Países precisam tratar 40 milhões de pessoas até
2022 com tuberculose. Relatório atualizado aponta que houve aumento de
inclusão, mas novas ferramentas ainda serão necessárias
Foto: Renato Strauss / ASCOM MS
Os sistemas de saúde em todo o mundo enfrentam o
desafio de colocar 40 milhões de pessoas em tratamento contra tuberculose (TB).
A atualização do Plano Global 2018-2022 para encerrar a doença foi lançada em
Jakarta (Indonésia), com a participação do ministro da Saúde brasileiro, Luiz
Henrique Mandetta, que assumiu a liderança mundial da principal entidade que
combate a infecção, a Patnership Stop TB. Para ele, um dos grandes desafios
será a busca por novas tecnologias que ajudem no diagnóstico e tratamento.
“É algo que
precisaremos de muita pesquisa. Precisamos de novas ferramentas e medicamentos
para impedir que as pessoas evitem o tratamento. Quando isso acontece, temos o
surgimento de bactérias resistentes, o que já é uma realidade para muitos
países, em todo o mundo. Precisamos de mais participação dos países e das
pessoas”, afirmou Mandetta na abertura dos trabalhos da 32ª Reunião de Conselho
da STOP TB, nesta terça-feira (10).
O relatório global aponta que 7 milhões de pessoas
tiveram acesso e tratamento contra tuberculose em 2018, um aumento de 600 mil
em relação ao ano anterior. O relatório aponta, ainda, a necessidade global de
tratar 1,5 milhão de pessoas com bactérias resistentes ao tratamento, oferecer
cuidado preventivo (para aqueles que têm a bactéria, mas, não a infecção) a 30
milhões de pessoas, aumentar o investimento (prevenção, diagnóstico, tratamento
e cuidado) para U$ 13 bilhões anuais e da pesquisa e desenvolvimento de
terapias contra as formas resistentes para U$ 2 bilhões anuais.
Segundo o ministro, um dos pontos críticos é a
busca por novas vacinas, capazes de proteger além dos seis anos de vida, por
tratamentos com menor reação e menor tempo de duração (6 meses a 18 meses),
além de ferramentas de diagnóstico mais precisas e fáceis de utilização.
“Estamos trazendo diversos parceiros para esse esforço. No Brics (bloco do
Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), por exemplo, já temos algumas
iniciativas que podem ser potencializadas. O conjunto de países reúne quase a
metade dos casos no mundo”, disse.
No mundo, a doença está entre as 10 principais
causas de morte em todo o mundo, com cerca de 10 milhões de novos casos
anualmente. No Brasil, somente em 2018, foram diagnosticados 76,2 mil
casos novos da doença, com cerca de 4,5 mil vítimas fatais. O diagnóstico e
tratamento está disponível no SUS (Sistema Único de Saúde) para todos os
brasileiros.
“Muitas pessoas ainda acreditam que tuberculose não
a atingirá: ‘O assunto da tuberculose não é para mim, isso nunca vai me
atingir. Eu nunca terei isso.’ Então, ficam escandalizados quando alguém da
família, uma criança ou alguém que eles conhecem pega a tuberculose e se
pergunta: ‘Como isso é possível?’. Bom isso é possível desde sempre. É uma das
doenças mais transmissível do mundo”, concluiu.
Precisamos trabalhar com sistemas de saúde
melhores, com atenção básica, com tratamentos mais adequados. Isso que é o
grande desafio: encontrar os casos, iniciar o tratamento e finalizá-lo. Essa é
a principal meta que precisamos alcançar.
Agência Saúde
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