Informação foi
divulgada na abertura do Digital Week MInfra, evento que teve a participação do
presidente do Serpro e acontece até sexta-feira, 17
Imagine passar por todas as etapas do embarque
aéreo sem apresentar, em nenhum momento, qualquer tipo de documentação. Um
sistema de reconhecimento por biometria, que valida a identidade do viajante
por selfies tirados na hora comparados com a base de dados do Denatran, foi um
dos destaques do segundo dia do Digital Week MInfra. Desenvolvida pelo Serpro para
o Ministério da Infraestrutura, a tecnologia está em fase piloto, com previsão
de implantação do embarque de testes ainda para este ano.
“A responsabilidade pela validação da identidade do
viajante deixa de ser das companhias aéreas e passa a ser feita, com toda
segurança, pelo Governo Federal”, anunciou o coordenador da Secretaria Nacional
de Aviação Civil, Carlos Eduardo Gomes. Segundo Gomes, o sistema "Embarque
Seguro” também poderá permitir o controle de toda a trajetória do viajante, seu
histórico e das pessoas que compartilharam voos com ele. “Isso é uma ferramenta
essencial para as políticas públicas de saúde, principalmente em um contexto de
pandemia. Sem falar que o embarque passa a ser feito sem qualquer contato
físico ”, avaliou.
No futuro, o sistema poderá integrar dados de
órgãos diversos, como Interpol e Polícia Civil, avisar o viajante quanto tempo
falta para a saída do vôo e, ainda, identificar o portão correto e traçar a
rota mais rápida para chegar.
Duas selfies
Com o Embarque Seguro, a validação da identidade
passa a ser feita por duas selfies: uma tirada antes da entrada na área
restrita do aeroporto; outra, anterior ao embarque. Essas fotos são comparadas
com outras da base do Denatran, e o sistema registra um “percentual de similaridade”,
garantindo a identidade do viajante. “O cartão de embarque passa a ser emitido
com o QR Code Vio, desenvolvido pelo Serpro. Isso permite que os agentes façam
a validação mesmo no caso fortuito de falta de eletricidade ou de internet no
aeroporto”, explicou o consultor de negócios de Soluções de Gestão de
Transporte Terrestre e Aéreo do Serpro, Fernando Paiva.
O uso de todas essas informações está alinhado à
LGPD: o processo de identificação atente às necessidades de segurança pública e
defesa nacional e o compartilhamento de informações só será possível mediante
convênio prévio entre os órgãos.
Minha avó não tem celular
Uma das questões trazidas pela platéia do webinar foi sobre a
obrigatoriedade de utilização dessas novas tecnologias. Um participante relatou
que sua avó viaja muito de avião, mas sequer tem um smartphone. “Se o usuário
não tiver ou não quiser usar seu celular, poderá fazer as selfies no próprio
aeroporto, que vai estar equipado para isso. Sua avó só vai perceber que o embarque
ficou muito mais rápido e, por algum motivo, ela tirou duas fotos e não
precisou sequer tirar a identidade do bolso”, disse Paiva.
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