Dados indicam que mais de 14 milhões de brasileiros
inalam involuntariamente a fumaça de cigarros; Efeitos nocivos das substâncias
tóxicas aumentam risco de desenvolver tumores malignos
O Brasil conta com cerca de 21 milhões de fumantes,
o que representa 12% da população, segundo dados do Ministério da Saúde. Na
fumaça há de quatro a nove mil substâncias tóxicas das quais pelo menos 70 são
altamente carcinogênicas. O câncer de pulmão costuma ser o mais associado ao
indivíduo tabagista, mas ele também pode ser o responsável pelo aparecimento de
cânceres na boca, laringe, faringe, esôfago, pâncreas, rim e bexiga. De acordo
com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Brasil deve registrar 31.270 novos
casos de câncer no pulmão em 2018, sendo que a maioria deles é provocada pelo
fumo.
Os fumantes passivos, aqueles que involuntariamente
inalam o fumo dos fumantes ativos próximos, também estão sujeitos a enfrentar
os danos do tabagismo. Pesquisas apontam que a fumaça que sai do cigarro contém
cerca de três vezes mais nicotina e monóxido de carbono. "Estar em
contato, mesmo que indiretamente, com essa fumaça pode aumentar em 30% os
riscos de desenvolver câncer de pulmão. E as crianças constantemente expostas
têm mais predisposição a desenvolver leucemia, linfoma e tumores
cerebrais", explica a Dra. Mariana Laloni, oncologista do Centro Paulista
de Oncologia, unidade São Paulo do Grupo Oncoclínicas.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS),
há aproximadamente dois bilhões de pessoas que estão no grupo de fumantes
passivos no mundo. No Brasil, estima-se que o contingente de indivíduos
expostos ao problema chega a ser de 14,5 milhões – número que representa mais
de 7% da população nacional. Além do aumentado risco de câncer de pulmão, de
colo de útero e de câncer de pâncreas, o grupo ainda pode sofrer derrame
cerebral, colite ulcerativa, alergia alimentar, asma e pneumonia. A oncologista
ressalta que o risco de câncer de colo de útero chega a ser 73% maior em
mulheres fumantes passivas, em comparação as mulheres não tabagistas.
Recentemente especialistas conseguiram provar que
não estar em contato com a fumaça já não é o bastante para não sofrer com os
malefícios. Um estudo publicado na revista Pediatrics mostrou que ambientes
defumados pelo tabaco também estão repletos de partículas cancerígenas, que
podem permanecer por até dois meses. "O fumo de terceira mão, aquele
cheiro forte que fica impregnado em almofadas, tapetes e cortinas, apenas para
citar alguns exemplos, também representa riscos à saúde e evidencia o quanto o
cigarro pode afetar o bem estar das pessoas que convivem em casa, no trabalho e
em demais espaços coletivos com a fumaça gerada pelos fumantes ativos",
finaliza Laloni.
Grupo
Oncoclínicas
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