Neste dia 15 de outubro, dia internacional
de sensibilização à perda gestacional e do
infante, venho contar meu relato.
Quando
engravidamos, nossos sonhos, planos e expectativas nascem junto com o resultado
positivo do teste de farmácia. O problema é que nunca imaginamos que esse sonho
pode não se tornar realidade.
Vem
um primeiro sangramento, perguntamos ao nosso médico e procuramos em todas as
fontes na internet. Geralmente, a princípio não tem nada com o que se
preocupar, é apenas um sangramento normal e super comum. Mas não dessa vez. E
nessa altura, quem passa por isso já sente, de alguma forma, que não está mais
carregando aquele pacotinho de amor tão desejado.
Sentimos
todos os nossos planos descerem descarga abaixo, nos sentimos a pior mulher do
mundo, aquela que não pode "segurar" o filho. Cada ida ao banheiro é
seguida de muito choro e tristeza, uma tristeza que nos consome.
Aquela
dor nos abate, é uma dor física, é uma dor que, realmente, dói na alma. Um
momento de extrema fragilidade. Eu sentia como se tivesse sido cavado um buraco
em mim – e, na verdade foi exatamente isso.
Cada
um tem a sua maneira de lidar com a situação, e a minha foi contar à todos pra
viver meu luto. Vivi intensamente, chorei dias seguidos e consegui entender que
não era a hora, que talvez eu não estivesse pronta, ou meu marido ou nosso
neném. Mas o que tiramos de bom desse triste episódio acalentava meu coração:
tive ainda mais certeza do quanto desejávamos ter um filho.
Depois
de um tempo, eu achei que tinha superado, achei que não doía mais. De repente
fui tomada pela lembrança do vazio que aquela gestação me causou, aquele vazio
que continuou fazendo parte do meu ser, mas ficou escondido com a alegria da
chegada do meu filho Nicolas.
Foi
preciso uma pessoa especializada para entender o que me angustiava. Mergulhamos
fundo na minha primeira gestação. E foi então que entendi que eu já era mãe
sim, era mãe daquele bebê que precisou passar pelo meu ventre e que teve uma
rápida passagem por aqui – não por erro meu ou de algum médico, mas porque era
só isso que ela precisava.
Após
esse relato, só posso agradecer por ter um marido tão sensacional, que me
ajudou em cada etapa a tentar entender o momento, acalmar o choro e até chorar
junto, porque afinal de contas, ele também perdeu um filho.
Se você já passou por isso ou está passando, sinta meu abraço fraterno. Nada que eu escreva vai te ajudar, eu sei. Mas o conselho que acredito ser realmente válido é: se permita desmoronar, viva seu luto, seja por um dia, uma semana, um mês, ou o tanto que for necessário. E depois encontre forças para seguir em frente!
Mês
passado fiz uma terapia e nela eu pude entrar em contato com essa dor, perceber
que a ferida estava aberta e me curar dela, não porque deixei de sentir, mas
sim porque passei a entender. E isso faz toda a diferença. Nessa semana, pela
primeira vez desde dezembro de 2016, consegui ouvir a música que marcou esse
período e não chorei, pelo contrário, sorri ao lembrar daquela gestação. Esse
bebê faz parte da minha história, das minhas energias e estará ligada para
sempre à nossa família.
Hoje
compreendi que minha família somos nós 4: mamãe, papai, Nico e nossa mini
pessoa que foi embora antes de nascer, mas que sempre estará ligada à nós e nós
à ela.
Obrigada
por me fazer mãe! Um dia a gente se reencontra!
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