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terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Desafio mundial: buscar tecnologias contra tuberculose


Países precisam tratar 40 milhões de pessoas até 2022 com tuberculose. Relatório atualizado aponta que houve aumento de inclusão, mas novas ferramentas ainda serão necessárias

Foto: Renato Strauss / ASCOM MS

Os sistemas de saúde em todo o mundo enfrentam o desafio de colocar 40 milhões de pessoas em tratamento contra tuberculose (TB). A atualização do Plano Global 2018-2022 para encerrar a doença foi lançada em Jakarta (Indonésia), com a participação do ministro da Saúde brasileiro, Luiz Henrique Mandetta, que assumiu a liderança mundial da principal entidade que combate a infecção, a Patnership Stop TB. Para ele, um dos grandes desafios será a busca por novas tecnologias que ajudem no diagnóstico e tratamento.

 “É algo que precisaremos de muita pesquisa. Precisamos de novas ferramentas e medicamentos para impedir que as pessoas evitem o tratamento. Quando isso acontece, temos o surgimento de bactérias resistentes, o que já é uma realidade para muitos países, em todo o mundo. Precisamos de mais participação dos países e das pessoas”, afirmou Mandetta na abertura dos trabalhos da 32ª Reunião de Conselho da STOP TB, nesta terça-feira (10).

O relatório global aponta que 7 milhões de pessoas tiveram acesso e tratamento contra tuberculose em 2018, um aumento de 600 mil em relação ao ano anterior. O relatório aponta, ainda, a necessidade global de tratar 1,5 milhão de pessoas com bactérias resistentes ao tratamento, oferecer cuidado preventivo (para aqueles que têm a bactéria, mas, não a infecção) a 30 milhões de pessoas, aumentar o investimento (prevenção, diagnóstico, tratamento e cuidado) para U$ 13 bilhões anuais e da pesquisa e desenvolvimento de terapias contra as formas resistentes para U$ 2 bilhões anuais.

Segundo o ministro, um dos pontos críticos é a busca por novas vacinas, capazes de proteger além dos seis anos de vida, por tratamentos com menor reação e menor tempo de duração (6 meses a 18 meses), além de ferramentas de diagnóstico mais precisas e fáceis de utilização. “Estamos trazendo diversos parceiros para esse esforço. No Brics (bloco do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), por exemplo, já temos algumas iniciativas que podem ser potencializadas. O conjunto de países reúne quase a metade dos casos no mundo”, disse.

No mundo, a doença está entre as 10 principais causas de morte em todo o mundo, com cerca de 10 milhões de novos casos anualmente.  No Brasil, somente em 2018, foram diagnosticados 76,2 mil casos novos da doença, com cerca de 4,5 mil vítimas fatais. O diagnóstico e tratamento está disponível no SUS (Sistema Único de Saúde) para todos os brasileiros.

“Muitas pessoas ainda acreditam que tuberculose não a atingirá: ‘O assunto da tuberculose não é para mim, isso nunca vai me atingir. Eu nunca terei isso.’ Então, ficam escandalizados quando alguém da família, uma criança ou alguém que eles conhecem pega a tuberculose e se pergunta: ‘Como isso é possível?’. Bom isso é possível desde sempre. É uma das doenças mais transmissível do mundo”, concluiu.

Precisamos trabalhar com sistemas de saúde melhores, com atenção básica, com tratamentos mais adequados. Isso que é o grande desafio: encontrar os casos, iniciar o tratamento e finalizá-lo. Essa é a principal meta que precisamos alcançar.



Agência Saúde


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