas.
No país, os tumores de cabeça e pescoço mais
frequentes são da cavidade oral e da laringe. “A infecção pelo HPV é um
importante fator de desenvolvimento do câncer de faringe. Uma das formas
de contágio por essa infecção é por meio da prática do sexo oral e em
pessoas com múltiplos parceiros sexuais. Nos últimos anos, principalmente no
território da faringe, houve um aumento de tumores relacionados ao papiloma
vírus, por isso incluir o sexo seguro como forma de prevenção para a população
também se faz necessário”, declara Dr. Marcos Loreto, diretor Técnico Médico da
Omint e cirurgião de Cabeça e Pescoço.
Diagnóstico precoce pode salvar vidas
O câncer de boca, laringe e demais locais é o
segundo mais frequente entre os homens, atrás somente do câncer de próstata.
Nas mulheres, prepondera o câncer da tireoide, sendo o quinto mais comum entre
elas. No entanto, os tumores de cabeça e pescoço podem ser assintomáticos no
princípio da doença. Segundo Dr. Loreto, a orientação é de tornar habitual a
observação de gengivas, bochechas, céu da boca, língua e região abaixo da
língua.
Além disso, os principais sinais que devem ser
observados são lesões que não cicatrizam por mais de 15 dias, manchas vermelhas
ou esbranquiçadas, nódulos no pescoço e rouquidão persistente. “Nos casos mais
avançados, também há dificuldade na fala, mastigação e no ato de engolir, além
da sensação que há algo preso na garganta. Dessa forma, para que o câncer seja
detectado e diagnosticado da forma mais precoce possível, é imprescindível que
o indivíduo observe os sinais e procure um cirurgião de cabeça e pescoço assim
que notar qualquer ferida na boca e garganta que não cicatriza há mais de 15
dias”, esclarece o médico.
Avaliação clínica e tratamento
Quanto à tireoide, a presença de nódulo endurecido,
associado a gânglios aumentados no pescoço ou ao sintoma de rouquidão, pode ser
indicação de um tumor maligno na região. O médico esclarece que os tumores de
cavidade oral, se diagnosticados no início e tratados de forma adequada, a
maioria dos casos – que pode chegar a até 80% – pode ser curável. “Normalmente,
o tratamento inclui cirurgia e radioterapia, tanto de forma isolada quanto
associada. Os dois procedimentos têm bons resultados nas lesões iniciais, que
são aquelas restritas ao local de origem. A indicação clínica depende
localização do tumor e das alterações funcionais que podem ocorrer durante o
tratamento”, explica Dr. Loreto.
Em relação ao câncer na tireoide, o tratamento
normalmente é cirúrgico. A retirada total ou parcial do órgão, conforme o caso,
costuma ser o tratamento de escolha. No entanto, dependerá das características
do tumor, como tamanho, invasão de estruturas, presença de lesão fora da
tireoide, além do sexo e idade do paciente. Dr. Loreto ainda complementa que,
em casos de cânceres que apresentem disseminação para gânglios no pescoço, o
tratamento do tumor primário deve ser associado à retirada deles de maneira
sistemática, que é o esvaziamento cervical ganglionar. A complementação
terapêutica com o iodo radioativo deve ser sempre considerada em pacientes com
tumores diferenciados, classificados como de alto risco e submetidos à
retirada total da tireoide.
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